Harry acorda e encontra Tom Riddle dormindo ao seu lado.
Ele não se assusta nem se assusta com a visão. É, de todas as coisas, quase esperado. Claro que Voldemort ficou. Claro que ele adormeceu na cadeira ao lado da cama de Harry.
Claro.
Seu coração ainda começa a bater forte, apesar de tudo. Medo, sim, mas não pelos motivos que outra pessoa pode ter medo, encontrando o Lorde das Trevas dormindo ao lado da cama.
O medo de Harry vem das feições relaxadas de Voldemort. De sua confiança aberta e impenitente; a mesma confiança que ele demonstrou a si mesmo, adormecendo ao lado de Voldemort. Das linhas suavizadas de seu rosto, dormindo profundamente, um cotovelo no braço da cadeira, cabeça aninhada na mão, completamente à vontade. O medo de Harry vem do fato de que ele não está realmente assustado.
Harry supõe que Voldemort sempre encontrou uma maneira de fazer seu coração disparar.
Deitado de lado, cabeça acolchoada no travesseiro, Harry se encontra congelado no lugar sob os cobertores. Congelado e observando enquanto Voldemort dorme, o peito ficando mais e mais apertado a cada subida e descida do próprio Voldemort–
Então os olhos de Voldemort se abrem.
Sem se mover, ainda aparentemente satisfeito em permanecer curvado e à vontade em seu lugar na cadeira ao lado da cama de Harry, Voldemort oferece a Harry um sorriso lento e torto.
"Bom dia, Harry."
O coração de Harry parece tropeçar em si mesmo e disparar ainda mais rápido.
"Bom dia", diz Harry, meio tentado a se esconder debaixo da cama.
"Você dormiu bem?" Voldemort pergunta, a voz num sussurro baixo que Harry nunca tinha ouvido antes.
"Sim," Harry diz, incapaz de se incomodar com mentiras ou ofuscações. "Estou surpreso que você tenha ficado."
Voldemort arqueia uma sobrancelha. "Você é?"
"Não, não realmente," Harry diz, mas não elabora, nem mesmo quando o sorriso cansado de Voldemort fica um pouco mais afiado; um pouco mais conhecedor. "Não foi chato?"
Cantarolando, Voldemort se senta na cadeira e se recosta, observando Harry de seu lugar e esfregando uma mão sobre a boca como se precisasse de tempo para pensar. Talvez ele precise.
"Você sonha bem alto," Voldemort responde, a mão se afastando do rosto para alcançar o livro na mesa de cabeceira. "E eu estava em boa companhia. Eu não lhe enviaria um livro que eu não achasse interessante."
Harry pisca algumas vezes, mas tenta ficar bem parado sob os cobertores. Ele não tem certeza se o instinto vem do fato de que ele está encarando um predador na cara – ou se ele simplesmente não quer arriscar quebrar esse momento de silêncio.
"Não me lembro do que sonhei", confessa Harry, olhos atraídos para a lombada do livro, para o borrão de letras douradas impressas na lombada. "Você viu algum deles?"
"Você expressou anteriormente que acha minha presença em sua mente uma intrusão um tanto indesejada", Voldemort diz, colocando o livro de volta no chão, os olhos de Harry piscando de volta para o vermelho quente dos de Voldemort. "E você garantiu que eu não pudesse entrar, quando você está funcionando com todas as faculdades."
"Quando não estou bêbado, você quer dizer," Harry bufa com um pequeno rolar de olhos, o rosto se aquecendo ao lembrar de seu próprio comportamento após o incidente com os gêmeos. "E você só é indesejado quando não pede permissão."
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Draw me after you (let us run) TOMARRY
Fanfiction"Harry Potter", vem o silvo suave e sibilante de uma voz que ele ouve em seus sonhos, em seus pesadelos, em suas horas de vigília há anos. Lenta e cuidadosamente, Harry se vira e fica de joelhos. Ele fica lá, com a respiração curta embaçando-se na f...