Sétimo
Acordei sentindo meu corpo todo relaxado. Essa cama é realmente confortável.
A primeira coisa que vejo, é meu celular vibrar e o nome de mamãe aparecer na tela – então me dou conta que já é a quinta chamada. Mas isso não me faz atender.
Levanto sem pressa e estico o corpo, ando até a janela para poder ver a vista e me encanto ao ver a Torre Eiffel. Sorrio pequeno, satisfeita.
Quase uma hora depois, deixo o quarto já devidamente arrumada e sigo até a cozinha. Está bem cedo, mas Miranda está preparando um café quando eu chego. Congelo na entrada por uns segundos.
— Pretende ficar aí? — ela não soa grossa, foi claramente uma provocação. — Acomode-se, Emma.
Esforço minhas pernas a se moverem e sento o mais distante possível dela. Eu não falo nada e Miranda também não, apesar de seus olhos não saírem de mim.
— Como, — ela fez uma pausa enquanto gesticula com uma mão para mim. — Isso aconteceu?
Sinto minhas mãos suarem como se estivesse sendo entrevistada para ser sua secretária e as enxugo na calça. Minha garganta está tão seca! Mas, não sou eu quem vou levantar para pegar um copo d’água e correr o risco de cair na cozinha de Miranda Priestly, então continuo sentada.
— Bom dia! — Andrea entra na cozinha de repente, me assustando. Mas eu realmente fiquei feliz em levar esse susto, não precisarei responder La Priestly.
Eu a respondi e ganhei um sorriso seu, a vi se aproximar e deixar um selinho delicado nos lábios de Miranda e ir pegar uma xícara de café. O silêncio é quase palpável, mas não me atrevo a falar nada.
— Então, Emma, por que trabalha pra Regina? — encaro Andy meio confusa. — Eu li as notícias, você é uma Nolan.
— Isso não quer dizer nada. — respondi meio incomodada, detesto isso.
O que importa eu ser uma Nolan!? Eu não deveria trabalhar só porque minha família é rica?
— Eu adoro trabalhar para a Meg... Regina! — engulo seco diante do olhar de Miranda. — Isso basta.
Andrea abre a boca, provavelmente para fazer mais alguma pergunta, mas a Megera Gostosa chega com toda sua beleza.
— Miranda, controle sua mulher! Swan, você aceitou dar uma entrevista ou algo do tipo? — nego rapidamente. — Ótimo! Controle-se, Andrea, deixe seu espírito jornalístico para qualquer outra mulher.
— Não me recordo de você ciumenta, Regina. — a voz de Miranda soa baixa e rouca, mas audível o suficiente.
A Megera ergue a sobrancelha e decide ignorar. Seus olhos vêm até mim e ela me analisa de cima a baixo, demorando mais do que deveria na região do busto.
Eu realmente não quero pensar no que seu olhar me causa, eu deveria detesta-la e não querer que ela se aproxime para olhar mais atentamente o decote que coloquei sem a intenção de provoca-la.
Mas, confesso que farei única e exclusivamente com esse propósito a partir de agora. Não é nada mal receber suas olhadas indiscretas, para variar – já que sempre sou eu quem comete essas gafes.
Seus olhos vêm até os meus e consigo identificar algo como confusão ali.
— Perdeu alguma coisa? — sua sobrancelha se ergue sutilmente.
Nota mental: tratar meus picos de coragem!
Mas que porra eu falei!?
— Passe a reunião da manhã para a tarde e cancele a das três. — diz firme, seu olhar mudando totalmente.
— Claro, meu amor.
Ok, eu já posso me enterrar. Bem, não imediatamente porque meu corpo seria levado para meu querido país, mas eu já poderia morrer. Eu definitivamente não reclamaria.
Deixo a cozinha rapidamente e subo as escadas atrás do meu notebook ou celular. Não demoro a encontrar e vejo que há mais ligações de mamãe, mas eu somente faço o que minha chefe mandou. Sua única reunião será às duas horas da tarde.
Deixo o celular sobre a cama e caminho até o enorme espelho que há no quarto. Estou usando uma calça branca bem confortável apesar de ser elegante, uma blusa também branca com os primeiros botões abertos. Meu cabelo está muito bem amarrado, mas de um jeito bem bonito.
É sério que esses botões prenderam sua atenção? Isso é realmente interessante.
Decido descer para avisá-la sobre o cancelamento. Demoro um pouco para encontrá-las, já que não estão mais na cozinha. Estava prestes a empurrar a porta que tinha uma fresta aberta, quando ouço a voz de Miranda.
— Essa garota certamente gosta de você, Regina.
Prendo a respiração. Sério? Não tem nem 24h que estamos aqui!
— Mira, lembra de quando você não se metia na minha vida? Pois então!
Elas realmente são amigas! Sério, eu nunca soube de quem ninguém falar assim com Miranda Priestly!
— Você vai machucar essa garota, Regina. Por que não diz a verdade? Inventar uma namorada somente para seus pais não saberem sobre a-
— Não fale o nome dela! — sua voz altera um pouco. — Nada vai acontecer entre mim e a Emma, nunca.
— Quando você destruir essa garota, quero que me mande uma mensagem e diga que também se apaixonou. Quero que me diga que se apaixonou e fugiu e, no fim, diga que a destruiu. Eu amo saber que tenho razão. — recolho a mão que ainda estava sobre a madeira da porta. — Isso é tudo.
Engulo seco e deixo o corredor correndo. Como? Por quê? Não é possível, nem eu tenho certeza se gosto da Megera, - eu sei que tenho um leve crush nela – então como Miranda falou com tanta veemência sendo que me olhou para mim por, no máximo, trinta minutos?
E que porra a mulher que abandonou minha chefe realmente fez? Eu não a conheço, mas já a detesto. Como alguém tem essa mulher e faz uma burrada tão grande?
— Eu não sabia que pensamentos poderiam ser tão altos. — a voz divertida de Andrea me acorda. Olho-a meio assustada.
— E-eu...
— Não se preocupe, eu também detesto a Fiona.
— Fiona? — os olhos de Andrea se arregalaram exageradamente. Fiona...
— Eu nunca falei esse nome! Ok? — assinto freneticamente e consigo ver quando ela respira aliviada.
Então o nome da mulher mais burra que já ouvi falar é Fiona...
______________
E aí, comentem o que acharam!
Querem que eu volte amanhã? As coisas vão ficar boas... Hahaha
Até! ♡
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Acordo
FanfictionEstava tudo bem. Tudo indo bem. Mas, naquela manhã tudo mudou. Naquela manhã, quando a ruiva, irmã da Megera Gostosa - vulgo minha chefe - falou "Ela é Emma Swan? Ai meu Deus! Você não me disse que sua namorada era fofa!" Mas, a grande questão é que...