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Heloísa parou na porta do banheiro. Ele nem sequer se deu conta da presença dela. Estava transtornado, e Heloísa sentia em cada palavra, cada expressão, e cada olhar, o quanto de peso ele estava carregando naquele momento.
— Amor.. Ta tudo bem.. — Ela sussurrou, tentando acalmá-lo. — Você já resolveu.
Stenio saiu do banho e enrolou a toalha na cintura. Passou as mãos pelos cabelos grisalhos colocando pra trás. Assentiu, inalando e tentando conter os resquícios do choro. Estava de cabeça baixa e não ousava olhar pra ela.
Estava delicioso. Os músculos ainda úmidos do banho, tudo aquilo que ele havia dito.. O ato de demitir aquela mulher e colocá-la em um pedestal. A prioridade da vida dele era ela e seu bebê. Era claro, cristalino.
Ela se aproximou na pia e fez carinho nos cabelos molhados dele.
— Quer me contar como foi a conversa com ela?
Stenio balançou a cabeça negativamente.
— Fui muito rude. Perdi a mão nas palavras mas porque fiquei muito irritado.
— Tá tudo bem, amor. Me conta. Coloca pra fora, você tá precisando. Eu sou sua melhor amiga, lembra? Você pode contar comigo pra tudo. Foi o que dissemos nos nossos votos.
— Chamei ela pra sala de reuniões e a fiz sentar e falei que ela ia escutar. Falei que eu sabia que alguma merda ela estava fazendo, e.. Disse umas coisas ruins sobre ela. — Stenio admitiu. — Que eu não a quis, quis você. Que não adiantava ela infernizar a minha vida, você já tinha me ganhado há muito mais tempo. Eu nunca pertenci a ela, ela nunca teve a menor chance. Ninguém nunca teve. Fiz ela chorar.
Helô engoliu a seco.
— Falei que se ela não admitisse que porra estava fazendo eu ia fazer da vida dela um inferno e não só ia demitir ela como ela também não conseguiria outro emprego no Rio de Janeiro ou São Paulo. Ela eventualmente admitiu, então eu só a demiti. Não vou falar com meus contatos pra atrapalhar a carreira dela, eu não queria ameaçar mas eu tava tão.. Puto.
Ele segurava na pia respirando fundo.
Helô fazia carinho nas costas dele enquanto ele contava.
— Meu sangue ferveu. Mandei ela sair imediatamente e pegar as coisas dela. Não conversei com a Laís nem com ninguém, falei que não quero ver a cara dela nem tão cedo. Que eu tenho nojo da cara dela por fazer o que estava fazendo com você, com nosso bebê. Enfim.. Foi feio. Eu gritei bastante. Falei muito palavrão, e cheguei a xingar ela. — Balançou a cabeça negativamente. — Eu estava me tremendo de nervoso. Não devia ter dito algumas coisas. — Admitiu. — Eu to me sentindo péssimo com tudo isso. Mas principalmente por você.
— Ei, tá tudo bem. — Helô virou o rostinho dele pra ela. — Ta? Tá tudo bem.