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— Helô? — Stenio estranhou ao vê-la entrar pelo corredor. Já chegou perto apoiando as mãos na barriga.
Estava linda. Cada vez mais linda. A gravidez então.. Lhe dava um brilho que ninguém sabia explicar. Sempre muito bem vestida. Por mais que isso custasse reformar o closet inteiro e abandonar os croppeds que a delegada costumava usar.
A gravidez já estava bem avançada. Ela respirava bem fundo e se segurou no braço dele.
— Eu e Guida estávamos por aqui. Como eu não queria ficar sozinha em casa e ela tinha outro compromisso, ela acabou me deixando aqui. Até porque.. Já já você vai pra casa, não é?
— Sim amor. — Ele beijou a boca dela devagar, esperando que ela se acalmasse. — Você fica na minha sala. Quer água? Quer comer alguma coisa?
— Eu pego uma água no frigobar da sua sala, não se preocupa.
— Tem certeza?
Ele estava prestes a entrar em reunião com um cliente e ela tinha percebido.
— Certeza, Stenio. Me encontra lá quando tiver terminado tudo e a gente vai pra casa, tá bem?
Ela entrou no elevador e notou como ele ficou preocupado. Mandou um beijinho no ar para ele.
Andou até o final do corredor, abriu o frigobar e pegou uma garrafa d'água. Estava desesperada para sentar quando alguém abriu a porta.
— Ste, você precisa assinar os.. Ah, Helô! Você aqui! — Os olhos desceram automaticamente para a barriga.
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Era Fernanda. Heloísa adoraria explicar o quanto aquele apelidinho ridículo a irritava e fazia com que a delegada quisesse arrancar fio a fio daquela cabeça loira da advogada.
— Eu aqui. — Heloísa parou e sorriu, colocando a mão na barriga como forma de proteger -sem saber do que- já que sentia algo pesado naquele olhar.
— Ta linda grávida hein. — As mãos da advogada se cruzaram com os papéis ali.
— Obrigada. — Heloísa ofereceu um sorriso. — Quer que eu entregue algo pro Stenio? — Ela perguntou, já esticando a mão na direção dos papéis.
— Bom.. Claro. Ele precisa assinar estes daqui.. Ele sabe a respeito de que são, enfim.
A advogada deixou tudo nas mãos da esposa de Stenio.
— Falta quanto pra nascer? — Fernanda perguntou voltando no assunto.
Heloísa deu a volta pelo escritório e se sentou na cadeira de Stenio, colocando os papéis a sua frente e abrindo a garrafa d'água. Serviu-se um copo e tomou, tentando manter a calma.
Por que mesmo essa ex ficante dele a irritava tanto se eles estavam casados e esperando outro bebê? Não fazia sentido.
— Menos de um mês. — Helô murmurou.
— Caraca, como o tempo passa rápido. Bernardo, não é? O Stenio só fala disso. Tá todo orgulhoso. Feliz. — Fernanda constatou.
Heloísa mordeu o lábio inferior sem saber muito bem o que dizer.
— É ele ficou bem feliz quando descobriu o Bê. Tá super protetor até umas horas.
— Ele diz pra todo mundo aqui que tá adiantando as coisas pra ficar mais tempo em casa quando o bebê nascer. Haja hora extra nesse escritório.
Heloísa riu fraco. Sabia bem sobre ele chegar tarde em casa, com aquele mesmo perfume que ela usava.
Olhou a mulher de cima a baixo. Pelo que Stenio dizia elas tinham a mesma idade mas Heloísa não conseguia parar de se comparar. O corpo delicado de alguém que não estava toda inchada da gravidez. Ela toda arrumada, maquiada, alinhada.
Não que Heloísa estivesse feia, não era isso. Mas afinal tinha uma enorme barriga no meio do caminho. E ela começava a misturar os pensamentos do que Stenio estava achando sobre ela. Que perdesse o tesão nela. Isso não aconteceu na gravidez de Drica, quando ela era hiper mega jovem. Mas ele também não tinha uma deusa grega do lado com quem trabalhar que deixasse Helô tão insegura.
— Eu tô tentando também. — Fernanda admitiu. — To namorando um cara e.. Bem.. Ele parece querer tudo isso comigo. Então estamos tentando.
— Ah, que legal. Isso é ótimo. Boa sorte.
— Alguma dica? — Fernanda deu um risinho baixo.
— Bom eu e Stenio não estávamos necessariamente tentando. Só.. Aconteceu. É só não se cuidar e pronto. — Heloísa riu baixo.
— É.. Já faz uns meses que estamos tentando. E nada ainda. — Os olhos de Fernanda estavam fixos na barriga e Heloísa queria por algum motivo sumir dali. — Como foi a reação dele ao descobrir?
Helô respirou fundo.
— Fiquei bem nervosa na verdade. Desde que tivemos a Drica nós tentamos uma vez mas não deu certo e mudamos de assunto. E aí você me contou que ele não queria e eu.. Entrei em pânico. — Heloísa confessou. — Mas ele ficou bem emocionado. Parecia feliz.
— Da pra ver que ele está ansioso demais. Extremamente feliz. É o melhor presente que você poderia dar pra ele. — Fernanda afirmou. — Ele fala que vai ser pai de novo pra absolutamente todo mundo por aqui. Secretárias, as moças da limpeza, os clientes.
Heloísa deu uma risadinha.
— É a cara dele mermo. — Balançou a cabeça negativamente.
— Bom.. Eu vou indo então. Boa sorte. Por essa semana vamos organizar uma festinha surpresa aqui pra ele e dar presentes pro bebê.
— Ele vai amar. — Heloísa sorriu genuinamente.
Fernanda engoliu a seco.
— Tchau Helô. Não sei se vou te ver tão cedo então.. Bom parto!
— Obrigada. Boa sorte.. Engravidando! — Helô fingiu uma risadinha. — Manda bala e deixa as pernas pra cima pros ovinhos fertilizarem.
Fernanda riu baixo e saiu dali.
Heloísa respirou fundo tirando aquele sorriso falso do rosto. A presença dela a incomodava profundamente. Era ciúmes. Mais claro ciúmes. E ela sabia disso.
— O papai chegooou. — Stenio anunciou abrindo a porta uns 40 minutos depois. Helô Estava deitada no sofá, e precisou da ajuda dele pra levantar.
Sentiu aquele cheiro nele, de novo.
— Stenio.. — Ela o encarou dentro dos olhos. — Você está me traindo? Não minta que eu te conheço como a palma da minha mão.