quatorze

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O Corinthians venceu o Santos por 4x1 com direito a hat trick do Romero e gol de letra do Yuri. Não preciso nem dizer que isso estendeu nossa estadia no litoral por mais uma noite, né?

Ao sairmos da Vila Belmiro, decidimos comemorar a vitória em uma boate privada de frente para a praia. Fomos para o hotel nos arrumar e dei graças a deus por minha fiel escudeira ser, também, uma fiel escudeira do namorado e acompanhá-lo em todos os jogos. Apesar de estar no time há anos e já ter me acostumado a ser a única mulher da equipe, às vezes era bom ter alguém como eu neste lugar, mesmo que Isabella não trabalhe para o time.

Chegando à boate privada, o clima de celebração estava contagiante. O som pulsante da música misturava-se com o barulho das ondas quebrando na praia. Enquanto observava os sorrisos e abraços dos jogadores, percebi o quão importante era para eles essa vitória, não apenas pelo resultado em campo, mas pelo espírito de união e camaradagem que ela representava.

Não penso duas vezes antes de andar até o bar, pedindo uma caipirinha de frutas vermelhas. O que acontece em Santos, fica em Santos, né?

Viro o copo de uma vez, pedindo ao barman por outra.

– Ta animada, Malu? - Higor se aproxima, perguntando em meu ouvido.

Me arrepio, o álcool queimando por dentro.

– Decidi que quero beber até minha mente virar geleia - Rio - Quer também?

– Acho que ser jogador não me permite transformar meu cérebro em geleia - Ele levanta a garrafa de cerveja em sua mão.

– Que chato - Resmungo.

Minha segunda caipirinha chega e agradeço ao barman com um sorriso.

– Sabe…. - Higor começa - Tava pensando aqui, cê num ta afim de me usar de novo não?

Gargalho.

Adoro a ousadia desse garoto.

– Com você pedindo com todo esse jeitinho? Com certeza - Respondo.

Sua mão me puxa pela nuca, colando nossos lábios em um beijo intenso. Colo minhas mãos em seu rosto, me aproximando mais em busca de contato.

A sensação de seus lábios contra os meus era uma mistura de desejo e excitação que percorria todo o meu corpo. As mãos de Higor exploravam suavemente meu corpo enquanto eu me entregava ao momento.

O som pulsante da música parecia ecoar dentro de mim, sincronizando-se com as batidas aceleradas do meu coração. A atmosfera da boate, com suas luzes coloridas e o cheiro de sal do mar, deixavam a situação ainda mais excitante.

E quando finalmente nos separamos, os olhos de Higor encontraram os meus, faiscando em desejo.

– Vai voltar pro hotel comigo mais tarde? - Ele pergunta, seus lábios colados em meu ouvido.

– Hmmm, com certeza  - Me afasto, indo para a pista de dança com meu copo em mãos.

Danço pelo que parece ser horas, bebo mais dois drinks e já posso sentir o álcool começando a fazer efeito. Quando sinto necessidade de fazer xixi, ando até o banheiro da boate, ouvindo uma das minhas músicas preferidas começar a soar no alto falante do local.

Pilantra, do Jão, ecoa alto enquanto lavo as mãos.

Saio do banheiro trombando com alguém, a pessoa me segura, impedindo que eu vá de encontro ao chão.

– Meu deus, Maria Luiza, parece um furacão - Kayke reclama.

Percebo o quanto ele fica bonito sombreado pelas luzes coloridas do ambiente escuro.

PILANTRA - Kayke FerrariOnde histórias criam vida. Descubra agora