4.6 | Eu não estou com ciúmes!

1.6K 187 65
                                    

Emma Myers

— Posso entrar? — ouvir a Isabel perguntar depois de bater na porta e inclinar a cabeça para dentro do quarto.

Assenti.

Ela passou e logo fechou a porta atrás dela.

— Você estava chorando? 

— O que? Não. Claro que não. — neguei apressadamente, enxugando minhas lágrimas e me recompondo. 

Eu não faço a mínima ideia do porquê da minha reação emocional, não era para eu está chorando por uma coisa dessas, eu não tenho nada com a Jenna — não no sentindo amor. 

Eu sei que ela disse que iria me respeitar e cumprir o papel de esposa, e sei que essa carta é da época que ela morava no México, mas será que ela não continuou mantendo contato com essa tal moça?

Será que ela a ama? 

A Isabel deu um sorrisinho fraco e caminhou até a cama, se sentando na beirada da mesma. 

— Você está gostando dela. — afirmou, certa de que sabe sobre os meus sentimentos a respeito da Jenna. 

— Eu já disse que não estou. — neguei novamente, tentando convencer mais a mim mesma do que a ela. 

Eu não posso está, é loucura demais.

Isso é só tristeza por ela ter escondido uma coisa dessas de mim, pensei que éramos amigas e amigas dividem esse tipo de coisa. 

Talvez não para a esposa, mas a gente não se ama, não existe nada além de uma amizade que vem se erguendo em dia em dia. 

— Você não está mentindo para mim e sim para você mesma. Não precisa esconder seus sentimentos de mim, eu te conheço perfeitamente bem e sei que você está confusa em relação a tudo isso que está acontecendo. Emma, a gente sempre conversou sobre tudo, nunca escondemos nada uma da outra e agora você vai fazer isso? Se abre comigo, eu não vou julgar você, só quero ajudá-la a entender esses sentimentos bagunçados aí. — apontou para o meu peito, me tirando um sorriso por conta de suas palavras gentis. 

Eu quero me convencer que esses sentimentos são só de amizade e não passa disso, mas não consigo, aquela carta embaralhou tudo. 

A Isabel tem razão, eu não preciso esconder meus sentimentos dela.

Dela não.

Tenho a absoluta certeza que ela vai me entender e irá me ajudar, mas eu não sei como começar a contar para ela, nem eu sei o que estou sentindo, como foi expressar isso em palavras? 

— Eu não sei.... não sei o que estou sentindo. Não consigo entender e muito menos explicar. — resmungo baixinho, encarando os meus dedos. 

— Tenta. Fala o que está sentindo. Fala sobre o que tinha naquela carta que você leu e te deixou tão triste ao ponto de chorar. Desabafa comigo. — pediu, colocando a mão sobre a minha e massageando o local. 

— Era uma carta dela para uma garota. Uma mexicana. Elas estavam juntos, parece que ela ama ela. Ou amava, sei lá. — eu digo, confusa com minhas próprias palavras. 

— Uma carta para uma garota? Namorada dela?— perguntou. 

— Não sei, parece que sim. — não sabia responder essa pergunta, ela não disse especificamente o que aquela menina era dela.

— Ela disse que a amava muito e que em breve iria voltar para os braços dela. 

Eu senti as lágrimas querendo descer novamente e me xinguei mentalmente por está tão frágil em relação algum tão bobo e sem nexo. 

Casamento arranjado - Jemma Onde histórias criam vida. Descubra agora