38 - Afeto

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Selina Kyle POV

Eu estou dormindo. Muito bem, por sinal. A cama de Bruce é mais confortável do que qualquer uma que eu já tenha estado.

Eu tomei um banho pós-treino e me deitei. Não havia me dado conta de que estava tão cansada até dormir.

Acordo assustada quando sinto um braço enorme me abraçar por trás.

— Ei... oi, Selina, sou eu. -beija minha nuca-

— Me assustou, Bruce... -coloco sua mão em meu peito, acima do coração acelerado-

— Desculpa... devia ter previsto que você acordaria...

— Está tudo bem -beijo sua mão- você não precisa estar preparado pra tudo, o Batman não descansa?

— Eu não tenho sido muito o Bruce Wayne.. eu acho que até esqueci como é ser eu mesmo...

— Está tudo bem se afastar um pouco da trilha... uma hora você acha o caminho de volta... -me sento e beijo sua testa-

— Você já se perdeu?

— Se eu estou vivendo escondida desse jeito, sim, eu me perdi feio. -suspiro-

Bruce usa sua cabeça para empurrar a minha para o lado e beijar meu pescoço.

Um homem tão enorme como ele... é tão difícil de resistir.

— Você não é casado, né? -o afasto-

— Com o trabalho... -me puxa forte para ele e demonstra como é imensamente forte e nunca havia depositado sua total força em mim-

— Me mostra como é um tapa seu... -olho em seus olhos-

— O que? -me olha confuso-

— Me mostra sua força... nunca me bateu de verdade, não é? -ele se afasta e eu o persigo, subindo em seu colo-

— Eu não gosto de bater em mulheres e bom... eu nunca te vi como minha inimiga... -se aproxima e sente meu cheiro-

— Nunca quis me bater com toda a força que você carrega nesse corpo enorme e gostoso? -passo a mão por seu peitoral-

— Selina... eu não bato em mulher.

— Ah qual é... -me viro e empino a bunda- desconta em mim...

— Porra... -suspira e me dá um tapa fraco e eu me esfrego nele-

— Isso é tudo?

Mais forte.

— As plantinhas da Hera batem mais f.. -um segundo tapa vem com força. Porra- forte... -suspiro e empino mais-

Ele, calado, bate mais forte e eu perco o equilíbrio, caindo de cara no colchão, sentindo minha pele começar a doer.

— Seli, está tudo bem? -pergunta preocupado se passou dos limites-

— Mais... forte... -suspiro-

O ouço grunhir se irritando um pouco e dessa vez, seu tapa me arremessa para o lado. Caio deitada para cima no colchão.

— Isso... vem aqui, vem querido.. -ele se aproxima hesitante- você foi bem... -o puxo para cima de mim-

— Você gosta disso?

— Querido, eu aprendi a gostar de tudo... -sorrio-

— Sendo prostituta?

— É... eu... eu precisei atender aos pedidos dos meus clientes desde cedo... nem todos são bilionários com um mordomo fofo... eu fui para o Orfanato Way.. -paro-

— Orfanato Wayne? -seus olhos azuis se tornam sérios e intensos- lá não era um bom lar? Era para estar segura...

— Depois da morte do seu pai... o orfanato foi abandonado... fomos deixados lá, dependendo de voluntários que cozinhavam para nós... o resto do dia ficávamos sozinhos...

— Sinto muito... eu deveria ter cuidado disso...

— Não sei... você tinha 20 anos quando eu fui pro orfanato...

— Você foi morar lá com 6 anos? Ah meu Deus... deve ter passado por tanta coisa... -acaricia minha bochecha-

— Podemos... podemos não falar dessa época? -me sento, dando as costas para ele-

— Sinto muito... -me abraça por trás- hum... falando nas nossas idades, não me acha meio velho pra você?

— Ah, querido -agarro sua mão- eu gosto... você deve ter bastante experiência -beijo a palma de sua mão- sem contar que alguns cabelos brancos logo vão lhe cair muito bem... -mordo sua mão e ele ri-

— Isso ainda vai demorar.

— Espero que continue me fodendo até lá. Vou amar dar para um coroa tão gostoso... -sorrio-

— Para de ser assim -ele ri e abocanha meu pescoço-

— Que nojo -me assusto com a voz de Dick e pulo do colo de Wayne-

— Bate na porta -Bruce repreende e coloca uma almofada sobre o colo-

— Eu vim fazer um convite! Não achei que estivessem transando.

— Para quê precisa de mim? -Bruce pergunta meio impaciente-

— Vim chamar a Selina para a noite da pizza e filmes. -me olha curioso-

— Eu vou amar -me levanto e abraço o homem-

Logo, vejo o ciúme estampado nos olhos e nas sobrancelhas franzidas do homem.

Sorrio de lado.

— O que foi, querido?
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I RUN TO YOU - BATCATOnde histórias criam vida. Descubra agora