fim do acordo

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Décimo Sétimo 

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Décimo Sétimo 

Três semanas se passaram e, curiosamente, estou bem. Chorei nos primeiros dias? Sim, mas não morri.

Eu não voltei ao trabalho, mas não pedi demissão e nem ela o fez. Fiquei de casa mesmo marcando suas reuniões, resolvendo seus problemas e a enviando por e-mail qualquer coisa referente à empresa.

Todas as tardes desde que brigamos, por volta das três horas, recebo uma rosa artificial junto com um  pequeno ímã personalizado e, por mais que não tenha cartão, eu sei que é dela. Só ela saberia que eu detesto flores arrancadas e que amo imã, - eu os coleciono desde criança e ela sabe disso desde o dia que nós encontramos com mamãe. Não respondi em nenhuma das vezes, mas não parou de chegar. No primeiro dia ela tentou contato, mas eu não atendi.

Pode parecer maluquice, mas eu também não saí de casa esses dias. Ruby me ligou para saber o que estava havendo e o motivo de eu não aparecer e a Megera parecer triste. Selena mandou mensagem para sairmos, mas recusei educadamente. Conversei bastante com mamãe e vovô, e posso dizer que isso me fez bem. Contei sobre o acordo com minha chefe, e eles me disseram para dar uma chance, acredita?! Não os ouvi. Não sei de James e nem quero saber, eu sei que em algum momento terei de vê-lo, mas vou retardar esse momento o quanto eu puder. Eu ainda o amo, sei que sim, mas eu tenho mais raiva. No fundo, sei que o culpo pela morte do meu pai e ele ter casado com minha mãe não o ajudou. Talvez eu nunca aceite isso, mas agora sei que vou respeitá-los. Ou talvez eu nunca mais consiga falar com ele e, curiosamente, isso me dói um pouco.

Na quarta semana sem sair de casa pra nada e mais branca que papel, ouço a campainha tocar às três horas da tarde. Respiro profundamente e caminho até a porta, mas não é o entregador de sempre que está do outro lado quando abro uma pequena fresta.

Sinto um embrulho no estômago e um gosto amargo na boca, mesmo que meu coração esteja batendo acelerado.

— Oi... — ela diz baixinho.

Eu não respondi, só fiquei encarando sua imagem perfeita que parece mais uma miragem. Devo dizer que me senti decepcionada quando ela não veio atrás de mim? Se passou um mês...

— Eu já mandei sua agenda. — é a única coisa que consigo falar.

— Eu não vim por isso. Posso entrar? — meu primeiro impulso foi abrir passagem, mas logo tomei a frente rapidamente.

— Não acho uma boa ideia, você deveria ir.

— Emma...

— Não, Regina! Vai embora, por favor.

— Eu fico bem aqui, mas me deixa falar. — dá um passo mais para frente e eu recuo. — Só me deixa falar, não aguento mais essa distância, não te ver na empresa...

— Então é isso, esse é o problema?

— Você me entendeu errado. — ela gesticula nervosa.

— Vai embora, ok? Caso esteja insatisfeita, pode me demitir.

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