22 | Family night

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Sirius sentia-se nervoso, mesmo que Ana tentasse o acalmar, era a primeira vez que ele dava um passo tão grande com alguém. E se fosse cedo demais? E se não fosse aquilo que eles esperavam?

— Está olhando o que?— Ele indagou ao vê-la o admirando com um sorriso bobo.

— Tô assustada...— Ela comentou desmanchando o sorriso.— Há meses eu não suportava você, e agora é como ver uma vida inteira ao seu lado, mas ainda somos tao jovens, tenho medo de me afogar em ilusões...— Admitiu ela.

— Ano que vem nos formamos, sabe disso, não sabe?

Sim. Ela sabia muito bem, mas não queria pensar naquilo, pensar em que se tornaria depois de Hogwarts, ou o que seguiria.

— Eu nunca senti isso, sempre achei que minha família arranjaria alguém pra mim, mas olha pra mim...— Ela aproximou-se dele e fez carinho no rosto.— Sou completamente apaixonada por um idiota, que me conquistou da forma mais idiota possível e agora eu não me vejo sem...

— Você está se despedindo de mim?— Ele indagou assustado, jamais pensou em ouvir aquilo de Anastasia, ainda mais numa noite de família.

— Para de ser idiota!— Ela deu um tapinha no ombro do mesmo e então riu.

— Gosto desse seu lado.— Sirius deu um selinho na mesma.

— Não se acostume.— Anastasia balançou a cabeça e então foi em direção a porta.— Te espero lá embaixo.

A noite estava agradável, todos os primos de Anastasia contavam sobre o ano letivo e Ana apenas observava, não se sentia parte daquilo, eram apenas pessoas egocêntricas, orgulhosas por conquistas fúteis, vazias e que não lhe agregariam em seus futuros.

— Soube que temos um convidado especial...— Dália, a prima mais velha de Anastasia comentou e então todos sorriram.

— E eu soube que ele é da família Black...— Matilda disse de forma histérica, Anastasia assustou-se com isso.

— Anastasia trouxe alguém?— A tia mais velha dela parecia animada, parecia entender do que se tratava.

— Me dêem um segundo.— Ela disse levantando-se e voltando até o quarto o qual ela estava hospedada.— Sirius? Você está aí?

Ao entrar no quarto, notou a atmosfera sombria daquele lugar, sua tatuagem coçou e então ela sabia, ele estava ali.

— Apareça!— A mesma gritou puxando sua varinha.

—  Não precisa disso minha querida.— Valdemort disse aparecendo, ele estava com um terno e estava sorridente.

— Cadê o Sirius?— Ela o ameaçou, o lorde não mostrou reação alguma.

— Está apenas dormindo... Eu não sou um monstro Anastasia.— O mesmo apontou para a cama onde o rapaz se encontrava num sono pesado, enquanto falava com a garota.— É uma noite e tanto, por isso, vim lhe entregar isso.— O pingente vermelho brilhava, Anastasia sabia o que aquilo era, ela reconheceria uma magia daquela em qualquer lugar.— Pergunte a Leah se isso a lembra de algo.— Ele sorriu para a menina, pela primeira vez, o lorde das trevas não parecia tão maligno assim.— Já estive no seu lugar, também já tive dúvidas sobre meu passado.— O mesmo foi para trás da garota, colocando o colar no pescoço da mesma.— Precisa saber da verdade logo minha querida.— E em segundos ele já não estava mais ali, deixando apenas uma confusão na cabeça de Ana, aquilo a consumia de todas as formas possíveis.

A garota estava pálida, sua mão se punha em volta do pingente, uma mão em seus ombros foi o que a tirou de seus devaneios, como forma de defesa, ela apontou sua varinha para quem havia encostado em seu ombro.

— Calma boneca...— Sirius brincou, mas ao ver a garota notavelmente perturbada, a abraçou forte e fez carinho em seu cabelo.— Ei, ei, tá tudo bem...

— A minha mãe...— Ela repetiu isso diversas vezes e então caiu no choro, um choro de dor, agonizante, ela gritava para ver se doía menos, mas era algo que era impossível.

— O que aconteceu?—  Leah correu em direção aos dois jovens, ao ver o olhar de fúria de sua filha assustou-se, jamais tinha a visto daquele jeito, aquele olhar lhe trazia lembranças de seu irmão, agora foi a vez da mais velha ficar assustada.

— O que você fez?— A voz de Anastasia estava mais grave, seu rosto estava vermelho.— Por que fez isso?

— Minha filha...

— Não me chame assim!— Ela gritou e então livrou-se do abraço de Sirius.— Fez um pacto de sangue com ele... É por isso que ele me persegue?— Ela gritava, parecia desesperada para ouvir uma resposta que não fosse óbvia.

— Não.— Leah respondeu enquanto passava sua mão pelo cotovelo.

— Para de mentir pra mim, seja sincera uma vez na sua vida, faça seu papel de mãe pelo menos uma vez.

— Você é sobrinha dele Anastasia.— A voz da senhora ecoou no fundo do cômodo, Ana sentiu sua cabeça girar e seu estômago embrulhou.— Ele não quer só uma comensal, quer uma família por perto, és tão talentosa minha querida, seria respeitada e amada pela comunidade bruxa...

— Ser temida não tem a ver com respeito!— Ela soltou-se do abraço de Sirius.— Vem.— Ela puxou o garoto, passando pelas mais velhas que se encontravam na porta do quarto, saindo sem rumo pelo terreno.

— Ei... Anastasia... Anastasia!— Sirius gritou para chamar a atenção dela, e então a mesma parou de correr.

— Eu sou um monstro...— E então a ficha caiu, ela caiu de joelhos na grama que estava molhada pelo orvalho.— Tenho o sangue daquele que é temido por todos...

— Eu não vejo essa Anastasia.— Sirius ficou de joelhos em frente a menina.— A Ana que eu conheço é uma ótima apanhadora de quadribol, inteligente o suficiente para faltar quantas aulas quiser e não ganhar detenção, e a garota mau humorada por quem eu me apaixonei... Sua família e seu sangue não definem quem você vai ser.

Ele a abraçou, e a deixou chorar, sabia que a garota precisava daquilo, e ela agradecia por ter ele naquele momento.

— Vamos para outro lugar.—  Sirius pegou na mão da mesma e então ela concordou.

— Vem!— Ela segurou a mão dele e então os mesmo aparataram para um vilarejo próximo, haviam pessoas dançando e bebendo, a comemoração de natal estava animada, imediatamente o semblante de Anastasia mudou e ela puxou Sirius para dançar, era uma música folclórica, e pela primeira vez Ana tirou alguma lembrança boa daquelas aulas de dança que fez quando era mais nova.

Eles aproveitaram a noite toda, dançaram, riram e criaram memórias, de longe, era o melhor natal de ambos. Os primeiros raios de sol se denunciavam,  Ana e Sirius estavam sentados num banco, ela tinha sua cabeça deitada no ombro do garoto.

— Feliz natal Sirius.— Ela sorriu e então suspirou.

— Feliz Natal Ana.

Eles sabiam, mesmo nunca tendo conversado sobre isso, mas enquanto tivessem um ao outro tudo estaria certo, aquele Natal havia sido só o começo de algo que duraria muito tempo.

[Continua...]

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⏰ Última atualização: Mar 18 ⏰

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