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No dia seguinte, acordei com a mente turva, tentando processar o turbilhão de emoções da noite anterior. A intensidade do meu momento com Kayke me deixou confusa e insegura sobre como agir no trabalho.

Ao chegar no CT, evitei contato visual com aquele jogador em específico, focando apenas nas minhas tarefas e mantendo uma distância profissional. No entanto, sua presença era inegável e seu olhar buscava o meu constantemente, reavivando as lembranças do beijo compartilhado.

Durante o treino, tentei me concentrar nos atletas, mas minha mente divagava para o encontro clandestino da noite anterior. Cada toque, cada sensação, parecia ecoar em minha mente, desviando minha atenção do que realmente importava.

Ao final do treino, quando todos começaram a se dispersar, Kayke se aproximou de mim com um olhar sério, deixando-me sem fala e com o coração acelerado.

– Doutora, preciso te falar um negócio.

– Tá sentindo o joelho de novo? - Questiono apreensiva.

O garoto em minha frente olha para os lados, visualizando se havia alguém próximo o suficiente para nos ouvir, e quando chegou à conclusão que todos estavam devidamente ocupados, sussurrou:

– Já te falei o quanto você fica linda nesse uniformezinho apertado? - Kayke mantém a expressão séria no rosto - Fico maluco pra arrancar essa roupa de você.

Fico sem fôlego, tentando fazer com que meus joelhos me obedeçam e não derretam igual geleia.

– Não me provoca, Kayke - Aviso.

– Porque? Vai me punir?

O desgraçado sorri.

E é o sorriso mais molhador de calcinhas que alguém já me deu.

– Vou, na verdade vou sim - Confirmo - Vai fazer 10 repetições com o elástico para exercitar esse joelho.

– O que? Mas o treino já acabou!

Ele parece chocado e eu me divirto com sua reação.

Cruzo os braços, debochando de sua cara enquanto caminho lentamente para fora do campo.

– Isso não é problema meu, é problema seu - Zombo - Agora anda logo, são recomendações médicas.

Kayke bufa, fazendo o que eu mandei em seguida. Dou uma boa gargalhada e caminho devagar até minha sala.

– Malu!

Escuro alguém gritar e paro no meio do caminho.

– Oi, Ryan, tá tudo bem?

– Não, acho que senti uma fisgada na coxa enquanto treinava.

Olho para sua expressão incomodada, definitivamente ele sentiu algo mais forte que uma fisgada.

– Vem, vamos pra minha sala para eu ver melhor isso aí.

Depois de avaliar Ryan e notar um inchaço de leve próximo ao joelho esquerdo, recomendei que o jogador fizesse compressas até amanhã de manhã, quando o avaliaria novamente.

Já se passava das 18h e eu já deveria ter ido para casa, guardo minhas coisas e organizo minha mesa, assustando ao ouvir a porta da sala abrir.

– Ok, a não ser que sua perna tenha desmembrado do corpo, pode esperar até amanhã - Murmuro, ainda de costas para a porta.

Até que escuto o barulho da mesma sendo trancada, o que me faz virar automaticamente.

– Então quer dizer que você não vai me avaliar? O Mano não vai gostar nadinha disso, sou o novo garoto de ouro dele - Kayke sorri brincalhão.

PILANTRA - Kayke FerrariOnde histórias criam vida. Descubra agora