Sirius sentia-se nervoso, mesmo que Ana tentasse o acalmar, era a primeira vez que ele dava um passo tão grande com alguém. E se fosse cedo demais? E se não fosse aquilo que eles esperavam?
— Está olhando o que?— Ele indagou ao vê-la o admirando com um sorriso bobo.
— Tô assustada...— Ela comentou desmanchando o sorriso.— Há meses eu não suportava você, e agora é como ver uma vida inteira ao seu lado, mas ainda somos tao jovens, tenho medo de me afogar em ilusões...— Admitiu ela.
— Ano que vem nos formamos, sabe disso, não sabe?
Sim. Ela sabia muito bem, mas não queria pensar naquilo, pensar em que se tornaria depois de Hogwarts, ou o que seguiria.
— Eu nunca senti isso, sempre achei que minha família arranjaria alguém pra mim, mas olha pra mim...— Ela aproximou-se dele e fez carinho no rosto.— Sou completamente apaixonada por um idiota, que me conquistou da forma mais idiota possível e agora eu não me vejo sem...
— Você está se despedindo de mim?— Ele indagou assustado, jamais pensou em ouvir aquilo de Anastasia, ainda mais numa noite de família.
— Para de ser idiota!— Ela deu um tapinha no ombro do mesmo e então riu.
— Gosto desse seu lado.— Sirius deu um selinho na mesma.
— Não se acostume.— Anastasia balançou a cabeça e então foi em direção a porta.— Te espero lá embaixo.
A noite estava agradável, todos os primos de Anastasia contavam sobre o ano letivo e Ana apenas observava, não se sentia parte daquilo, eram apenas pessoas egocêntricas, orgulhosas por conquistas fúteis, vazias e que não lhe agregariam em seus futuros.
— Soube que temos um convidado especial...— Dália, a prima mais velha de Anastasia comentou e então todos sorriram.
— E eu soube que ele é da família Black...— Matilda disse de forma histérica, Anastasia assustou-se com isso.
— Anastasia trouxe alguém?— A tia mais velha dela parecia animada, parecia entender do que se tratava.
— Me dêem um segundo.— Ela disse levantando-se e voltando até o quarto o qual ela estava hospedada.— Sirius? Você está aí?
Ao entrar no quarto, notou a atmosfera sombria daquele lugar, sua tatuagem coçou e então ela sabia, ele estava ali.
— Apareça!— A mesma gritou puxando sua varinha.
— Não precisa disso minha querida.— Valdemort disse aparecendo, ele estava com um terno e estava sorridente.
— Cadê o Sirius?— Ela o ameaçou, o lorde não mostrou reação alguma.
— Está apenas dormindo... Eu não sou um monstro Anastasia.— O mesmo apontou para a cama onde o rapaz se encontrava num sono pesado, enquanto falava com a garota.— É uma noite e tanto, por isso, vim lhe entregar isso.— O pingente vermelho brilhava, Anastasia sabia o que aquilo era, ela reconheceria uma magia daquela em qualquer lugar.— Pergunte a Leah se isso a lembra de algo.— Ele sorriu para a menina, pela primeira vez, o lorde das trevas não parecia tão maligno assim.— Já estive no seu lugar, também já tive dúvidas sobre meu passado.— O mesmo foi para trás da garota, colocando o colar no pescoço da mesma.— Precisa saber da verdade logo minha querida.— E em segundos ele já não estava mais ali, deixando apenas uma confusão na cabeça de Ana, aquilo a consumia de todas as formas possíveis.
A garota estava pálida, sua mão se punha em volta do pingente, uma mão em seus ombros foi o que a tirou de seus devaneios, como forma de defesa, ela apontou sua varinha para quem havia encostado em seu ombro.
— Calma boneca...— Sirius brincou, mas ao ver a garota notavelmente perturbada, a abraçou forte e fez carinho em seu cabelo.— Ei, ei, tá tudo bem...
— A minha mãe...— Ela repetiu isso diversas vezes e então caiu no choro, um choro de dor, agonizante, ela gritava para ver se doía menos, mas era algo que era impossível.
— O que aconteceu?— Leah correu em direção aos dois jovens, ao ver o olhar de fúria de sua filha assustou-se, jamais tinha a visto daquele jeito, aquele olhar lhe trazia lembranças de seu irmão, agora foi a vez da mais velha ficar assustada.
— O que você fez?— A voz de Anastasia estava mais grave, seu rosto estava vermelho.— Por que fez isso?
— Minha filha...
— Não me chame assim!— Ela gritou e então livrou-se do abraço de Sirius.— Fez um pacto de sangue com ele... É por isso que ele me persegue?— Ela gritava, parecia desesperada para ouvir uma resposta que não fosse óbvia.
— Não.— Leah respondeu enquanto passava sua mão pelo cotovelo.
— Para de mentir pra mim, seja sincera uma vez na sua vida, faça seu papel de mãe pelo menos uma vez.
— Você é sobrinha dele Anastasia.— A voz da senhora ecoou no fundo do cômodo, Ana sentiu sua cabeça girar e seu estômago embrulhou.— Ele não quer só uma comensal, quer uma família por perto, és tão talentosa minha querida, seria respeitada e amada pela comunidade bruxa...
— Ser temida não tem a ver com respeito!— Ela soltou-se do abraço de Sirius.— Vem.— Ela puxou o garoto, passando pelas mais velhas que se encontravam na porta do quarto, saindo sem rumo pelo terreno.
— Ei... Anastasia... Anastasia!— Sirius gritou para chamar a atenção dela, e então a mesma parou de correr.
— Eu sou um monstro...— E então a ficha caiu, ela caiu de joelhos na grama que estava molhada pelo orvalho.— Tenho o sangue daquele que é temido por todos...
— Eu não vejo essa Anastasia.— Sirius ficou de joelhos em frente a menina.— A Ana que eu conheço é uma ótima apanhadora de quadribol, inteligente o suficiente para faltar quantas aulas quiser e não ganhar detenção, e a garota mau humorada por quem eu me apaixonei... Sua família e seu sangue não definem quem você vai ser.
Ele a abraçou, e a deixou chorar, sabia que a garota precisava daquilo, e ela agradecia por ter ele naquele momento.
— Vamos para outro lugar.— Sirius pegou na mão da mesma e então ela concordou.
— Vem!— Ela segurou a mão dele e então os mesmo aparataram para um vilarejo próximo, haviam pessoas dançando e bebendo, a comemoração de natal estava animada, imediatamente o semblante de Anastasia mudou e ela puxou Sirius para dançar, era uma música folclórica, e pela primeira vez Ana tirou alguma lembrança boa daquelas aulas de dança que fez quando era mais nova.
Eles aproveitaram a noite toda, dançaram, riram e criaram memórias, de longe, era o melhor natal de ambos. Os primeiros raios de sol se denunciavam, Ana e Sirius estavam sentados num banco, ela tinha sua cabeça deitada no ombro do garoto.
— Feliz natal Sirius.— Ela sorriu e então suspirou.
— Feliz Natal Ana.
Eles sabiam, mesmo nunca tendo conversado sobre isso, mas enquanto tivessem um ao outro tudo estaria certo, aquele Natal havia sido só o começo de algo que duraria muito tempo.
[Continua...]
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I Will Always Find You | Sirius Black
FanfictionSirius Black, todos que ouvissem aquele nome, com certeza saberiam de quem se tratava, mas para Anastasia ele era mais que sua reputação. Ele era sua memória que dançava sob a lua, tão vazia e distante, mas também tão linda como as estrelas que ilum...