reencontro

1.9K 198 50
                                    

Décimo Segundo 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Décimo Segundo 

Dou algumas batidinhas na porta da Megera e espero sua permissão para entrar, mas isso não acontece. Segundos depois, a porta se abre.

— Oi! — falo espantada, ela nunca abre a porta. — Tudo bem? — pergunto entrando na sua sala e fecho a porta.

— Sim, minha garganta está doendo então não quis falar mais alto. — sua explicação sai emburrada junto com um revirar de olhos que me faz rir.

— Exatamente por isso que vim aqui. — lhe estendo um copo quente. — Esse chá é muito bom, imaginei que fosse preferir no lugar de mais um remédio. Não o deixe esfriar.

A Megera não diz nada nem tem uma reação imediata, fica com os olhos fixos no copo enquanto parece longe daquela sala. Espero pacientemente.

— Infelizmente não poderei cancelar mais nenhuma reunião, tem muita coisa atrasada. — digo por fim, na intenção de quebrar esse silêncio ensurdecedor.

— Claro... — ela pega o copo e dá a volta na mesa, sentando em sua cadeira giratória.

— Sabe, você não precisa ir almoçar hoje. — começo sem conseguir encara-la. — Eu entendo que não esteja muito bem, já iria mandar uma mensagem cancelando e

— Cancelando? Por quê?

— Eu... — engulo seco e coço a nuca, envergonhada. — Eu não queria ir sozinha, então....

Ela me interrompe, mas nada grosseiro como estou acostumada.

— Então você veja o restaurante e nós duas vamos. Se estou bem para ver um bando de gente que não gosta de mim, consigo ir a um almoço por você.

— Por mim? — pergunto antes que me dê conta.

Vejo seu rosto ruborizando e ela desvia o olhar, isso me arranca um sorriso.

— Pode se retirar.

Sorrindo, lhe dou as costas.

— Daqui duas horas eu volto com outro chá. — aviso e finalmente deixo a sala.

SQ

Isso vai ser bom, não sei porquê estou tão nervosa. Fala sério, é a minha mãe. Minha mãe que não vejo há seis anos...

Eu sei que pode parecer que fui uma idiota, imatura ou sei lá o quê! Mas eu passei muito tempo de luto, queria entender o motivo do meu pai morrer tão cedo, ele era bom. Passei dois anos me perguntando o motivo de pessoas boas morrerem. Imagine minha confusão quando, um ano depois – que eu ainda estava sofrendo pelo pai – mamãe me contou que estava namorando o James, meu tio e irmão gêmeo do meu pai. Eu não aceitei, não mesmo e, talvez, ainda não aceite.

Pra ser totalmente honesta, eu não aceito isso e talvez nunca aceite.

Não sinto falta da minha vida, nunca gostei de toda atenção sobre minha família, mas eu era a única. Todos sempre adoraram toda essa atenção, esbanjar dinheiro e eu sempre fui mais retraída neste quesito. Tinha meu grupo de amizade, alguns colegas, duas primas que considerava minhas melhores amigas, uma quase namorada – a Charlie Stallone -, era tudo perfeito. Eu amava a minha vida, mas diante de tudo que aconteceu senti que não me encaixava mais ali, eu vivia para tudo aquilo, em algum momento iria ser ensinada e logo assumiria os negócios da família. Então eu percebo que amo minha ainda mais agora, eu arrumei algo sem a influência do nome, eu tenho um carro velho mas com um valor sentimental gigantesco, uma casa confortável, eu vivo bem sem todo aquele luxo. Sem todas aquelas pessoas fúteis que se importam somente com o dinheiro que minha família tem. Sinto falta das pessoas, mas não o suficiente para voltar. Eu quero fazer diferente, talvez eu queira assumir tudo em algum momento? Sim! Mas, agora, não vejo isso acontecer.

O Acordo Onde histórias criam vida. Descubra agora