estranho

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Heloísa levantou para tomar um banho e trancou a porta. Stenio estranhou.

Bateu ali.

- Helô.. Tá tudo bem? - Tentou abrir a maçaneta e de fato estava trancado.

- Sim. Tudo certo. Só quero tomar um banho relaxante quietinha sem interrupções - Ela falou em voz alta.

O medo dele era que ela passasse mal.

- Qualquer coisa me chama. - Ele pediu.

- Tá bem.

Heloísa tirou a roupa vagarosamente, bem como o curativo da bala. Olhou as costelas machucadas, todos os hematomas em seu corpo. Virou para o lado direito, depois para o esquerdo.

Ela tinha tomado a decisão certa. Estava toda desmanchando fisicamente.

Tomou um banho quentinho e relaxante. Teve dificuldade para lavar os cabelos porque tudo doía muito.
Saiu do banho já de pijama.

Stenio notou que ela não ficava mais nua perto dele.

- Posso pentear seu cabelo? - Ele sugeriu vendo ela se sentar na frente da penteadeira com o pijama de seda muito bem abotoado, bem distinto das camisolas que ela costumava usar

- Posso pentear seu cabelo? - Ele sugeriu vendo ela se sentar na frente da penteadeira com o pijama de seda muito bem abotoado, bem distinto das camisolas que ela costumava usar

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Ela tinha feito os curativos sozinha. Não queria que ele visse. Aceitou, no entanto, que ele penteasse seus lobos cabelos acobreados para trás e fechou os olhos sentindo o carinho. Não sabia o porquê, mas acabou lacrimejando com aquele toque tão afetivo e carinhoso. Uma lágrima escorreu em seu rosto com a delicadeza dele. Ela o amava com todo seu coração, e tinha a certeza do oposto.

Stenio beijou a bochecha dela.

- Prontinho. Quer que passe algum creme alguma coisa?

Heloísa gargalhou olhando pra ele no reflexo do espelho.

- Como se tu conseguisse!

- Ei, eu já fui pai de menina. Pode falar, vai dando os comandos. É esse aqui, né? - Ele pegou o primeiro produto que sempre viu ela usar borrifando no cabelo. espalhou com os dedos. - Tem mais algum?

- Esse. - Helô apontou porque doeria demais pegar e dar para ele que estava atrás de si.

Stenio pegou, colocou alguns pumps na mão.

- Assim tá bom? - Mostrou a quantidade para ela no espelho.

- Mais dois! - Ela recomendou.

Stenio obedeceu. Deixou o frasco em cima da penteadeira.

- Esse não pode na raiz. né?

Heloísa não conseguia parar de rir. Os pés estavam em cima da cadeira e ela se divertia assistindo o marido pelo reflexo.

- Da metade pra ponta, amor. - Ela explicou.

E ele fez direitinho.

- Pronto. - Ele secou a mão. - Quer secar com o secador?

Heloísa assentiu.

- Tá, eu acho que eu sei onde você deixa.. - Ele caminhou até o closet e pegou o secador de cabelo dela.

Heloísa fechou os olhos enquanto ouvia aquele barulho do motor e as passadas concentradas que ele dava de vento para que ela não se queimasse. Ele era extremamente cuidadoso.

- Sabe, você podia ser cabeleireiro. - Ela sugeriu, depois que se levantou pronta. Seu cabelo estava lindo.

- O pai é perfeito em tudo que se propõe a fazer. - Bateu no peito. - Você sabe bem. - Flertou. Não aguentava mais não flertar.

- Você também podia ser gay. Com toda essa delicadeza aí.. Não sei não. - Ela fingiu desconfiar.

Stenio gargalhou.

- Poderia sim. Pra sua sorte, não sou, sou seu. - Ele a tomou pela cintura, grudando o corpo ao dela.

Heloísa ficou estática olhando para ele um tanto assustada.

- É meu? - Ela sussurrou, o olhar pendendo entre os olhos e a boca dele.

- seu. Todo seu. Pra sempre seu.

Ele confirmava enquanto roubava selinhos ao fim de cada constatação.

Heloísa não aguentou e aprofundou o beijo. O levou para a cama, querendo mais. Colocando a mão por dentro de sua cueca. Stenio já estava duro, desesperado por ela.

Ele mesmo tirou suas próprias roupas porque sabia que ela não teria força ou habilidade para fazer isso. Quando foi tirar a roupa dela, ela o parou.

- Só a parte de baixo - Pediu num sussurro.

Stenio estranhou, mas assistiu, obedecendo. Voltou a beijá-la com amor, carinho, saudade e ferocidade. Tentava ser o mais delicado possível mas era difícil. Muito difícil.

Heloísa o assistiu se deleitar a lambendo por cada centímetro de seu corpo antes que os dois voltassem a se beijar. O gosto dela estava na boca dele. Ela cada vez mais molhada. Stenio não precisou se ajeitar com a mão para entrar, ele simplesmente deslizou com agilidade para dentro dela.

Devagar.
Num ritmo delicioso.
De amor.
Saudade.
Carinho.
Companheirismo.

Ele beijou o decote do pijama dela, até alcançar o microdermal. Depositou beijos ali, lambeu o pescoço da esposa. Fez movimentos mais intensos atingindo o ponto G dela e não descansou enquanto não a fez gozar, só se permitindo gozar depois.

Eles se deitaram no escurinho e ficaram conversando enquanto brincavam com a mão um do outro. Enlaçando os dedos, e vendo quem tinha a palma maior.

- Por que não posso tirar sua blusa?

- Não quero que você veja.

- Na alegria e na tristeza, na saúde e..

- Não tô confortável ainda. Quando eu estiver, eu te conto.

Ele suspirou, frustrado.

- Eu te amo. Amo cada pedacinho do seu corpo. Até machucado. Até com hematoma. - Ele riu baixo roçando o nariz no dela. - Até quando você me deixa louco de raiva. Eu te amo, amor. Você não precisa ter vergonha ou nada assim.

- Eu sei.. - Ela ficou quieta.

O assunto morreu e logo trocaram e começaram a falar sobre a festa de inauguração do novo escritório que seria em três dias. Helô adormeceu só com a blusa do pijama. Stenio, incomodo pela situação, vestiu a cueca, pegou um cigarro e foi até a varanda. Enquanto fumava um cigarro olhava para a esposa deitada na cama, toda encolhida. A mão repousando sobre a barriga.

Se perguntou se estava sentindo muita dor e se ele tinha forçado algo no sexo. Se preencheu de culpa e passsou a mão pela barba, preocupado. Amanhã conversaria com ela sobre isso e perguntaria.

Ela parecia bem. Dormia profundamente, agarrada no travesseiro dele, e por um momento ele sentiu que a crise do relacionamento dos dois tinha passado. Eles estavam bem. Agora só ela não estava bem. O que, de alguma forma, era ainda pior.

Apagou o cigarro no cinzeiro, escovou os dentes e tentou fazer com que ela largasse o travesseiro e o abraçasse. Ficou fazendo carinho nela de modo protetor até que ela continuasse dormindo pacificamente nos braços de seu amor.

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