Diário de um legado de Vulcano 6: Sexta feira...

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Piter Punk

Na manhã de segunda-feira fui ver com o Akira como a Coorte I havia se posicionado com relação ao nosso plano. Mal encontrei ele e já ouvi a resposta:

- Todos concordaram - afirmou com tranquilidade.

- Todos? - me surpreendi, inclusive porque - Eu não disse para você conversar apenas com os seus legionários em quem confiava para valer?

- Exato. - continuou impassível - Confio em todos e todos concordaram.

- Okeeey - respondi meio desconfiado - ótima notícia, vou conversar com os outros.

Fiquei na dúvida se dava um soco nele por ter contado o plano para todo mundo ou dava os parabéns por ter a lealdade de todos os Legionários da sua Coorte. Admito que fiquei com um pouco de inveja dessa capacidade de liderança.

Tive pouco tempo para esses pensamentos, alguns minutos depois já estava sentado no sofá da casa da Centuriã da Coorte II, Ingrid:
- Então - falei enquanto erguia uma xícara de chá mate - Como estão os preparativos para amanhã?

Ingrid tomou um gole da sua xícara de chá e começou a responder:

- Conversei com a Calina sobre isso, ontem à noite.

- Epa! Ontem à noite eu estava lá - lembrei como foi triste o meu encontro com Calina, acabei saindo muito tarde - Não é possível que você foi à enfermaria tão tarde. Aliás, nem possível e nem recomendável por q...

- Não fui - Ingrid me interrompeu - Mandei um zap.

Me senti um completo idiota. Acho que a minha cara deixou isso bem claro, já que a Centuriã da Coorte II continuou a conversa como se a minha intervenção não tivesse existido:

- Enfim, concordamos que a Coorte II não é um grupo para o combate direto, acabamos nos tornando muito mais um time de apoio e suporte.

Uma verdade, havia poucos guerreiros na Coorte II, bons guerreiros, mas poucos.

- Dos meus cinquenta Legionários, falei com vinte e cinco nos quais confio, o nosso plano tem o apoio de quinze deles. Os outros dez não irão participar, mas também não contarão a ninguém o que faremos.

- Válido. Como ficaram distribuídos esses quinze?

- Fortuna sorriu para nós - respondeu ela animada - praticamente todos os lutadores da Coorte me apoiaram: quatro espadachins, três escudeiros, três lanceiros, um arqueiro e um curandeiro, os restantes não lutam, mas estão ajudarão como puderem.

Pode parecer pouco, mas conseguir onze lutadores em uma Coorte com tão poucos guerreiros era um feito incrível. Mesmo pensando nos que "não lutam": a Legião é uma unidade militar, todos os legionários têm a sua utilidade no campo de batalha.

- Sou grato pela sua coragem - estendi minha mão - Peço a sua lealdade até o fim.

Ingrid parecia tomada de um novo ânimo e apertou a minha mão com firmeza:

- Sempre!

A minha próxima parada era o alojamento da Coorte III, chegando lá o Centurião da Coorte, Fells, já estava aguardando na porta:

- E aí! - me cumprimentou - Estamos de prontidão!

- Opa! - e fui direto ao ponto - Quantos?

- A grande maioria são combatentes - esse não era um começo promissor.

- Aonde quer chegar?

- Estamos bem, consegui vinte legionários.

Na sequência Fells fez o mesmo que Ingrid, passando a divisão dos vinte pelas suas especialidades, mas com um diferencial: Fells não era só incrível nas forjas, mas era também um excelente combatente e um de nossos estrategistas; já emendou a descrição dos seus legionários com as possíveis formações que poderíamos utilizar. Aproveitei para repassar os outros recursos que já tínhamos para que ele incluísse nas suas táticas de batalha, não sabia ainda quem viria da minha própria Coorte, mas expus as minhas suposições... essa conversa foi longe.

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