Diário de um legado de Vulcano 7: O homem de ferro roxo

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Após o final do meu turno fui direto para a minha casa, Legionários não tem permissão para dormir em casa no meio da semana, mas à essa altura do campeonato, quem se importa? Já iria quebrar um monte de regras mesmo.

Cheguei cedo, por volta das dezenove horas. Nesse horário o meu filho normalmente ainda está acordado, então fui direto para o quarto dele; desde o fim de semana passei pouquíssimo tempo com o Tiago: sumiço do Erick, ameaças do Luan e, por fim, as negociações para restaurar a ordem no Acampamento Júpiter.

Entrei em seu quarto mas fiquei parado na porta, em silêncio, ele estava brincando com os robôs de brinquedo que eu havia dado a ele em praticamente todas as oportunidades presenteáveis. Sendo meu filho, Tiago também era um legado de Vulcano, e é melhor já estimular a gostar de robôs desde cedo, alguns ele já havia desmontado e remontado (tá, essa parte normalmente com alguma ajuda minha) várias vezes.

- "Eu..." - nesse momento Tiago estava imitando a voz de Optimus Prime - "... não posso vencê-lo..."

- "Sucumba perante os Decepticons!" - Megatron falava com uma voz mais estridente, de cima de um travesseiro que fazia as vezes de morro.

A situação não parecia muito favorável para o líder dos Autobots, ele estava de joelhos e sozinho perante seu arqui-inimigo e diversos outros Decepticons.

- "Realmente, você não pode" - uma voz nova falou de algum lugar - "Não sozinho!"
Optimus se virou e viu o Bumblebee (que acabou de ser colocado na cena) de pé, ao lado de seu líder:

- "E você não está sozinho!"

E então vários brinquedos foram sendo colocados no campo de batalha: Super Sonic, segurando uma esmeralda do Caos; Goku Super Sayajin, de braços cruzados observando tudo; Naruto modo sennin com o Manto dos Sapos; Seiya de Pegasus com sua clássica armadura de bronze, já preparando o seu famoso Meteoro; Meliodas e Asta um de costas para o outro...

Comecei a imaginar uma música de luta tocando ao fundo.

Aquilo fazia algum sentido ? Não! Goku jamais lutaria contra um Decepticon, mas aquilo estava ficando interessante.

Goku foi até o líder dos Autobots e estendeu a mão.

- "Juntos?" - falou o Sayajin

- "Juntos!" - afirmou Optimus

Assim que o Transformer se juntou às fileiras dos heróis, gritou com determinação:

- "Vingadores!" - um silêncio se estendeu - "Avante!"

Com essa frase épica, mas um tanto quanto aleatória, começou uma gigantesca batalha pelo quarto.

- TIAGO! PUNK! - Marina gritou da cozinha - O jantar está servido!

- Obaaaa - meu filho largou os brinquedos e correu para a cozinha, pelo jeito eu estava invisível.

- Ei! - gritei - Logo agora? E o desfecho??? Estava no ápice!

Também fui em direção à mesa de jantar, meio chateado por ter sido privado do final da batalha, mas o TDAH (ou a fome) do meu filho falou mais alto e ele foi jantar. Pelo menos a janta valeu a pena, Marina havia pedido pizza! Sim, tem uma pizzaria em Nova Roma e graças aos deuses serve pizza normal; me perdoem os puristas, mas a pizza tradicional italiana é bem menos saborosa. Ela havia pedido três tipos: quatro queijos, califórnia e uma chocolate de sobremesa.

Eu amo pizza califórnia, mas quase nunca como: ela não é comum nos cardápios, normalmente quando tem são uma porcaria bagunçada e o lombo canadense espanta a Marina, que é vegetariana. A pizzaria aqui em Nova Roma tem no cardápio, é gostosa e, pelo jeito, hoje a Marina achou que eu mereço comer um pouco de lombo canadense após tanto estresse.

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