18 - Pares

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— Ok, você vai entrar com ele. -aponta para um homem barbudo e ruivo-

— Obrigada -sorrio e me posiciono ao lado dele- olá, você é o?

— Kane Kormit -uau, ele carrega o nome do hospital especializado em tratamento e pesquisas sobre câncer-

— Selina Kyle -sorrio de lado-

Ficamos em silêncio novamente.

— Você! - a organizadora aponta para mim-

— O que?

— Kate pediu para que você carregasse o cesto de arroz. -o joga em meus braços-

— Como assim? -pergunto confusa-

— Na saída do casal, jogue arroz neles. É para dar boa sorte.

— Não tem nenhum protocolo?

— Apenas seja delicada. -ela pega uma cesta de chocolates e entrega para Wayne-

Ok. Eu consigo. Certo?

Olho para o monte de arroz na cesta. É um grande desperdício. Só de pensar, meu estômago já ronca.

— Acha que... -olho para o lado e vejo Bruce Wayne.

Seus olhos azuis repousam em mim.

— Onde está o meu par? -olho em volta-

— Kane Kormit trocou de posição comigo -diz simples-

Tenho medo de perguntar o motivo. Ele parece ser um homem de poucas palavras.

Olhando para trás, vejo o ruivo paquerando uma das madrinhas.

Encontrei o motivo.

Permaneço quieta.

— Eu sou Bruce Wayne... -olha para a cesta, parecendo deslocado-

— Eu sei... ah... desculpa... eu sou Selina Kyle -ofereço um sorriso meio sem graça-

— Eu s.. -pausa a fala- é um nome bonito.

— Obrigada, senhor Wayne -aceno com a cabeça-

— Bruce. Prefiro Bruce.

— Perdão... -baixo a cabeça-

— Não precisa se segurar... quer dizer... não fique tímida... eu não mordo.

— Eu estou nervosa. -olho ao redor-

— Eu também. -admite e encaro seus olhos cristalinos-

— Eu senti o seu deslocamento. Parece que não sai muito de casa, não toma sol.. parece ser tímido e introvertido.

— C-como sabe disso?

— Sua pele... apesar de estar palido, suas bochechas são coradas. Vergonha.

— Touché.

Sorrio, me sentindo bem, pela primeira vez, neste lugar.

— Com o que trabalha? -pergunta parecendo curioso-

— Eu... -minha respiração acelera e eu paraliso- analista de jóias..

— Oh.. -seu olhar repousa em um dos meus brincos prateados.

"Vamos caminhando até os portões da igreja e esperem que se abram."

Eu posso fazer isso.

A mulher corrige nossas posturas e une meu braço ao de meu novo parceiro.

Forte, cheiroso, limpo, tímido e um pouco meigo. O tipo perfeito.

— Não está sentindo frio? -olha para mim- sua pele é quente.

— Acho que estou bem. -olho para seus chocolates- parecem ser deliciosos.

— Sua amiga, Kate, que os escolheu.-diz olhando para frente-

— Como sabe disso?

— Meu amigo não gosta muito de chocolate. É o que dizem, os opostos se atraem -dá de ombros-

— Você é um bom observador. Kate sempre amou chocolate. Quando pequenas, não tinhamos dinheiro para luxos como... -paro ao perceber que estou estragando o personagem que criei pra mim. Eu nunca mais quero ser humilhada. Nascer pobre não era culpa minha, mas continuar era.

— Está tudo bem? -a palma de sua mão apoia a minha, deixando meu braço relaxado-

— Tudo certo.

— Não fique tão nervosa. Se você tropeçar, eu vou estar aqui para te agarrar. Você não vai cair. Eu prometo.

— Você é um tremendo cavalheiro, senhor Wayne. Nunca conheci um tipo como o senhor.

— Bom... isso é uma pena.

— Realmente... a vida seria mais fácil se houvessem mais homens encantadores, delicados e gentis como você.
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I RUN TO YOU - BATCATOnde histórias criam vida. Descubra agora