Reservas?

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Com uma desculpa esfarrapada à Lydia, Dean havia retornado à sua presença, não demorando muito tempo ali. Mesmo que não tivessem o hotel para ir, ele não gostaria de passar a noite naquela casa. Seria diferente.

Se sentia como um robô no caminho todo até o hotel e em todo o trajeto até o quarto, seus passos e interações eram completamentes artificiais, já que sua mente estava em outro lugar.

Encarava as luzes da cidade pela janela quando um pigarreio o chamou a atenção, virando para o funcionário perfeitamente uniformizado do hotel que havia acabado de trazer todas as malas. Sabia o que ele aguardava, então retirou sua carteira do bolso, pegando algumas notas para contar.

Viu de relance um flash incessante vindo da cama em que a loira fazia inúmeras poses. As malas enormes dela organizadas na frente da cama e quem visse poderia jurar que lá estavam os pertences de uma família inteira.

— Aqui. Fique com tudo. — Dean estendeu, achando nada mais do que justo.

Grazie, signore.

Grazie.

O funcionário puxou o carrinho que o auxiliava com as bagagens, logo saindo do quarto.

— Agora, é assim que eu gosto! — a mulher que já havia terminado sua sessão de fotos se levantou, comemorando ao ver um balde de gelo com uma garrafa que imaginou ser champanhe provavelmente deixada como mimo do hotel, pegando uma taça para despejar a bebida. — Dean, fará reservas para jantarmos amanhã à noite?

Quando não houve resposta, ela se virou para olhá-lo.

— Dean. — repetiu, finalmente tirando a atenção dele da janela. — Reservas para o jantar. No Yard.

— Certo. Claro. — concordou simples.

— Se quiser, pode convidar seu colega de apartamento.

— Não acho que ele irá.

— Acho que ele tem uma quedinha por você. — ela riu, os olhos fixos parecendo se recordar da cena. — Coitadinho. Ele parecia um cachorrinho apaixonado.

Dean, que já havia lhe dado as costas novamente, apenas suspirou fundo, sem ânimo para debater.

A ouviu tomar um gole da bebida, logo soltando um murmúrio de nojo.

— É prosecco. — reclamou, derramando o restante dentro do balde.

— Posso pedir champanhe se quiser.

— Não se preocupe. — recusou. — Vou tomar um banho.

Ela adentrou o banheiro, permitindo-o mais uma vez ficar em silêncio, imerso em seus pensamentos.

Castiel, por sua vez, tinha o celular em mãos, o dedo deslizando pelas fotos na galeria. Passou por uma em que havia fotografado Dean gargalhando em um momento do passeio deles, logo tratando de deslizar para a próxima. Não pôde evitar o riso quando a próxima era uma que havia feito questão de fotografar naquele fatídico evento, Dean fazendo de tudo para não soltar as mãos da sacada.

Fotografou o exato momento em que suas pernas balançavam pendendo no ar e sua boca estava aberta, provavelmente gritando para que todos soubessem que era britânico.

Ouviu um miado, levantando os olhos para encontrar o gatinho preto de olhos azuis sentado na janela.

— Desculpe. Sem azeitonas hoje. — ele disse, e como se o entendesse o gato se esticou para descer dali, indo embora.

Com um suspiro, Castiel se viu sozinho novamente.

[...]

Batidas insistentes na porta.

Amor em Verona • DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora