34. Um Plano Maléfico

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JOÃO

Nós finalmente havíamos chegado na fase do carinho, por isso não nos importamos em ficar sentados no banco abraçados durante um bom tempo.

— Eu sou um idiota — soltei de repente.

Ela sorriu.

— Você é um idiota.

— Ah, também não precisa concordar, vai — brinquei. — O que você acabou de me dizer, eu nunca ouvi de ninguém.

— Agora você entende como me sinto em relação a você.

— Letticia, mas, antes de tudo, você deveria saber algo.

— O quê?

— Agora que beijei você, não vou mais parar de beijar — sorri e a beijei de novo.

— Eu aceito isso — ela concordou.

— Escute, eu não sei... Até que ponto consigo fazer o que você me pediu, mas eu prometo que vou me esforçar.

— Isso basta.

— Desculpe por te deixar sozinha ontem.

— Eu entendi, irritei você.

— Não, não foi isso. Eu fiquei irritado, mas... Não foi isso. Eu tive que resolver algumas coisas.

— Que coisas?

— Causei a demissão de um pessoal, mas precisava que eles continuassem trabalhando para mim. Eles... Estão ligados a Cravos, e estou procurando alguém, por isso preciso que continuem trabalhando comigo.

Aquilo era eu tentando ser mais aberto. Tudo aquilo tinha caído como uma rocha em mim. Deus estava me dando algo e eu estava recusando. Eu não podia recusar um presente de Deus.

— Vem, vamos tomar café da manhã. Hoje comemos mais cedo porque o dia é cheio, mas a noite vai ser espetacular. Vamos dançar até os pés doerem — falei enquanto a levava de volta para o palácio.

— Logo depois do café da manhã, tenho que receber minha família — ela narrou desanimada.

— Eu vou com você — afirmei. — Lembre-se que é uma de nós agora. Eles não podem mais te diminuir.

— Estão usando o fato de eu estar aqui para criar aproximação com seu pai — ela disse.

— Meu pai sabe bem disso. Não se preocupe, estamos atentos.

Abri a porta do salão de café da manhã, mas ali estava apenas a família principal. Meus pais, meus irmãos e meu avós.

— Feliz natal! — exclamei sorridente.

— Majestades, altezas — Letticia fez uma reverência. — Senhor e Senhora Reis.

— Princesa Letticia, parece animada essa manhã — disse a diretora.

— Ah, é aniversário da rainha — ela desconversou enquanto eu ria. — Parabéns, majestade.

— Muito obrigada, Letticia. Hoje é um dia que não paro, muita coisa para fazer, e quero a ajuda de todos vocês.

— Inácio, qual o problema? — perguntou minha avó ao meu irmão.

— Nada, só estou com sono.

— Ainda? — perguntou Madalena. — Ontem você dormiu o dia todo.

— Está tudo bem, filho? — perguntou minha mãe.

— Estou, mãe, não se preocupe. Nada melhor que um dia estressante como esse para me despertar.

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