Capítulo 1

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Novembro, 1784

O ser humano é imprevisível em muitos aspectos. Dizem que o ser humano é a raça mais evoluída que já pisou na Terra. Bem, era algo meio relevante a se dizer. A cadeia alimentar expressa seu hábitat de uma maneira muito peculiar, tão igual ao dos humanos. Leões, por exemplo. Quando eles conseguem um novo território, eles eliminam os filhotes que não são deles daquele local. Pode-se dizer o mesmo dos seres humanos. A conquista de terras é algo que o homem faz constantemente, mata pessoas em prol de um novo lugar ou apenas diz que está reivindicando algo que já era dele. Eliminam as pessoas daquele lugar até o soberano do território declarar desistência e assim o inimigo fica feliz em saber que conquistou finalmente tal lugar.

Mesmo que muitas pessoas tenham morrido nesse processo.

Não é nada diferente do que está acontecendo no reino de Konoha.

Konoha é um país que é liderado pela monarquia, e também é o país que já está em anos de guerra, uma guerra que parecia nunca acabar. Virou algo natural as mulheres terem medo de terem filhos homens, pois sabiam que, quando crescessem, eles teriam de lutar pelo seu país. O rei, Minato Namikaze, mesmo que ele não gostasse nenhum pouco dessa guerra, ele também não estava disposto a abrir mão de sua querida terra e dar assim de bandeja para o rei de Kumo, que insiste em mandar muitas e cada vez mais violentas tropas para tentar dar um fim àquela guerra, com sua vitória, claro. Minato não irá se dar por vencido, mesmo que odeie com todo seu coração ver os jovens não conseguirem desfrutar de sua juventude para lutarem na guerra.

Não é diferente com seu filho, Naruto Uzumaki Namikaze, que completara seus dezoito anos já havia feito três anos. Mesmo que ele fosse o príncipe de Konoha, ainda assim ele luta na guerra em prol de seu país. Naruto, sendo elétrico do jeito que é, estava mais do que animado em participar do combate e lutar por seu país, sua mãe claramente sempre se mantém temerosa com a tal, mesmo sabendo que jamais teria de ir contra as ordens do rei e do conselho. Era a rainha, mas o conselho decidiu com unanimidade que todos os jovens a partir dos dezoito anos iriam lutar na guerra. Sem exceção para a monarquia. A única coisa que ela consegue fazer é ficar aflita em seu castelo rezando a todos os deuses que cuidem de seu querido filho.

A regra é expressa para todos os rapazes, menos para os patriarcas de suas devidas casas, ficando responsáveis por manter suas famílias enquanto seus filhos estão lutando na guerra. As mulheres em questão também seguem o mesmo modelo da rainha: ficam em casa enquanto estão preocupadas com seus filhos. O rei tenta a todo custo manter uma boa “paz” entre as pessoas que ainda se mantinham firmes na cidade esperando notícias do campo de batalha. Os bailes ainda são realizados, as pessoas ainda tentam manter a fé, mesmo que a guerra já esteja durando um pouco mais de dez anos. Algumas mulheres, não conseguindo se aguentar de preocupação, preferem se candidatar como enfermeiras de guerra e também vão para os campos de batalha cuidar dos feridos, entre eles, seus familiares.

Como mais um dos eventos que o rei arrecada, está chegando o festival de inverno, onde todos os cidadãos do país se juntam em suas devidas cidades para comemorarem a chegada de mais um inverno. Poderia ser o pretexto perfeito para que eles se distraírem da preocupação que os estava cercando, e certamente funciona por algumas horas, até o dia seguinte quando precisam encarar novamente a dura realidade.

— O que acha desta fita, Hina? É bem bonita para o vestido que seu pai comprou. — Hinata olhou para a fita que a cunhada lhe mostrava e suspirou levando seus olhos novamente para a janela observando o vento frio agitar as últimas folhas que estavam presas às árvores.

— Pode ser. — Karin suspirou olhando para a morena.

— Você não gostou de nada do que lhe mostrei. Esse festival de inverno é justamente para nos distrairmos desta guerra horrível. — A menina negou com a cabeça agitando seus fios soltos do chapéu que estava usando.

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