Draw me after you (let us run) TOMARRY

09

IX.

Voldemort joga o Profeta na mesa.

É sutil, quase imperceptível, mas Voldemort percebe o estremecimento coletivo de todos os outros sentados à mesa. Lucius é o pior deles, embora Voldemort não tenha dúvidas de que se sua prole estivesse presente, ele teria se esquivado visivelmente do som do papel batendo na madeira polida da mesa. Sua esposa, Narcissa, quase não pisca; sua colher mal parou no caminho da tigela até a boca. Rodolphus e Rabastan trocam um olhar, as bocas apertadas.

Bellatrix, no entanto, praticamente salta da borda da mesa em direção ao jornal, com os olhos arregalados e o rosto contorcido em desdém aberto, enquanto ela lê a manchete. Ela está a meio passo de um rosnado completo - algo que não teria parecido estranho em seu rosto quando ele conseguiu libertar-se de Azkaban pela primeira vez, mas depois de alguns anos de mimos sob a vigilância constante dela irmã Narcissa, contrasta com os cachos macios de seu cabelo e a renda delicada e escura de sua camisola.

À sua esquerda, Lucius limpa a garganta. "Meu Senhor--"

Levantar a mão é suficiente para silenciá-lo.

Como se ele tivesse cronometrado com perfeição, a porta da sala de jantar se abre. Severus Snape entra, as vestes abotoadas até o queixo e ondulando atrás dele até que ele para, curvando-se diante de Voldemort. Rígido e desinteressado como sempre. É realmente uma pena, pensa Voldemort, que Severus tenha sido deixado para apodrecer em seu papel em Hogwarts.

Mesmo agora, enquanto Voldemort faz um gesto para que ele se aproxime, Severus não vacila. Voldemort sempre respeitou sua capacidade de manter sua determinação, mesmo quando confrontado com o próprio Voldemort.

"Severus," Voldemort diz. "Que bom que você se juntou a nós."

"Você convocou e eu vim, meu Senhor." Severus diz, parando perto do assento de Voldemort.

"Sim. Imagino que você esteja curioso para saber por que eu o convoquei para longe de moldar as mentes brilhantes de nosso futuro," Voldemort diz, a boca se contorcendo enquanto Bellatrix gargalha com o tom zombeteiro de Voldemort e o sorriso de escárnio reflexivo de Severus, mas ele gesticula para o jornal, em vez de tentar fazer com que seus seguidores se contorcessem ainda mais. "Diga-me, o querido diretor organizou isso?"

Severus franze a testa para o papel. Então, para surpresa de Voldemort e chocante outro estremecimento sutil ao redor da mesa, Severus pega o jornal para folhear a história da primeira página com rápidos e pequenos lampejos de seus olhos escuros.

Voldemort já sabe o que diz.

Menino que viveu... no Egito?

Como muitos de vocês sabem, o famoso - ou, talvez para alguns, infame - Garoto que Sobreviveu, Harry James Potter, desapareceu do público bruxo há pouco mais de dois anos. Nosso herói rebelde abandonou Hogwarts, deixou a Grã-Bretanha bruxa para trás, e tudo sem uma palavra de aviso!

Ao longo dos anos, surgiram muitas teorias sobre sua súbita ausência, queridos leitores, até mesmo algumas das minhas. A pressão de sua infância finalmente o atingiu? Foi obra de Comensais da Morte fugitivos, vingando-se de seu líder caído? Resultado do trauma óbvio e doloroso sofrido no ano anterior, durante o trágico final do Torneio Tribruxo? Ou, talvez, com o conhecimento prévio do tratamento dado pela desgraçada ex-subsecretária Umbridge aos estudantes durante seu mandato em Hogwarts, nosso menino herói fugiu por medo de novos abusos?

Acontece que nada disso era exatamente a verdade, queridos leitores. Em uma entrevista exclusiva - veja a página 4 - encontrei-me com nosso querido Garoto Que Sobreviveu para discutir sua longa ausência, apenas para descobrir que ele não apenas está vivo e bem, mas também passou os últimos dois anos treinando sob o comando do recentemente liberado Sirius. Black, seu padrinho e Senhor da Casa Black, e decidiu reivindicar seu senhorio Potter enquanto continua seus estudos no Cairo. Para saber mais sobre esse desenvolvimento chocante, vá para a página 3.