☔️ Revelações em dias frios ☔️

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Bruno

Quando Sophia me ligou informando sobre a sua consulta médica eu confesso que perdi o sono. Desde que a conheci, saindo de um tratamento bastante pesado contra essa doença maldita, vi que ela era uma menina que ainda não havia descoberto a sua força. Ela vinha pra mim totalmente abalada emocionalmente e se eu tinha uma certeza nessa vida é que eu gostaria muito de fazer parte de todas as etapas da sua cura.

Na pior das hipóteses como seu amigo apenas. Apenas não porque ser amigo de uma pessoa tão incrível quanto Sophia era um privilégio. Mas obviamente eu queria estar com ela de outra forma, em seus braços e ouvindo ela me chamar de amor, como ela estava se acostumando a me chamar. Era muito bom ter o amor que eu sentia por ela retribuído, mesmo que ainda de forma acanhada.

Eu a estava aguardando na recepção da editora, pois hoje iria acompanhá-la em sua consulta. Estava tentando segurar a minha ansiedade para que ela não ficasse mais nervosa do que já estava. Eu tentava passar pra ela uma calma que eu não estava tendo também. Eu não consigo imaginar qual seria a minha reação se as notícias não fossem boas. Não havia me preparado pra isso e me sentia horrível, pois desde que entrei nessa relação com Sophia eu deveria estar preparado para tudo afim de ser o apoio dela.

Pensar em assistir a quem se ama sofrer não é uma das coisas mais agradáveis do mundo. Me virei ao ouvir as portas do elevador se abrirem e ela sair lá de dentro, linda e ansiosa.

- Oi, me desculpe a demora! Estava finalizando uma reunião. - disse me beijando rapidamente.

- Não se preocupe, ainda estamos adiantados. Eu que cheguei mais cedo que o nosso combinado. - respondi pegando a papelada que estava em sua mão, fazendo peso.

- E quem ficou na cafeteria pra você?

- A Milena. Hoje ela tá de folga da faculdade.

Antes de sairmos, Sarah nos fez sinal para darmos notícias. Ela estava em uma ligação mas não deixou de sorrir nos observando. O tempo estava um pouco frio e abracei Sophia antes de abrir a porta do carro pra ela entrar. Corri até o outro lado para fugir do friozinho também.

Ao chegarmos no hospital onde Sophia era atendida, pegamos a senha e aguardamos o check-in na recepção. Não demorou muito para que ela fosse atendida e encaminhada para a segunda recepção no andar dos consultórios médicos. As mãos dela estavam geladas e eu coloquei os meus braços entorno dela tentando passar o máximo de carinho que eu conseguisse naquele momento.

- Vai dar tudo certo, meu amor! - disse beijando o topo da sua cabeça.

- E se não der? E se esse pesadelo voltar?

- Não vai acontecer mas se as notícias não forem as esperadas, eu vou continuar aqui te mimando de todas as formas que eu conseguir. Mas vamos acreditar no melhor, ok?

- Desculpa tá nervosa assim, tá! Já era para eu ter me acostumado. Mas é que...

- Para de se desculpar! Olha pra mim. - disse segurando o seu queixo para que ela me encarasse. - É natural o que você tá sentindo mas não pode deixar esse medo te dominar. Você é a pessoa mais forte que eu já conheci na vida e eu preciso que continue assim. Por mim, pela Sarah, pelo Pitico, pela minha família que já te ama muito... - ela me olhou com os olhos cheios de lágrimas e beijou minha mão antes de me encarar novamente.

- Eu amo você, Bruno! Amo de verdade e eu acho que é a primeira vez na minha vida que eu tenho vontade de viver até os meus 110 anos pra viver esse amor.

Eu havia pausado a respiração, não acreditando no que acabara de ouvir. Ela disse que me amava e queria viver por esse amor. Não consegui responder porque o nome dela foi chamado no painel indicando o consultório. Apertei a mão dela com força e seguimos em silêncio.

Sophia 📚☕️Onde histórias criam vida. Descubra agora