“você é uma gênia Pandora Mellark”
dias atuais
Um resmungo cansado ecoou através do som agudo e estridente do bronze colidindo contra a lâmina longa da espada inimiga. Os pequenos galhos e folhas secas eram pisoteados com força e estalavam à medida que os semideuses giravam ao redor um do outro desferindo golpes e bloqueando investidas.
Suor escorria pelo rosto da garota, deixando evidente suas bochechas vermelhas graças ao esforço que fazia naquela luta. Seus cachos avermelhados caiam sobre seus olhos e balançavam conforme seus movimentos rápidos para desviar das investidas de seu oponente. A espada nem mesmo pesava em sua mão direita, da mesma forma que o escudo prateado se encaixava perfeitamente em seu pulso esquerdo.
— Então... você acha que é ele? — Pandora questionou.
O garoto avançou com a lâmina prateada em direção a ruiva, em seguida caminhando ao redor dela buscando uma brecha para atacá-la.
— Talvez. Ele matou um minotauro e nem sabia que era um semideus.
— Eu matei uma benevolente e também não sabia quase nada sobre semideuses.
O garoto revirou os olhos de forma provocativa com a fala se aproximando novamente para a batalha.
— O que quero dizer é que isso não significa que ele seja o cara. — explicou.
— É uma possibilidade... mas não se preocupe, estou cuidando disso.
Pandora suspirou profundamente e com um movimento inesperado acertou seu escudo contra o corpo do filho de Hermes o jogando no meio das folhas secas. Luke resmungou um xingamento em grego antigo enquanto esticava os braços sobre as folhas, puxando o ar com força para se recuperar.
— Nunca baixe a guarda perto de seu oponente, pequeno herói.
Uma risada debochada escapou dos lábios do outro quando seus olhos pousaram sobre a mão estendida em sua direção. Mas sendo tão sorrateiro quando sua oponente, o filho de Hermes a segurou pela mão mantendo-a no lugar por tempo suficiente para que acertasse uma rasteira a derrubando no chão junto a ele.
— Deveria seguir seus próprios conselhos, ruivinha.
— Trapaceando fica fácil. — zombou.
— Não me lembro de definirmos regras. — retrucou com um sorriso ladino.
Pandora bufou irritada cruzando os braços sobre o busto encarando o céu azul. Ambos permanecem no chão com os olhares perdidos na imensidão azul acima de suas cabeças, o silêncio recaiu e apenas seus pensamentos sussurravam no fundo de suas mentes sobre tudo que estava para acontecer. A garota contava as horas para que finalmente aquilo acabasse, pedia para que pudesse conhecer o mundo e viver longe de todo esse caos divino o mais rápido possível.
— Isso vai acabar logo. — murmurou sentindo Luke entrelaçar seus dedos. — Entregamos o que ele quer, pegamos que nos foi prometido e nosso acordo acaba.
— Pandora...
A ruiva desviou seu olhar do céu para o garoto ao seu lado, agora apoiado em um dos braços para que pudesse vê-la melhor. Uma de suas mãos brincava com os cachos bagunçados da filha de Hefesto, como se aquilo fosse a coisa que ele mais gostava de fazer.