24 - Jantar

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Bruce Wayne POV

Faz muito tempo que eu não vejo a Selina. Desde aquela noite, ela roubou muito bem ou parou de roubar.

Tenho que admitir que tenho sentido a falta dela. Ela me diverte.

— Oi Trevor. -sorrio- eu trouxe vinho e macarronada.

— Oi... -responde meio desanimado- entra.

— Qual madrinha vocês chamaram?

— Aquela com quem você dançou. Ela é a melhor amiga da minha esposa. Acho que ela chega em um tempinho. -Trevor dá de ombros-

— Quando o reverendo falou que nós padrinhos tinhamos a responsabilidade de cuidar do casal, eu não achei que fosse tão sério. -confesso-

— Eu não achei que fosse acontecer tão cedo... -ele fala e olha para a esposa. A mulher estava sentada no tapete. Ela chorava calada, com o olhar perdido entre as chamas-

— É algo grave, Trevor? -pergunto preocupado-

— Só precisamos conversar... -ele baixa a cabeça-

— O que aconteceu? -procuro seus olhos, mas ele continua com eles baixos-

— Ela engravidou, Bruce... -diz ainda sem olhar para mim-

— E isso é ruim? -me aproximo-

— Seria bom, se ela não estivesse com câncer... -Trevor tenta segurar toda a dor que estava sentindo dentro de si mesmo- ela veio me mostrar um ultrassom e... eu notei um cisto... e...

— Ah meu Deus... -abraço Trevor-

Ele e Kate realmente se amam. Deve ser difícil ter que matar o fruto do amor deles.

— Ela quer iniciar o tratamento depois do nascimento do bebê. O que, se acontecer, é daqui 7 meses. Ele vai nascer prematuro para ela ter mais tempo e... eu não consigo, Bruce... eu não posso falar pra ela desistir dessa ideia, porque quero nosso bebê... mas se ela for se tratar agora...

— Ela precisaria abortar... certo? -concluo e ele soluça contra meu peito-

Recém-casados e destinados à risco de morte. Meu Deus...

Ouvimos uma batida na porta e Trevor vai até a mesma para atender. Meu coração erra uma batida ao ver Selina, encharcada pela chuva passar pela porta.

— Por que a sua casa é tão longe do ponto de ônibus? Riquinho... ei... por que está chorando? -ela olha para Trevor-

— Eu vou buscar uma toalha... -ele tenta se recompor e vai até seu quarto-

— Qual é a dele? -pergunta para mim-

— Olá... -me perco em seus olhos verdes-

— Oi... desculpa, eu me assustei com o choro dele. -estende a mão para mim-

Minha mão engole a dela. Sua mão é muito pequena e magra.

Sorrio.

— Vamos ter uma noite longa. -admito-

— Mesmo? -suspira- pela Kate eu faço qualquer coisa. Não vou me incomodar.

— Bom... acho que eu digo o mesmo. Não sou de sair ou conversar, mas acho que consigo fazer isso. -olho para ela. A diferença de altura é gritante e me deixa maluco. Ela fica uns 30 ou 40 centímetros mais baixa que eu quando está sem os saltos-

É linda, de todo jeito.

— Você deveria ser mais social, senhor Bruce Wayne. Você é rico de coisas que o dinheiro não pode comprar... filhos, amigos... e também do que o dinheiro pode comprar.. comida, viagens, empresas, carros... tempo...

— O dinheiro não compra o tempo.

— O dinheiro te dá mais tempo com quem você ama... é um privilégio... -ela baixa a cabeça-

Ela tem razão.

— Vá viver o Zoon Politikon... deve ser agradável. -ela sorri de lado e deixa uma caixa de pizza ao lado do meu macarrão-

— Você é inteligente...

— O que? Achou que eu não tivesse feito a escola? Eu fiz. -ela responde na defensiva-

— Não é isso. Eu apenas a elogiei. -Trevor desce carregando uma toalha e roupas novas-

— Perdão... geralmente é uma forma que os homens usam para se sentir superior. Achar que nenhuma mulher é capaz de superá-los ou se igualar à eles.

— Eu sei que você consegue facilmente me superar, senhorita. -ela ri-

Ela me superou em todas as vezes que fugiu de mim. Ela é inteligente. Esperta tal qual uma gata. Ela é especial.
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I RUN TO YOU - BATCATOnde histórias criam vida. Descubra agora