4.4 | Você está apaixonada?

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Emma Myers

• Dia seguinte, quarta-feira.

— Mãe, eu vou sair agora. — avisei, tirando a ideia de me levar para o salão da cabeça dela.

Ela tinha acabado de chegar alegando que meu cabelo estava ridículo e eu precisava ir urgentemente ao cabeleireiro.

Mas não vou.

A Jenna me fez um surpresa ontem, me devolveu uma coisa que eu sentia muita falta e eu não posso agradecer ela faltando no primeiro dia após todo o bololo.

Tenho que ir e não vai ser um cabelo desarrumado que vai me impedir.

— Para onde? — pergunta ela, com curiosidade.

A minha vontade é esfregar na cara dela que a Jenna não é a mina que ela achava que era e ela deixou — não que ela tenha que permitir que eu faça alguma coisa — eu voltar a dar minhas aulas, ela não se importa, diferente dela.

Mas não fiz isso.

Eu não quero outra briga com minha mãe, só quero paz e tranquilidade.

Não quero ela discutindo comigo e nem com a Jenna.

E também não dúvido nada que ela fale que eu que forcei a ela a deixar, do jeito que ela é.....

— Fazer uma coisa mais interessante e importante do que ficar sentada num salão se emperiquitando.

— Garota, não testa a minha paciência! — gritou, apontando o dedo no meu rosto.

— Livros.... você não vai para a....

— Sim, eu vou. Algum problema? — cruzei os braços, encarando a figurando na minha frente com a postura reta.

— Claro que sim. Milhões de problemas. Você ainda não entendeu que sua esposa não vai permitir você beijando outros caras ou mulheres? Emma, isso é traição. Você não vai voltar para aquele teatro. Nunca. — gritou, e tenho certeza que a vizinhança toda escutou.

— Mas por quê não? Eu acho incrível o papel que ela faz lá, ajudar aquelas crianças de graça é uma atitude muito nobre. E é só teatro dona Nicole, eu não me importo dela beijar outros alunos ou alunas, é só beijo técnico. — a Jenna me defendeu enquanto caminhava até nós.

— E a gente precisa ir logo, seus alunos devem está esperando.

Eu vi o semblante da minha mãe mudar a cada palavra que a Jenna dizia, acho que ela não esperava essa atitude dela.

— Então vamos, a minha conversa com a minha mãe já terminou. — disse e ajeitei meus livros na minha mão.

O olhar de ódio em seus olhos voltou, parece que a qualquer momento vai explodir e a vítima fatal sou eu.

Mas só lhe lancei um sorriso amarelo e me despedi, dando meio volta e saindo de casa. Ao lado da Jenna.

— Obrigada por me defender. — agradeci a ela assim que entrei no carro e coloquei o cinto.

— Não foi nada. Eu não podia ficar ouvindo ela falar aquelas coisas para você e ainda usar a desculpa que eu não permitiria, o que não é verdade. Você é livre para fazer o que quiser, eu não vou proibir você de nada, afinal, esse casamento é só fingimento.

— Claro, obrigada mais uma vez. — estava meia desconfortável, nunca esperei ela falar que o casamento era só fingimento, ainda não me acostumei com a realidade dela não me amar, passei as últimas semanas todas acreditando nisso.

O caminho até o teatro foi silencioso, a única coisa que eu ouvia era a música baixa que saia do rádio e o barulho dos carros que passavam do nosso lado.

Casamento arranjado - Jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora