XX.
"É um circo lá fora."
Parado na janela, espiando através das cortinas, para a rua abaixo. Há uma reunião de repórteres – uma travessura, Hermione os chamou, como um grupo de ratos; alimentadores de fundo - todos agrupados na entrada do apartamento. A única razão pela qual eles não arrombaram as portas, Harry pensa, é por causa da ameaça real que traz viver com dois quebradores de maldição que trabalham para goblins.
Coisa engraçada, isso. Os quebradores de maldições podem criar maldições tão facilmente quanto quebrá-las.
Ele fica ali, olhando pela janela, com os braços meio cruzados e uma mão segurando as cortinas. Ele não se vira para olhar para Bill, deixando de lado as óbvias declarações de saudação, mas ele pode ouvir o barulho de um papel, recém-saído do prelo, atingindo a mesa de centro.
"É um circo aqui," Harry responde.
E isso é.
O apartamento está lotado, como muitas sardinhas em lata. Molly Weasley chegou como uma mulher possuída, abraçou Harry com tanta força que ele mal conseguia respirar. Ron e Hermione os seguiram; Fred e George frequentemente entravam e saíam sempre que podiam. Sirius começou a se aninhar com Harry na cama como Almofadinhas. Remus demorava-se com mais frequência. Até Kingsley e Moody apareceram.
Ele sabia - ou alguma parte dele sabia - que isso seria o que aconteceria no momento em que contasse os nomes a Voldemort. Ele sabia, pelo menos parcialmente, que era disso que ele tinha tanto medo.
Porque no momento em que o projeto de lei - a Lei de Proteção do Século, como o Profeta a chamou - foi aprovado, Voldemort imediatamente avançou com uma proposta de processo. Ele, de acordo com Sirius, mal esperou que os aplausos parassem antes de puxar outro pergaminho de suas vestes. Ofereceu-o ao próprio Bruxo Chefe, Dumbledore. Nomeou três membros do Wizengamot para prevalecer no julgamento - Lucius Malfoy, Amelia Bones, Tiberius Ogden - e ofereceu uma lista de testemunhas para falar em nome de uma vítima ausente.
E então, como o bastardo dramático que é, Voldemort anunciou ao Wizengamot algo que foi imortalizado em dezenas de manchetes desde então:
"Lorde Harry James Potter foi vítima de seus parentes até os quinze anos de idade. De boa fé nos novos passos que tomamos para melhorar o nosso mundo neste dia, proponho processar Petúnia e Vernon Dursley pelos seus crimes contra uma criança mágica, em seu nome e sob estas novas leis. Quem apoia esta moção?
Foram essas palavras que colocaram em movimento o circo na rua. Bem como aquele no apartamento de Bill e Fleur.
No momento em que a sessão foi encerrada, Sirius apareceu. Remus não demorou muito. Dumbledore e Snape não muito depois disso. Então, é claro, assim que a imprensa chegar... bem. Isso foi uma semana atrás.
"Quem achou que seria uma boa ideia permitir a imprensa nas sessões do Wizengamot?" Ron resmunga.
"A assembleia geral é um fórum público, Ronald," Hermione repreende.
Harry não está sozinho há uma semana.
"Harry, querido," a Sra. Weasley chama, da cozinha de Gui, onde ela parece ter se sentido em casa, para grande desgosto de Fleur. "Você realmente deveria tomar café da manhã."
"Obrigado, Sra. Weasley," Harry murmura, ainda olhando pela janela. "Mas não estou com muita fome."
"Sério, querido, você deveria tentar comer alguma coisa..."
"Dá um tempo, mãe." Bill diz a ela, em voz baixa.
Sra. Weasley bufa. "Bem, me perdoem por tentar alimentar todos vocês."
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Draw me after you (let us run) TOMARRY
Fanfiction"Harry Potter", vem o silvo suave e sibilante de uma voz que ele ouve em seus sonhos, em seus pesadelos, em suas horas de vigília há anos. Lenta e cuidadosamente, Harry se vira e fica de joelhos. Ele fica lá, com a respiração curta embaçando-se na f...