Estava tudo bem. Tudo indo bem.
Mas, naquela manhã tudo mudou. Naquela manhã, quando a ruiva, irmã da Megera Gostosa - vulgo minha chefe - falou "Ela é Emma Swan? Ai meu Deus! Você não me disse que sua namorada era fofa!"
Mas, a grande questão é que...
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Oitavo
Assisto, junto à Megera Gostosa, dois velhos rabugentos saírem do restaurante inconformados.
Eu fico abismada com a audácia dos homens em questionar minha chefe em algo que ela domina e eu simplesmente AMO vê-los sem argumentos e com o ego ferido, sendo sempre rebatidos a altura diante de uma mulher. Ou duas, se contar comigo, mas como estou aqui mais para fazer anotações mentais, não posso levar créditos pelo show que acabei de presenciar.
— Na quarta-feira, quando eles ligarem aceitando a minha proposta, diga que eu pensarei a respeito e que talvez haja uma alteração no valor combinado.
Sorrio orgulhosa e assinto freneticamente. Essa mulher é foda.
— Podemos ir. — faz menção de levantar, mas recua e me encara. — A não ser que queira sobremesa, podemos ficar.
Eu nunca recuso sobremesa, mas me sinto envergonhada em aceitar ficar quando ela já deixou claro a vontade de ir embora.
— Não, nós...
— Ok, Miss Swan, vamos pedir sobremesa. — acena para o garçom responsável por nossa mesa.
— Hum. Você não é de todo mal.
Eu definitivamente vou procurar tratamento quando voltarmos.
Seus olhos encontram meu rosto e, curiosamente, ela não está brava. Se eu não estiver louca – coisa que eu com certeza estou – há até uma margem de sorriso em seus lábios.
Não demora muito para o garçom aparecer com as sobremesas e tenho certeza como meus olhos brilham e minha expressão é de uma criança, pois ouço uma risada tímida da Megera.
— A sobremesa não irá fugir, Miss Swan.
— Você é tão chata, meu amor! — suas sobrancelhas se juntam e eu engulo com dificuldade a sobremesa. — Eu... bem...
Quando eu conseguir conversar com minha mãe, com certeza perguntarei se esses picos de coragem é coisa de família. É uma boa explicação. Se eu pudesse controlar, com certeza não falaria essas coisas pois tenho amor à minha vida apesar de algumas vezes não parecer.
Cerca de trinta minutos depois, saímos do restaurante e fomos caminhando pela calçada por um tempo, apenas sentindo o vento gostoso e a noite bonita e calma.
Desviei meus olhos de tudo que vinha pela frente e foquei na minha chefe, só então me dou conta de como ela está arrepiada. Respiro fundo para não me tremer e acabar caindo, e retiro meu blazer, passando sobre seus ombros. Esse meu ato chama sua atenção.
A Megera Gostosa me encara com confusão, dúvida, mas aceita. Ela não para de me observar e eu, pela primeira vez, não sinto receio em retribuir. Talvez ela tenha percebido isso, pois abriu um sorriso que causou um reboliço em meu interior.
