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XXXVIII.

Depois que todos estiverem reunidos, os assentos ocupados e a comida servida, a verdadeira discussão começa.

Harry não tem certeza, não realmente, de como ele foi colocado no comando de tudo isso. Certamente ele sabe o porquê – profecias mal contadas e vidas perdidas e uma guerra apenas interrompida, ou talvez apenas paralisada, quando Harry apareceu e exigiu toda a atenção de Voldemort.

Ou talvez comandado seja a melhor descrição. Ele certamente roubou – algo nada impossível de fazer – e ficou com ele – o que é muito mais difícil.

Atualmente tem, mesmo agora, quando estão sentados cercados por outros. Quando há vários bruxos que certamente são muito mais preocupantes do que Harry na área imediata. Quando Harry dificilmente é uma ameaça, não quando ele mal consegue olhar para Voldemort sem ficar desconfortavelmente em conflito, cada impulso sombrio, cada desejo, como uma massa e confusão de nós subindo por suas entranhas.

Embora, ele suponha que Voldemort o considere a única ameaça real na sala. O único que já foi profetizado como sua queda. O único que Voldemort decidiu que é importante.

Não deveria significar tanto quanto significa, mas significa. Significa tudo, a maneira como Voldemort se volta para ele. A maneira como Voldemort olha para ele, o procura, por algo muito parecido com aprovação.

Harry teme que sua cabeça possa ficar grande demais para seus ombros em breve.

"Nós já temos o juramento sobre a profecia," Harry insiste. "Mas proteções mais definidas poderiam ser debatidas."

"A especificidade pode ser tão prejudicial quanto benéfica", responde Hermione, diretamente à sua esquerda, com Ron sentado logo atrás dela. "Se você define proteções com estipulações tão exatas, isso pode excluir demografias inteiras."

Harry bufa. "Bem, eu me importar é um pouco vago demais."

"Acho que posso concordar com isso", Kingsley interrompe. "Por mais que eu odeie dizer isso, o tempo muda todos os homens. Seu cuidado não é uma garantia."

"Perdoe-me," Remus interrompe, limpando a garganta ao lado de Sirius do outro lado da mesa. "Mas isso é para ser um contrato ou um tratado?"

"Não estamos fazendo outro voto?", pergunta Harry, olhando feio primeiro para Dumbledore e depois para Voldemort.

"Eu acredito que nossa quebra precipitada do voto anterior deixou todos tímidos demais para isso", responde Voldemort, num tom um tanto engraçado, como se não tivesse ficado impressionado com os novos e justificados medos da Ordem.

"A garantia de um bruxo que mal atingiu a maioridade dificilmente é incontestável", Moody resmunga, a maior parte da comida em seu prato deixada intocada, como se ele estivesse perturbado demais para engolir. "Já vimos evidências suficientes disso nas últimas vinte e quatro horas."

"Que evidência?" Harry pergunta, defensivo de suas próprias decisões agora que ele as tomou e achou o resultado mais incômodo do que verdadeiramente condenatório. "Eu não me separei de Voldemort desde que quebramos nosso voto, então, a menos que haja algum golpe secreto se desenrolando em nosso governo atual, acho que a evidência mostra que minha garantia é mais do que suficiente."

Moody zomba. "Você ficaria satisfeito com a palavra do Lorde das Trevas. Uma cobra entre cobras."

Não é uma pergunta e Harry fica com o pensamento desconcertante de que Moody perdeu alguma forma de fé nele. Ele sabe que isso é uma consequência de suas próprias decisões, sua própria escolha de ter fé em Voldemort.

Draw me after you (let us run) TOMARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora