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‘essa foi a única vez que ele esteve tão perto de ruir’

2 anos atrás

Desde que o filho de Hermes tivera partido a dois dias atrás, Pandora passava mais tempo do que costume enfiada na oficina trabalhando em sua nova criança que estava praticamente terminada. Estava em uma parte mais afastada da grande oficina, ajeitando os detalhes finais do dispositivo exposto a sua frente. O calor dos muitos e muitos fornos já nem a incomodava mais, sempre gostou de estar perto das chamas e se sentia familiarizada com a sensação ardente em sua pele.

Todo dias pontualmente ao amanhecer e ao pôr do sol a garota subia a colina e se sentava ao pé do pinheiro de Thalia esperando por algum sinal de Luke. Sentia sua ansiedade aumentar a cada vez que voltava de lá sem a companhia do garoto, mas tentava se manter calma já que ainda estava dentro do prazo dado por ele antes que deixasse o acampamento. Uma sensação estranha fazia seu peito apertar, como se estivesse alertando-a que algo tinha acontecido, algo que ela não sabia o que era. As últimas noites estavam sendo insuportáveis, os pesadelos quase não a deixavam pregar o olho e sabendo que Castellan não estaria lá quando ela acordasse, deixava tudo ainda pior.

— Olá, ruivinha. — a voz harmônica de Benjamin se fez presente.

— Não me chame assim. — respondeu sem encará-lo. — O que quer Ben?

— Calma, eu só estou sendo amigável. — explicou levantando as mãos. — Onde está seu namorado assustador? — debochou.

— Provavelmente fazendo coisas de namorado assustador.

Um silêncio se estendeu entre os dois semideuses enquanto ambos digeriam o que tinha sido dito. Pandora revirou os olhos jogando a cabeça para trás se xingando mentalmente por ter dito aquilo, e ainda mais por ter dito para Benjamin.

— Então é sério?

— O que é sério? — desconversou.

— Você e Luke. Vocês realmente tem algo? Quer dizer todo mundo acampamento já meio que sabe, então...

Pandora deixou uma risada sincera escapar de seus lábios ao escutar o que o garoto estava dizendo.

— De onde vocês tiram essas suposições?

— Qual é Dora, você já viu a forma como ele te olha? Ou a forma como ele olha para todos os garotos que tentam se aproximar de você?

— Luke é meu... — se interrompeu recordando dos acontecimentos de duas noites atrás. — Ele é meu melhor amigo.

Um sorriso satisfeito surgiu nos lábios do loiro que se apoiou na bancada da oficina se aproximando da ruiva que o encarou segurando o riso.

— Então isso significa que eu ainda tenho chances.

— Ah, claro. Tem várias filhas de Afrodite que adorariam ter sua atenção, Ben.

— Nenhuma delas é você, Dora. — retrucou prontamente. — Você é diferente das outras garotas.

Um riso desacreditado ecoou pelo lugar enquanto a filha de Hefesto desativava o dispositivo que tivera terminado de montar. E antes que ela pudesse preparar uma resposta para dar ao filho de Apolo, uma garota de tranças escuras e feição nervosa atravessou a oficina indo em direção a onde os dois semideuses estavam.

— Ele voltou. — exclamou Annabeth.

No mesmo segundo, Pandora largou o martelo que segurava quase acertando a mão do garoto Diggory disparado em direção a colina antes que escutasse o final do que Annabeth tinha a dizer. Graças a velocidade de uma semideusa, em apenas alguns segundos ela já estava ao pé da colina onde prometeu estar assim que ele atravessasse a barreira. Porém a cena que viu fez que o sangue parecesse parar de circular pelo corpo da garota, o sorriso que carregava sumiu no mesmo momento e seu coração disparou.

BORN TO DIE - luke castellan Onde histórias criam vida. Descubra agora