Eu nunca acreditei em destino. Eu era uma pessoa incrédula mesmo depois de cair de um poço praticamente em outro mundo. Ainda assim eu era bem cética.
Melhorei um pouco eu confesso, e isso foi graças as pessoas ao meu redor. Pessoas que eu passei a amar, e principalmente pelos meus grandes três amores atuais: Morango, Maçã e Amora.
Sim, minhas trigêmeas tinham nome de frutas e de quem foi essa grande ideia?
Incrivelmente do rei.
Naquela noite, no meu parto apressado e adiantado, eu trouxe ao mundo três meninas fofinhas as quais eu soube pelo Apsara que devia nomear nos próximos sete dias.
Mas eu não tinha chegado à conclusão alguma, Will e Daniel ficavam brigando por nomes que achei feio e no fim, quando o rei chegou, ele as nomeou em segundos através dos olhos: Morango tinha a coloração avermelhada suave – O que era verdade – Amora tinha um tom violeta – que eu achava todo charmoso e Maçã tinha olhos cor de poupa de maçã, exóticos e inteligentes.
Elas eram bruxas poderosas, todos sabíamos e não precisava de grandes demonstrações para sabermos. Eu só sabia e embora eu não usasse de magia até hoje com frequência – Achava que devia tomar cuidado porque aquela coisa era mesmo muito poderosa – Minhas filhas foram crescendo usando de magia organicamente, porém com uma responsabilidade incrível e muito adulta.
As princesas do Mundo eram queridas, amadas e ajudavam o povo mesmo quando eram pequenas. Elas eram herdeiras da paz e mantenedoras da conciliação, diziam, e eu ouvia muito isso para onde quer que eu fosse.
O palácio da montanha ficou pronto meio ano depois delas nascerem e eu fiquei lá com elas pelos primeiros cinco anos, até que elas estivessem maiorzinhas e só então parti em viagem com a Will.
Xukun era tão mãe protetora quando eu, na verdade mais, por isso eu não fiquei preocupada que sem mim próximo delas, Lay e Daniel fossem estragá-las até a morte, porque sim, o rei nem conseguia manter a fama de mortal com eficiência quando tinha as filhas por perto. Elas o dobravam com facilidade.
O engraçado era que durante os cinco anos que não sai de perto delas, elas me chamavam e a Will de mãe e Daniel, Xukun e o rei de pai. Nunca ninguém disse nada a elas, elas apenas sabiam, simples assim. Éramos uma família real diferente, mas funcionávamos.
E éramos felizes assim.
Na noite anterior antes da minha primeira partida, eu e Lay tivemos nossa última conversa longa a sós:
— Lembre-se, ainda temos inimigos fora do Oasis, bruxas que lhe odeiam apenas por ser a mais poderosa em ativa. Cuide-se realmente, Morena.
— Pode deixar, majestade – Eu fiz continência, uma brincadeira que passei a fazer com o tempo quando ele ficava dando ordens – Eu seguirei todos os protocolos de segurança segundo suas orientações.
Ele tinha rido, porque ele já não conseguia se conter quando eu provocava na cara mesmo, e por fim nos abraçamos forte. Tínhamos aquela conexão pela eternidade, os laços tríplices, eu sentia em mim. Nunca mais tivemos alguma relação íntima depois que eu conheci a Will, mas isso não importava em nada, éramos rei e rainha um do outro para sempre, e pais das mesmas crianças. E estávamos no coração um do outro também.
O destino tinha me levado até ele porque estávamos destinados a isso, a trazer paz para aquela terra, união e respiro depois de séculos de guerra. Éramos o epicentro, o início e a estabilidade conquistada depois de muita conversa, negociação e sim, algumas batalhas pelo caminho.
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A bruxa dos reis
RomanceMorena foi chamada para ajudar um lorde estimado do reino vizinho, mas mal sabia ela que sua ajuda desencadearia amores inflamados e relacionamentos abrasadores: Três homens poderosos disputariam a simples camponesa... Porém e se a saída de todo o i...