Capítulo 1

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Diana

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Diana

Estava um temporal lá fora e eu tinha acabado de fazer as compras da semana no supermercado. Bufei ao ver que nem ao menos se eu comprasse um guarda-chuva resultaria meu problema, as ruas estão alagadas.

— Precisa de um carro, moça? – perguntou um senhor com um sorriso simpático.

Ele é um dos muitos motoristas que ficam na frente dos supermercados oferecendo seus serviços. Eu poderia aceitar se não fosse tão caro.

— Não, obrigada. Boa noite. — respondi sorrindo educadamente.

 Ele contribuiu com o comprimento e logo se virou oferecendo seus serviços às outras pessoas. Voltei meu olhar para a rua, não tenho escolha a não ser ir debaixo da chuva mesmo. Então parti andando rapidamente enquanto tomava cuidado para não cair ou tropeçar. 

A chuva não dava trégua e caia fortemente e não demorou muito para eu ficar toda molhada. Ao virar a esquina ouço meu celular tocando de dentro da minha bolsa, parei debaixo de toldo de uma loja, coloquei a sacola reciclável no chão e fui procurar meu celular na bolsa, que graças ao céus, estava tudo seco por dentro. O toque, que era “Rewrite the Stars” cantado por Zendaya e Zac Efron, tocava cada vez mais alto e por mais que eu ame essa música, estou com pressa e mal humorada, só queria pegar o celular e xingar quem quer que seja.

— Achei, finalmente. — Digo ao pegar o celular com a capa de uma das ilustrações de Rhysand e Feyre. E assim que vejo quem está me ligando mudo de ideia de ser grosseira.— Alô, boa noite.

— Boa noite. Aqui quem fala é a Fernanda do RH. Então estou te ligando para te informar que você está sendo desligada da empresa.

— O que?! — exclamo surpresa.— Por qual motivo?

Era só que me faltava.

— Um cliente veio falar de seu comportamento, disse que você o chamou de louco.

Já sei de quem ela estava falando. Um cliente rico queria indenização da loja de noiva e até mesmo processar o dono do local onde estava ocorrendo o casamento da filha. Aconteceu que durante a saída dos noivos, a noiva pisou no vestido e o mesmo descosturou e a noiva ficou com os peitos de fora.

— Não chamei ele de louco, falei que seria loucura ele querer uma indenização de 1 bilhão de reais sendo que ele não gastou nem metade disso no casamento da filha dele.

— Sim, eu compreendo. Mas isso é uma ordem de cima, se você me entende.— Suspirei cansada. O maldito foi reclamar com o diretor.— Eu sinto muito, Diana.— Fernanda sussurrou essa última parte. Ela era uma colega próxima dentro da empresa, nos conhecemos ainda na faculdade. — Irei te enviar um link de uma empresa de advocacia que está contratando, se precisar de uma carta de recomendação, me avise. Tchau e boa sorte.

Não respondi, apenas desliguei a ligação. Taquei o celular na bolsa e peguei a sacola com as minhas compras. E voltei a andar praticamente marchando de tanta raiva que eestava.

Inacreditável como gente rica sempre conseguem o querem.

— Cliente rico filho da puta. Tinha que acabar com a minha vida? Espere só, me mandar meu currículo para a empresa que está defendendo as pessoas que você quer processar e vou fazer você perder esse caso.— xingo tanto que o povo da loja começa a me encarar.

— Diana?

Encaro o céu incrédula ao reconhecer o dono dessa voz. Hoje não é meu dia, por quê não cai um raio na minha cabeça logo?

Ignoro e continuo andando.

— Ô Diana, não me ouviu? — O infeliz do meu ex corre até ficar na minha frente.

— Sim, te escutei mas esperava que você tivesse noção de fingir que eu não existo. — sorrio de forma debochada mas meus olhos expressam raiva. — Ah, espere aí, você não tem noção nenhuma já que ficou com a minha melhor amiga no dia do nosso casamento.

Amiga essa que também era nossa madrinha, uma verdadeira cobra. Dizia que éramos uma lindo casal, que teríamos lindos bebês, que era nossa maior torcedora. Meu pau imaginário é mais verdadeiro que isso.

— Pelo visto você ainda não se esqueceu disso. — falou fazendo uma careta, fingindo arrependimento.— Você não pode me perdoar? Eu me arrependi disso.

Eu ri, não era possível que ele pudesse achar que é tão fácil assim quebrar um coração e depois de anos aparecer querendo perdão.

— Ah, é mesmo? Então se eu pegar meu celular e procurar o perfil da Coral no instagram, não vou achar nenhuma foto da sua linda família.

Ele arregala os olhos surpreso por eu saber disso. Não sou a mesma Diana de 4 anos atrás que acreditava cegamente nas palavras dele. Se eu cutucar mais um pouquinho, aposto mil reais que acho pelo mais outras 5 meninas que ele já tenha me traído. E ainda é um número bem baixo, afinal das contas, ele é um mulherengo.

— Você tem me vigiado, meu amor? — ele sorri de lado se aproximando de mim, mas eu me afasto.

— Quero que um raio caia sobre a minha cabeça caso isso for verdade. E pelo visto sua mulherzinha não te conta tudo, a empresa da qual ela é sócia foi acusada de lavagem de dinheiro e, graças a mim, ela e a dona conseguiram se safar dessa.

E fiz isso só porque a dona me prometeu pagar o triplo do valor caso eu aceitasse.

— Lavagem de dinheiro?

Quis rir de novo mas me contive. 

— Parece sua esposinha esconde segredos de você, cuidado ou pode acabar com um par de chifres igual a mim.— Me afasto dele enquanto dou uma boa risada sarcástica.

Volto a está na chuva e quando estava prestes a atravessar a rua, sinto ele me puxando pelo braço. 

— Ainda não terminei de falar com você.– murmura com raiva.

— Mas eu acabei de falar com você. 

E quando ele menos espera, dou um chute no meio das pernas dele e assim ele me solta mas acabo indo pro meio da pista e antes que eu pudesse me equilibrar, escuto uma buzina, vejo um clarão e então todo meu corpo dói. Sinto cada parte do meu corpo quebrando antes da escuridão me engolir.

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