𝙴𝚜𝚌𝚘𝚕𝚊 𝙹𝚞𝚓𝚞𝚝𝚜𝚞, 𝟸𝟶𝟶𝟹
𝚂𝚊𝚝𝚘𝚛𝚞 𝙶𝚘𝚓𝚘
Reiko caminhava apressada com seus longos cabelos soltos pelo corredor do colégio.
Eu e ela não nos falávamos mais com frequência, ela não fazia mais seus doces para mim. Ninguém, nem mesmo Shoko, tinha a decência de me contar o que ela pensava sobre nós.
E eu sabia que ela tinha contado, nem que fosse somente para Nanami, mas esse nunca conseguiria me apoiar.
— Se encarar mais um pouco, vai furar ela com seus olhos. — Nanami resmungou passando por mim com Haibara.
Como conseguia ser tão amigo de um cara tão chato como Kento?
— Se quer tanto falar com ela, não acha que deveria chamá-la? — Kento suspirou me encarando com aquela franja lambida e horrorosa.
— Não quero falar nada com ela. — Menti deixando-me apoiar em uma das soleiras do corredor.
— Se é o que diz... — Nanami coçava sua cabeça de forma nervosa. — Então deve saber que ele está de volta, e para ficar.
— O que...
— Olha, eu não sou seu amigo, mas entre o idiota e a besta fera, eu ainda prefiro o idiota. — Ele cruzou seus braços e sinalizou para que Haibara prosseguisse sem ele. — Se gosta da Zumi, seja homem uma vez na vida e lute por isso. Enquanto você faz joguinhos, ele a pediu em casamento.
— O que quer dizer com isso? — Recompus minha postura puxando Nanami pelo colarinho do uniforme. — Isso é algum tipo de piada?
— Me solte imediatamente, imbecil! — Rosnou enquanto mantia seu olhar neutro e tedioso de sempre. — Ele a pediu em casamento e ela aceitou.
— É brincadeira, não é? — Gargalhei de forma forçada. — Só pode ser. Você nunca me contaria nada sobre ela.
— Eu amo a Azumi e a quero segura. — Kento acertou seu uniforme assim que o soltei pigarreando. — Até mesmo dela, se for preciso.
— O quê você quer dizer com isso? — Gritei enquanto ele se distanciava de mim. — VOLTA AQUI!
☾☽
Yaga não fechava a porra da boca um segundo, enquanto eu continuava a fitar Reiko.
Sem dúvida, assim como todo mundo, ela já havia percebido. Os longos suspiros e reviradas de olhos eram constantes quando ela cruzava seu olhar com o meu.
A vi escrever com sua caneta de gliter e rasgar um pedaço da folha, dobrando-o em partes. Me encarou e jogou o papel fazendo com que ele caísse na minha mesa.