Sophia nunca foi um grande exemplo de vida. Assim ela pensava. Passaria despercebida facilmente em qualquer lugar. Mas quem a vê em sua discrição e simplicidade não imagina a mulher que ela precisou se tornar para vencer um câncer e sair de um relac...
O dia havia amanhecido perfeito! A nossa casa pegava o sol da manhã bem de frente e quando abriamos as cortinas, entrava uma luz gostosa que dava vida a tudo ali presente. Estava na cozinha, sentada à mesa, de pijama naquele que era um dia importante na minha vida. Eu olhava o comprimido quando o Bruno chegou, seguido do Pitico que ainda tinha energia pra dar e vender, mesmo já quase um idoso. Onde o Bruno ia, ele colocava a patinha atrás. Era um grude! Adotamos mais três cachorros e duas gatinhas. O Gordo havia partido há cinco anos, o que nos deixou desolados.
- Bom dia, meu amor! - disse me beijando e servindo café. Daí ele olhou pra minha mão. - é hoje?
- Sim. - disse com os olhos já cheios de lágrimas. Ele então me abraçou.
- você venceu, meu amor! Eu tô muito orgulhoso de você! Muito!
- Não teria conseguido sem você.
- Teria sim e sabe por quê? Porque você é forte e corajosa e é a base da nossa vida, da nossa casa, da nossa família.
Antes que eu pudesse responder, dois furacões invadiram a cozinha já preparados para a escola.
- Mamãe! - gritaram e então Giulia pulou no colo do pai e Vinicius correu pra pegar um pedaço de bolo. - você vai tomar o seu último remedinho, né? - Giulia, a minha princesinha de cinco anos falou olhando o comprimido na minha mão.
- Sim, meu amor! O último! A mamãe está curada! - disse emocionada.
- Não chora, mamãe! - disse meu filho que era tão carinhoso quanto o pai me abraçando. Tomei o último comprimido da hormonioterapia, fazendo uma oração silenciosa e agradecendo a Deus pela minha saúde e de minha família. Sim, família que Bruno e eu construímos. Já havíamos nos conformado em sermos apenas nós dois e os bichinhos quando assistindo a um documentário nos veio a ideia de adoção. Entramos na demorada fila e foi então que conhecemos aqueles gêmeos recém abandonados no orfanato. Eram bem bebezinhos ainda e nós nos apaixonamos por eles no mesmo momento em que os vimos. Era uma ligação de outro mundo e, hoje, nem nos lembravamos que não eram de sangue. Obviamente precisaríamos ter essa conversa com eles quando crescessem um pouco mais, mas por enquanto queríamos apenas ficar ali os quatro abraçados até que o Bruno saísse com os dois pro colégio.
Essa é a minha história de superação. Nenhuma situação, por pior que seja, é irreversível. É preciso coragem e fé para levantar todos os dias acreditando que o melhor está por vir e que existem pessoas boas à nossa espera. Acreditar que em algum momento da vida iremos esbarrar com elas e permitir que elas quebrem as nossas muralhas com amor e amizade.
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Fim
Olá, meus amores! 💞🤧
Espero que tenham se emocionado com a história da Sophia. Tenho um carinho enorme por ela, pois passei por algo semelhante e achei que essa história poderia ajudar outras meninas.
Votem e compartilhem com seus amigos, pois talvez a história da nossa menina ajude mais pessoas que enfrentam o câncer ou não sabem o que fazer depois dele.