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‘nem a ira dos deuses seria capaz de separá-los’

Não se passaram nem mesmo três minutos dentro daquele vazio que os transportava. Não tinham sons, nem cores e nem ao menos um sinal de onde exatamente eles estavam. A única coisa que dizia a garota que ela ainda estava acordada era o peso de Luke sobre seus ombros.

Quando seus pés finalmente sentiram o chão firme, Pandora nem mesmo se permitiu avaliar com clareza o local onde estava. Caminhou com pressa até a cama vazia do cômodo, deitando cuidadosamente o corpo machucado de Luke. O filho de Hermes ainda estava desacordado, mas seu coração ainda batia na caixa torácica. Pandora rapidamente abriu a mochila que carregava buscando pelo néctar e ambrosia que tivera roubado do acampamento antes de sua fuga desastrosa. Despejou o líquido amarelo em uma colher e fez com que Luke engolisse até a última gota da substância mágica.

— Você vai ficar bem. Conseguimos chegar até aqui, pequeno herói. Você tem que sobreviver. — murmurou acariciando os cachos do garoto.

De alguma forma, Luke sobreviveu ao choque do raio. Repassando o que tivera acontecido, Pandora chegou a conclusão de que a forma daquela ataque não fora tanta para matar, mas fora o suficiente para causar muitos danos. A filha de Hefesto estava ardendo em ódio, outro maldito deus tentara tirar não só a sua vida, como a vida de Luke sem nenhum remorso.

O plano tinha dado errado, Percy nunca se juntaria a Cronos e ela deveria saber disso, mas estava cega por sua liberdade e isso quase custou a vida de Luke. Agora mais do que nunca ela sentia o ódio pelos olimpianos aumentar ainda mais. Ela queria fazê-los pagar, queria vingança, queria fazê-los sentir a dor que seu garoto estava sentindo naquele momento. Pandora tinha uma alma pura e não gostava da ideia de matar, mas ao encarar os hematomas roxas e as queimaduras na pele agora limpa do filho de Hermes, tudo que ela desejava era o fim dos olimpianos. O olimpo iria ruir, cada pedra daquele lugar iria a baixo, ela se encarregaria de fazer isso acontecer. Pandora iria buscar vingança por sua mãe, por Luke, por Thalia e por todos aqueles que não tiveram escolha a não ser morrer pelos deuses.

Se levantando determinada a terminar o que tivera começado, Pandora reuniu um pequeno armamento, que contava com seu bracelete, a armadura que carregava na pedra em seu pescoço e por último mordecostas. A garota prendeu os cabelos de forma desajeitada enquanto fazia a espada que antes fora do titã do tempo reaparecer. Três cortes foram feitos em uma das portas daquele quarto velho do que parecia ser uma pousada e novamente o véu negro do portal voltará sacudir, convidando a filha de Hefesto para uma volta através do nada.

— Eu volto logo, pequeno herói. — a ruiva sussurrou deixando um selar na testa de Luke.

Sem nem sequer olhar para trás Pandora atravessou o véu negro, levando apenas três minutos para sentir o chão em seus pés e a brisa fria em seu rosto. Tudo estava silencioso ali, nem mesmo uma alma cruzava o caminho que ela fazia em completo silêncio. Seus passos eram tão leves que nem mesmo faziam barulho enquanto suas iris avelãs analisavam todos os arredores em busca de algum imprevisto. Em menos tempo do que esperava, a garota já estava em frente ao trono de Zeus, completamente vazio e desocupado assim como os demais. E como se a arrogância dele já não tivesse sido posta a prova uma vez, lá estava o raio, completamente desprotegido e a mostra como uma peça em um museu, e novamente assim como fizera a um ano atrás, Pandora o apanhou em suas mãos fazendo as faiscas azuis brilharem nas extremidades.

— Isso é por nós, mãe. Pela vida que nos foi roubada. — a ruiva murmurou baixo.

Lágrimas ameaçavam encharcar os olhos da garota ao se lembrar de tudo que tivera passado nos últimos anos, e de todas as coisas que lhe foram arrancadas à força. Pandora sentia tanta raiva, tanto remorso que parecia que seu peito iria explodir. O primeiro grito de ódio escapou dos lábios da garota ao mesmo tempo que o raio disparou em direção ao primeiro trono. Hefesto, o trono de seu pai se desfez em pedras e cinzas diante de seus olhos, e ela gostou muito de ver aquilo acontecer.

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⏰ Última atualização: May 07, 2024 ⏰

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BORN TO DIE - luke castellan Onde histórias criam vida. Descubra agora