• Capítulo vinte e cinco: Se eu luto, é porque pretendo vencer •

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Meu pulmão procurava ar incessantemente. Meu peito subia e descia. Minhas patas já doíam de tanto correr, minha língua estava do lado de fora quando parei com essa corrida e me deparei com a frente do castelo de Valquíria. Medonho, negro e repleto de cheiro de rosas brancas de cemitério, por conta do jardim em volta da grande estrutura.

Meus olhos animais capturaram um colar no gramado. Farejei o cheiro e conheci aquilo como sangue humano, franzindo o nariz pelo aroma de magia negra que nele habitava. Desagradável, cheiro de infelicidade e morte.

Cavei um buraquinho pequeno com minhas patas peludas e empurrei o colar para dentro dele, enterrando e farejando para saber se tinha sobrado algum aroma que indicasse que algo estava enterrado ali. Olhei pelos canteiros da floresta e de lá vi minha alcateia, grande parte ferida, escondida nas árvores. Arqueei minha orelha felpuda quando ouvi o rosnar doloroso de Bogum.

Tinha morrido.

Senti meu peito arder e automaticamente todos da alcateia uivaram, e jurei ouvir o uivar do meu irmão também, mas não tinha como eu saber onde ele estava com tanta dor inundada no peito.

Ele morreu feliz, eu sei disso.

Tudo que Bogum queria era voltar para a esposa e o filho, mas queria que fôsse natural, por ele sofreria a vida toda, mas se sua esposa descobrisse que ele não tinha morrido acidentalmente ou por causas naturais, ela não o perdoaria.

Eu não quero imaginar minha vida sem o Jungkook.

Porque eu não consigo imaginar um futuro que ele não divida comigo.

Minha alma se quebraria por inteiro, e não sobrariam faíscas para acender a fogueira que habita em mim.

Bogum tinha morrido sim, mas era um alfa forte, leal e dependente. Um verdadeiro monstro, no bom sentido da palavra.

Era isso que nós éramos afinal.

Mostros. Porque nós acabávamos com o inferno, mostros porque enfrentávamos os problemas e arcamos com as consequências dos atos errados.

Nós éramos mostros, Soju era uma formiga nos nossos pés. Um covarde sem palavra.

Ele não era dos nossos.

Ele não era um monstro.

- Jimin! - Ouvi Hoseok "dizer" enquanto corria com seus pelos preto e branco esvoaçando -

- Hoseok!

Corri o mais rápido que pude para perto dele e o derrubei no chão, dando mordidinhas carinhosas e o vendo se remexer enquanto arreganhava os dentes.

- Vc tá vivo! - Hoseok exclamou ofegante e se levantou do chão -

- Zoe, Namjoon e a rainha me salvaram... Eu preciso ir, Jungkook não irá me encobrir junto com Namjoon sozinho. E eu te peço uma coisa, não morra e salve Jungkook caso eu não volte. - Falei depressa me preparando para voltar a correr -

‐ O quê? Vc vai voltar junto com a gente! - Ele tinha urgência na voz, desespero, como se a um passo eu pudesse levar uma flechada no olho -

- Eu posso voltar sim, mas pode ser em cima da hora, e até lá Jungkook pode estar ferido ou passando mal.

- Realmente se importa com ele? - Ele perguntou sem ofender, como se precisasse da minha afirmação para salvá-lo -

- Eu o amo.

Monsters { JK BOTTOM }Onde histórias criam vida. Descubra agora