016: passado.

434 26 9
                                    

- lua, você tá bem? - Bellamy se aproxima de mim

- na verdade não, minha mãe de novo... - eu o olho quase chorando

- entendi, vem, vou te levar até a Octávia - ele me puxa

Bellamy sempre foi meu amigo, e quando descobri que ele tinha uma irmã, nos tornamos inseparáveis! Bellamy era quatro anos mais velho que eu, e eu era dois anos mais velha que Octávia.

Bellamy e Octávia sempre me ajudavam quando eu estava mal, eles eram meu refúgio para todas as horas, já o papai não tinha tempo para mim e mamãe era uma... louca.

eu sempre levava alguns dos meus brinquedos para Octávia, já que ela não podia ter por conta que não existia aos olhos de todos ali, pois era proibido ter mais de dois filhos.

eu tinha doze anos quando vi um
homem ser morto na minha frente, eu estava incrédula, e corri para Bellamy me confortando em seus braços, até ali, era uma relação de irmãos, até que com quatorze anos meus sentimentos por ele mudaram.

- estou tão feliz! Semana que vem é meu aniversário de quatorze anos! - disse animada

- olha só! está ficando mais velha - a mãe deles riu me olhando

ela era uma mulher bonita e jovem, e ela me tratava como uma filha, ela era doce e gentil, mas eu e Bellamy sabíamos seus segredos sombrios...

- papai disse que me daria um presente e iria passar o dia comigo! - eu sorri e dei uns pulinhos

- que bom lua!- Bellamy sorriu

- vai passar aqui depois não é Meline? Vou preparar um presente bem legal! - Octávia me olhava

ela sempre me olhou com admiração, eu era a irmã mais velha dela, e ela era minha irmã mais nova, no seu aniversário de dez anos, a entreguei uma roupa nova e uma boneca, com uma carta que eu mesma escrevi, eu adorava escrever poemas! Era minha coisa favorita.

- agora eu tenho que ir, já está tarde! - caminhei até a porta - até mais gente! - acenei

cheguei em casa e vi minha mãe já dormindo, eu coloquei um cobertor sobre ela pois estava frio, fui até a mesinha e comecei a escrever

senti uma mão em meu ombro e me virei rapidamente assustada, era minha mãe, ela me olhou, deu um sorriso e ficou parada, eu fiquei com medo e fechei meu caderno

- eu já vou dormir mãe - me levanto

- não pode dormir querida - ela me olha

- o que? por que? - eu me viro pra ela

- se dormir, você morre. - ela para de sorrir e me deixa assustada

- olha mãe, a senhora precisa descansar, já tomou seus remédios? - pergunto indo até ela

ela me empurrou me fazendo cair no chão, e começou a gritar coisas sem sentidos, eu me levantei e tentei acalma-la

- mãe, se acalma! - grito

- você vai morrer! vai morrer dormindo! - ela se agachou no chão do nada

começou a falar palavras bem baixo então me ajoelhei para se aproximar dela e tentei escutar o que ela falava

- mamãe, mamãe - ela começou a tremer

lembrei que minha vó, sua mãe, morreu dormindo, então a abracei, ela começou a chorar em meu colo e eu mexi em seus cabelos tentando a manter calma

Impossible LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora