🍒 Um Sábado em família 🍒

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Seis meses depois

Estava me olhando em um espelho antigo no brechó onde vovó Mariana e eu estávamos garimpando algumas peças para nossas casas. Descobri na avó do Bruno uma excelente parceira de garimpo. Normalmente, passávamos uma tarde de sábado no mês rodando a cidade em busca de "novidades". A família Martinelli havia praticamente me adotado e era muito bom estar na presença deles. Eram pessoas muito divertidas e agradáveis. Conheci o outro filho de vovó Mariana, tio do Bruno o Lucca. Quando nós começamos a namorar, ele estava na Itália fazendo uns cursos no ramo da gastronomia e assim que retornou, meu namorado fez questão de um jantar de apresentação. Ficamos muito amigos também.

Um ano...

Esse era o tempo em que eu estava vivendo essa nova realidade. Um novo relacionamento, a descoberta sobre minha mãe verdadeira, a promoção no trabalho, minha saúde sendo restabelecida e tudo fluindo. Era uma sensação nova na minha vida. Quem me olhava hoje, com os cabelos crescidos, corada e um sorriso enorme no rosto não diria que há um ano eu olhava pra minha vida sem nenhuma expectativa e assistia o mundo desabando ao meu redor como uma mera espectadora que não tinha nenhum comando dos próprios passos.

O Bruno me trouxe segurança, carinho, respeito, cumplicidade mas eu sabia que a maior responsável pela minha virada de chave era eu mesma. Não que eu seria completamente feliz sem ele mas hoje eu sei que eu consigo me reerguer de qualquer situação, por pior que ela seja.

- Olha essa luminária, Sophia! Que encanto! - disse vovó Mariana me fazendo voltar para a realidade.

- Linda mesmo! Ficaria perfeita na sala de jogos.

- Ou na cafeteria do meu neto. - disse sorrindo.

- Realmente, seria um presente perfeito.

- Sim, um presente perfeito seu pra ele. - disse me entregando a luminária.

- Mas eu achei que a senhora quisesse pra casa...

- Ver o brilho no olho do Bruno recebendo um presente seu é melhor que qualquer coisa.

Realmente, ela tinha razão. Dava gosto presentear o Bruno só pra ver o sorriso que ele abria ao receber qualquer coisa, independente de valor. Ele gostava de ser presenteado igual a uma criança e isso me derretia inteira.

- Tem razão! Bom, já terminei as buscas de hoje. - disse mostrando um cesto com quatro peças de decoração que encontrei e ficaria perfeito no meu quarto. - vou pagar e podemos ir. - disse vendo que ela também já havia terminado.

- A luminária já tá paga.

- Assim não vale. Daí fica sendo um presente da senhora e não meu. - disse fingindo aborrecimento.

- Considere um presente meu pra vocês.

A abracei apertado, pagamos o restante dos objetos e seguimos pra casa dela. Eu estava na auto escola tentando tirar a minha carteira de habilitação então ela estava dirigindo. E dirigia muito bem por sinal.

Ao entrarmos, ela foi guardar as compras e eu fui procurar meu namorado para dar o presente dele. O encontrei se acabando em uma esteira, sem camisa e simplesmente maravilhoso na academia. Fiquei escondida observando o quanto aquele homem era lindo e como a cada dia que se passava eu me apaixonava ainda mais por ele.

- Vai ficar só olhando? - disse me assustando e diminuindo a velocidade da esteira para caminhada.

- Como sabia que eu tava aqui? - disse ainda escondida e rindo.

- Eu tenho um detector natural de Sophia. Sinto sua presença a quilômetros de distância.

- Ah é? E como é isso? - perguntei ainda escondida.

Sophia 📚☕️Onde histórias criam vida. Descubra agora