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Bellyana Mancini
Rio de janeiro, Nova Holanda 📍

Caralho, eu amava uma vibe meio caótica. É mesmo gostando muito, eu não tinha tempo pra ir nesses lugares onde a vibe era a menos calma possível.  Meu tempo era curtíssimo, era do salão pra casa, de casa pro trabalho do trabalho pra ong. Da ong pra casa, nos finais de semana. Nem sempre eu podia curtir com o Gaspar, as vezes ele ia pra missão. Ou saia com os amigos dele da boca de fumo, é eu ficava com as crianças. É porra, eu amava aquela vibe infantil. Risadas, jogos, vídeos, desenhos é até mesmo brincadeiras como pique, eu amava relembrar a minha época; eu chegava da escola ia direto brincar na rua, cara era cada brindeira maravilhosa.

Uma vez eu vi que a vida de ser adulta era tão chata, mas era só arruma uma criança, ou animal pra te alegrar. Inclusive, eu tenho cinco crianças que me alegram todos os dias. É tenho o pingo, meu cachorrinho que hoje está enorme. Eu só não fiquei com ele, porquê eu não tinha tempo de cuida dele. Na época, eu tinha a Antonella e o Arthuro pequenos, eles dois são um aninho só de diferença. Na festa da Tomtom, eu tava quade ganhado meu menino. É não sobrava tempo pra dar a atenção necessária pra um Pitbull, na verdade pra ele. Animal nenhum cresce sem atenção, sem carinho, é se cresce revoltado.

Deslizei a mão sobre meu cabelo ajeitando os fios negros entre às mãos, observando de longe a tropa do Gaspar parada em frente a lanchonete onde eu estava com a Nanda e as meninas, bato meu salto no chão revirando os olhos olhando meu marido parado no muro de cimento sem camisa, a pele morena brilhava no sol como ouro é a bandoleira do fuzil atravessada, deixando o fuzil nas costas pra Antonella não ver. Sinceramente! Eu odeio me sentir perseguida na moral, eu odeio. É ele sabe, é faz de propósito. Engulo em seco sentindo meu estômago embrulha com o cheiro de gordura velha vindo dentro da lanchonete. Emily, se ajeitou na cadeira colocando os cabelos longos para trás mexendo no celular.

Era aniversário dela no próximo sábado, decidimos fazer uma festa da Moana para ela. Será numa parte lá de Copacabana, no mesmo espaço de onde foi o aniversário do Matteo. É onde vai ser a festa dele do ano que vem também, lá é costume de fazer festas assim da nossa família. Era incrível lá, tinha piscina, churrasqueira e um espaço maravilhoso para dança. Emily estava desanimada; Todo seu aniversário, Shayenne levava ela para passear por Minas Gerais. Era tinha fotos incríveis em BH, em outras cidades bem famosas. Mas esse ano seria diferente, bem diferente.

Shayenne merecia um belo tapa, mas recebeu o convite da festa de aniversário da filha. Emily fez questão de ir entregar enquanto eu, Nanda e Antonella espera nessa lanchonete. Quando Emily voltou, sua expressão estava triste. É o olhar tão distante, me deu uma dor no peito como se fosse eu que estava passando por aquilo. Mas mesmo assim, eu animei ela dizendo que a mãe dela iria sim na festinha dela. Eu não tinha certeza de nada! Nunca tive certeza de nada que viesse da Shayenne.

Nanda: Ei, pretinha! Fica assim não, tua mãe é louca. Mas não burra – Sorriu prendendo o cabelo preto, ela estava linda assim. Mas bate aquela saudade do cabelinho de cobre, que o coração chega a erra as batidas quando eu lembro.

Antonella; Mesmo se ela não for ursinha, seu irmão vai tá lá! Eu vou está, o Arthuro é o Lucca – Sorrio abraçando a Emily que fez biquinho.

Emily; Eu queria que minha mãe estivesse lá, Dindas. – Nós olhou com os olhos repletos de lágrimas, olhei pra Nanda. Umedecendo meu lábio, balançando a cabeça concordando.

– Ela vai estar meu amor! Agora, vocês duas. Comendo, eu tô enjoada com esse cheiro – Fiz careta, levando o pedaço de salgado na minha boca. Fechei os olhos, sentindo aquele gostinho de infância. Nossa, que delícia!

Nanda: Bella, você ta grávida não está? – Neguei com à cabeça, mais uma!

Na próxima pessoa eu posso pedir música no fantástico.

Sexo no morro²Onde histórias criam vida. Descubra agora