O Amor Acha um Caminho.

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Com suas novas malas em mãos, Castiel descia as escadas da Villa. Seu olhar viajando pelo pátio, sorrindo ao ver uma mulher fotografando a amiga segurando a famosa estátua de Julieta. Subiu seus olhos para o outro lado, vendo um casal na sacada, suspirando ao tentar memorizar cada detalhe dali.

Girando seus calcanhares, encontrou Uberto no final da calçada, os braços apoiando a cabeça e encostado no próprio carro, sorrindo para o moreno que trazia as malas em sua direção.

— Hora de ir?

, Uberto.

— E como foi sua estadia? Verona era tudo o que esperava?

Coincidentemente, essa pergunta também foi mais difícil do que Castiel esperava. Não por não ter superado suas expectativas, mas por talvez não saber descrever de maneira suficiente.

Emocionado, ele assentiu.

Mais.

Uberto repetiu a ação, estendendo a mão para pegar sua bagagem.

— Eu... Eu esqueci algo.

Castiel disse, lhe entregando a última bolsa que segurava antes de, em um aviso silencioso, caminhar de volta para a Villa.

Seu passos eram fortes e decididos, já sabendo o que procurava. Abriu a primeira gaveta do móvel de madeira no quarto, tocando o tecido rosa antes de desdobrá-lo para olhar o desenho costurado, a frase lhe fazendo sorrir pequeno.

Segurou o moletom, indo agora mais calmo até a porta. Calmo, até que ouviu a voz.

— "Ah, fala de novo, anjo brilhante!"

A voz grossa e elevada soou vindo de fora, e de dentro, Castiel sussurrou.

Dean.

Quando Castiel apareceu na sacada, Dean continuou.

"Porque és tão glorioso para esta noite, sobre a minha fronte... — Dean recitava alto e com um sorriso, Castiel o olhando lá de cima. — Como o emissário alado das alturas quando montado passa nas ociosas nuvens e veleja no seio do ar sereno." 

Quando terminou, seu sorriso se foi junto, percebendo a expressão severa de Castiel antes do mesmo sumir de suas vistas, sem dizer uma palavra.

Dean nunca foi romântico. Se alguém lhe dissesse que um dia ele estaria em Verona, se declarando com una recitação de Shakespeare em alto e bom som para alguém em cima de uma sacada, ele daria uma boa gargalhada.

Entretanto, achava pouco comparado ao que Castiel merecia.

Castiel era alguém doce, inteligente, sexy, engraçado, e mais um milhões de qualidades que nem mesmo Shakespeare poderia ser capaz de descrever. Então, mesmo com o coração partido, aceitou quando não foi correspondido e, sem mais insistência, se virou para ir embora. 

Mas, para sua surpresa, o barulho do portão da entrada se abrindo o fez virar, e viu a figura de Castiel parando no fim dos degraus.

— O que está fazendo aqui?

Sua voz era fraca, segurando as emoções que dentro de si, queriam gritar.

— Terminei com a Lydia. — ele contou. — Estou apaixonado por outra pessoa.

Ele sorriu, e Castiel em meio ao choro que tentava conter, se viu sorrindo também, os pés lentamente se movendo em direção ao outro que continuou a falar.

— A questão é: Nós dois estávamos certos. Acho que existe algo chamado destino. Mas... — quando Castiel finalmente parou à sua frente, ele se aproximou mais. — Você ainda tem que escolher se o aceita ou não.

Ele respirou fundo, seus olhos viajando por cada canto do rosto do moreno.

— E eu escolho você, Castiel.

Receoso, ele perguntou quando Dean esperava alguma resposta.

— Por quê?

— Porque sinto falta de rir com você. — rebateu, já sorrindo apenas de chegar mais perto dele. Os olhos azuis marejados, o sorriso crescendo. — De brigar com você. Realmente sinto falta de comer cavalo falso com você.

Castiel deixou uma escapar uma risada, e Dean riu com o feito. Quando os fios morenos se abaixaram fitando o chão, Dean se fez lembrar de um fato importante.

— E... Sei que está noivo. Eu vi ontem à noite, e sei que talvez já seja tarde demais. Mas...

Seus olhos se firmaram nos azuis de Castiel, a testa franzindo ao expressar.

— Se você não sentir o mesmo, então... Acho que seria a maior tragédia, como Romeu e Julieta jamais foi.

Castiel prendeu o lábio inferior entre os dentes, umedecendo-o quando o sentiu seco demais. Diferente de seus olhos que, quando piscou uma vez, fez com que algumas lágrimas descessem.

Então, levantou sua mão esquerda, sorrindo choroso ao que Dean notou seu dedo vazio.

— A estranheza dele não combinava com a minha. — disse simples, dando de ombros. Um sorriso de felicidade se estampava em ambos os rostos.

— Silvio estava certo. — Dean sorriu, avançando mais alguns passos.

O amor acha um caminho.

Juntos, os dois disseram, sem conseguir ou querer esconder a alegria que sentiam ao finalmente dizerem um ao outro o que sentiam, sem provocações ou guerra de egos.

Apenas amor, em sua mais pura forma.

— Eu sei de uma coisa. — Castiel entrelaçou seus braços em volta de seu pescoço. — Com certeza ele vai ganhar cinco estrelas!

Não pararam de sorrir nem quando suas bocas se encontraram, o desejo enfim realizado ao sentir os corpos grudados e as línguas se conhecendo de forma tão íntima e intensa.

Bravo, bello! — Castiel ouvir Uberto comemorar, ao mesmo tempo que seus dedos subiram entre os fios loiros.

E ali, embaixo da sacada de Julieta e em frente à sua estátua, o amor deles se firmou. Não sabiam se a lenda era verdadeira, mas também não importava. Tudo o que pensavam era em como queriam ter feito isso antes, mas não ligariam nem um pouco de fazê-lo pelo resto de suas vidas.

Castiel pensava que Romeu e Julieta era a maior história de amor já feita. Isso foi até conhecer Dean, que, de maneira recíproca, entendeu que nenhuma outra história de romance jamais chegaria perto do que sentiam.

[...]

Sério gente, fala se não é a coisinha mais linda do mundo esse final? 🥺🥺

Quero agradecer vocês por terem me acompanhado até aqui, espero de coração que tenham gostado da história assim como eu.

E esse negócio de inteligência artificial é babado né, achei várias fotos que já dão umas idéias loucas...

Até a próxima! Vem aí... 💗

Amor em Verona • DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora