💊 Lidando com a verdade 💊

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Bruno

Quando retornei para o apartamento de Sophia, Sarah parecia ter cochilado e estava com a cara toda amassada.

- Ela conseguiu dormir? - perguntei.

- Sim. Precisou de remédio mas dormiu.

- Trouxe umas coisinhas, achei que ela poderia acordar com fome. Vou passar um café pra gente se alimentar também.

Logo, o namorado de Sarah também chegou e tomamos café nós três. Passava das seis Quando ouvimos o barulho de alguma coisa caindo no quarto. Sarah e eu saímos correndo pra lá.
Quando entramos, Sophia estava sentada no chão em meio a um monte de cobertas. Ela estava rindo.

- Tá tudo bem? - perguntei estendendo a mão para ela se levantar.

- Tá sim. - A voz dela estava bêbada, com certeza o remédio pra dormir. - eu tava com frio e vim pegar mais cobertas e caí. Me espatifei, puf! - ela fez uma careta engraçada e não pude deixar de sorrir.

- Vem aqui. - a ajudei a sentar na cama e notei que Sarah saiu de fininho. - eu pego a coberta pra você.

- Você tá bonito! Tá quentinho! Não tá molhado mais. - eu ri porque em sã consciência, Sophia jamais falaria isso. Poderia pensar mas não verbalizaria.

- Obrigado! - estendi um cobertor nela que havia se deitado. - acho melhor dormir mais um pouquinho pra passar o efeito do calmante e depois você vem comer alguma coisa.

- Fica aqui comigo! - suspirei fundo e passei a mão nervoso no cabelo. Ela estava bem doida de medicação e eu não queria que ficássemos sozinhos. Mas ela não demoraria nem cinco minutos pra dormir de novo. Daí eu voltaria pra sala.

- Tá bom! Dá um cantinho aí pra mim. - ela foi mais pro canto e me sentei na cama, perto dela. - a temperatura agora está boa pra você?

- Tá tudo ótimo! Você tá no meu quarto! - ela riu e eu fiquei tenso.

- Vai dormir, vai...

- Bruno!

- Fala.

- Eu gosto de você! -eu precisava parar ela.

- Eu também gosto de você! - o que eu sentia era bem mais do que só gostar mas era melhor me calar.

- Eu acho que tô apaixonada por você... - ela balbuciou essa frase e caiu no sono. De repente parecia que a temperatura no quarto dela tinha subido para 40 graus. Comecei a suar. Me levantei da cama e a olhei de longe. Sophia estava sob efeito de remédio, confusa, não podia ser sério o que ela disse. Mas eu gostaria muito que fosse.

- E eu amo você, Sophia! - disse baixinho sabendo que ela não estava ouvindo. Sacudi a cabeça negativamente e saí do quarto.
Quando cheguei na sala, Sarah me olhou com curiosidade.

- Ela dormiu de novo?

- Ela dormiu. É normal ela ficar assim quando tá medicada?

- As vezes sim. A dose que ela tomou hoje foi um pouco mais forte. Ela fez alguma coisa estranha?

- Não. Dormiu assim que se deitou novamente.
Aguardei até as nove pra ver se ainda a veria acordada mas acabei me despedindo do casal e indo embora pra casa. Eles precisavam descansar também. Sarah me agradeceu pela ajuda e disse que daria notícias assim que ela acordasse.

Agora eu dirigia de volta pra casa com aquilo que ela havia falado na cabeça. Deus sabe o quanto esperava ouvir isso dela, mas com ela sóbria nos meus braços. Que droga! Meti a mão na buzina pra alertar um motoqueiro que ele estava sendo imprudente. Irresponsável! Eu também estava nervoso. Hoje o dia foi intenso demais e eu estava uma pilha.
Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto. Não queria conversar com ninguém. Eu não estava apenas apaixonado por ela. Senti todas as dores que ela sentiu hoje. Me despedacei junto com ela e vê-la chorar daquele jeito e ser humilhada por aquela bruxa me matou. Isso não era paixão, ia muito além e me assustava.

Sophia 📚☕️Onde histórias criam vida. Descubra agora