26 - Run

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Selina Kyle POV

— Harley... por favor... -tropeço para trás enquanto caminho devagar, tentando achar alguma saída- nós somos amigas, lembra? Sou eu, a Seli...

— Coringuinha quer você. Eu vim pegar, já que aqueles capangas idiotas não reagem -revira os olhos irritada-

— Ele não te ama, amiga... por favor...

— Você acha mesmo? Nós vamos casar, ter muitos filhinhos e ser muito feliz -ela sorri imaginando- ele me ama.

— Ele só ama o Batman... ele é obcecado por ele... olha no que ele te transformou... você era doutora... a doutora Harleen Quinzel. Por favor... ela não me perseguiria e.. -olho para a faca e o bastão de baisebol-

— Tá com medo de morrer? -ela sorri psicótica- você sabe que ele quer sua cabeça desde que você roubou aquele cristal do meu pudinzinho... sua puta!

Ela balança o taco na direção de minha cabeça e eu me abaixo, correndo para o banheiro e me trancando.

— Abre essa porra, gatinha -bate contra a porta- ps ps ps ps, vem.

Eu olho ao meu redor. Eu não tinha nada além do meu pijama, uma toalha,  o meu celular e uma janela.

Isso tem que ser o suficiente.

Subo em cima do vaso sanitário e olho pela janela. Tem um batente grosso o bastante para caber metade do meu pé. Ele leva até um cano, que termina na rua. Deve bastar.

Respiro fundo e olho para trás, vendo a porta começar a rachar e ceder enquanto ela investe com facadas e pancadas.

É agora ou nunca.

Me coloco para fora do meu apartamento e caminho na ponta do pé, tentando de alguma forma me agarrar à parede. Um passo infalso e... olho para baixo e a tontura me atinge.

Foco.

Foco.

Foco.

Equilíbrio.

Olho para frente e arrasto meus pés.

Finalmente, ao chegar ao cano, jogo a toalha por cima do ombro e o celular entre os peitos e deslizo para baixo.

Não hesitando em correr para longe ao aterrisar no chão.

Arlequina é instável.

Imprevisível.

As poças da recente chuva molham os meus pés. Eu preciso arranjar um lugar para dormir antes que Arlequina me ache. Antes que chova.

Caralho.

Eu não possi pedir ajuda à Kate pois ela e Trevor fariam muitas perguntas. Eu só preciso me esconder.

Já no centro da cidade, olho para um fast food e minha barriga ronca. Eu fui interrompida antes de jantar.

Tudo culpa daquele palhaço boiola com tesão em morcegos.

Puta que pariu.

Adentro o lugar, recebendo olhares que julgavam minhas vestes, minha falta de sapatos e o suor em meu rosto e pescoço.

— Oi.. boa noite... eu gostaria de um combo de frango, batatas e suco. Para viagem, por favor. -a atendente me olha de cima a baixo e anota o pedido-

— Forma de pagamento? -ela pergunta entediante-

— Débito... -tiro o cartão destrás do celular e insiro na maquininha. Pagando 25 reais no combo-

Provavelmente a comida é de uma qualidade duvidosa, mas é isso ou passar fome. Eu prefiro comer.

Eu preciso achar um lugar.

— Se não for incômodo, pode me responder qual é o saldo atual do meu cartão? Tem algum motel por aqui?

— Seu cartão está com 749 dólares. O motel mais próximo daqui é duas ruas para cima, subindo a avenida "Prefeito Thomas Wayne".

— Obrigada.. -sorrio e espero.-
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I RUN TO YOU - BATCATOnde histórias criam vida. Descubra agora