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Emma Myers

• Dia seguinte, terça-feira

Esses últimos dias eu não estava indo na faculdade, participei das aulas em casa, mas agora eu preciso voltar a rotina.

Não que eu queria ter que ir para lá e ficar vendo aquele povo todo, a última coisa que eu quero é ter que atura-los.

Mas pelo menos lá eu poderei me distrair e vê a Isabel todos os dias, afinal, agora que eu mudei de casa não poderei atravessar a rua para ir na casa dela todo santo dia.

Continuo no mesmo condomínio, só que a casa nova é mais afastada da casa da minha mãe.

Na verdade, é mais perto da casa da Natalie do que da minha, e eu me pergunto o porque da minha mãe não ter comprado uma casa perto da dela, do jeito que ela gosta de controlar a minha vida....

Como sempre, o sol nasceu com raiva e quem paga o pato somos nós.

Calor da porra!

Optei por um short jeans e um blusão azul com uma imagem qualquer, coloquei meu tênis e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto.

Peguei minha mochila e desci até o andar de baixo.

Deixei minha mochila em cima do sofá e fui até a mesa que se encontrava a Jenna.

Não vi nem a Joyce e nem a Beatriz.

— Bom dia. — cumprimentei ela, me sentando na cadeira.

— Bom dia. — devolvei o cumprimento, sorrindo.

— Vai para a faculdade? — assenti.

— Se quiser uma carona.... eu posso de deixar lá.

— Seria ótimo! Eu não tenho carro e adoraria uma carona.

— Ótimo. — levou a xícara de café até a boca.

O resto do café da manhã foi silencioso.

Não um silêncio constrangedor, só um silêncio normal, acho que nós duas só estávamos concentrados na comida.

Assim que acabei, corri para escovar o dente.

Quando sai de casa, ela já me esperava com o carro ligado.

Dei a volta no veículo e abri a porta do carona, entrando no mesmo.

Em seguida, ela arrancou com o carro dali e fomos em direção a saída.

Passando pela rodovia principal, eu me lembrei do dia que fomos assaltados e tivemos que ir a pé para casa.

Eu não comentei, mas a Jenna conseguiu recuperar o carro, os bandidos deixaram ele perto de uma estrada abandonada e fugiram.

Não sei do paradeiro deles, e nem a do meu celular porque isso não consegui recuperar.

— Talvez só sejam policiais disfarçados. — disse relembrando aquele dia.

A Jenna, por um breve segundo, me olhou confuso, mas logo voltou a prestar atenção na estrada.

— O que? — perguntou.

— Foi o que você me disse quando perguntei se iriamos morrer. — respondi.

— Continuo sem entender.

Ela tem alzheimer?

— No dia que fomos assaltadas, você não lembra? Eu perguntei se iriamos morrer e você disse, esperançosa: Não sei. Talvez seja só policiais disfarçados.

— Ah tá. Lembro sim. — disse, rindo logo em seguida.

— Falei isso logo depois que você mudou de ideia a respeito de descer do carro e brigar com os bandidos. Estava querendo morrer aquele dia?

— Não, só não passou pela minha cabeça que seriam bandidos armados. — expliquei, dando de ombros.

— Foi burrice.

— É, mas pelo menos estamos bem. — concordei.

— Tivemos tantas oportunidades e nunca paramos para conversar sobre tudo isso. As coisas poderiam ter sido diferentes. — comentei, sentindo ele respirar fundo.

— É, talvez. — foi a única coisa que disse.

Não devia ter tocado nesse assunto, o clima depois disso ficou pesado e não falamos mais nada até ela parar em frente a faculdade.

— Obrigada pela carona! — agradeci e sai do carro.

— De nada. — arrancou com o carro dali e foi embora.

Virei os calcanhares e caminhei para dentro da faculdade.

[...]

Abri a porta da casa e deu de cara com a sala cheia de caixas.

Oxi....

O que aconteceu aqui?

Olhei em volta procurando por alguém mas não vi ninguém.

Deitei a mochila em cima do sofá e fui até as caixas.

Abri uma e deu de cara com livros.

Muitos livros.

Peguei um exemplar e li o nome: Dom Casmuro.

Sorri e abri o livro, lendo as primeiras páginas.

— Gostou? — dei um pulo para trás e pus a mão no coração.

— Desculpa, não queria assustar você.

Virei-me e vi a Jenna parada me olhando com um sorriso no rosto.

— Esses livros são seus? — pergunto, deixando o que estava na minha mão em cima da mesa.

— Na verdade, são seus. — disse, e encarei ela com a sobrancelha franzida.

— Meus? — balançou a cabeça, afirmando.

— Como assim?

— São os livros que sua mãe doou para a biblioteca. — explicou e eu abri um sorriso de orelha a orelha.

— Você comprou para mim? — perguntei, não conseguindo esconder minha felicidade.

— Sim, não achei justo você ficar com uma esposa e sem os livros. — soltei uma risada baixinha e corri para abraçá-la e depositei um beijo na sua bochecha.

— Muito obrigada! — ela ficou meio sem graça e um pouquinho vermelha, mas assentiu sorrindo.

— De nada. E olha, eu estava pensando em uma coisa que você talvez goste....

Fiquei esperando ela contar, bem curiosa.

— Essa casa é bem grande e tem muitos quartos desocupados, o que acha de montarmos uma pequena biblioteca em um deles? — sugeriu, se aproximando das caixas de livros.

— Podemos comprar mais depois.

— Eu amei essa ideia, adoraria ter um pequena biblioteca em casa. — ela sorriu simpática e também aliviada.

— Se minha mãe descobre isso, ela vai achar que estou te obrigando a fazer tudo isso.

— Mas ela não precisa saber, podemos fazer tudo no maior sigilo e quando ela vier aqui, já vai está tudo pronto.

— Uma boa, assim ela não pertuba ninguém.

— Fico feliz em saber que gostou, ter uma biblioteca particular vai ser magnífico.

— Sempre foi meu sonho.

— O nosso então.
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fofas, sim ou claro?!

Até o próximo capítulo

Casamento arranjado - Jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora