Eu olhava pra garota a minha frente.Seu olhar era de medo.Ela estava assustada,e com razão eu adimito,acabei de declarar que seus amigos estavam mortos e que não sabia o que faria o com ela.O que era verdade.
Eu observei seu grupo de amigos logo que chegaram na aldeia,não tinha nem uma intenção de ter contato com eles,mas por uma infeliz coincidência eles foram comprar bebida na mesma tenda que eu.Mesmo quando aquele garoto me xingou,eu não pretendia revidar.Eu só queria a paz de estar na minha casa bebendo e tocando a minha guitarra em mais um de meus dias miseráveis e sozinhos.Mas eles procuraram por isso,eu adimito que não tinha a intenção de mata-los,tentei resolver as coisas de forma pacífica.Observei que o eles faziam do lado de fora da minha casa,de todos os marginais ela era a única que não estava quebrando as minhas janelas ou sujando tudo com ovos.Ela não era uma santa,vi quando ela chamou todos de caipira mais cedo como se fosse superior ou melhor do que todos da li.Mas decido que iria apenas assusta-la como lição.Mas tudo saio de controle como já havia dito.Sai pela porta dos fundos da minha casa para que ninguém me visse.Por entre as árvores fui silencioso até ela e a deixei inconsciente com uma pancada na cabeça.Logo após,fui pedir prós seus amigos saírem de minha propiedade,e se de alguma forma alguma coisa desse errado,ela estaria segura.- Acho que vai gostar da qui,nós "caipiras" somos bem receptivos.
Ela olha pra mim com ainda mais medo no olhar.E então a sua atenção se desvia pro meu casaco de couro.
- Você...você tá sangrando.
Eu nem se quer olho pro meu abdômen por que eu já sabia disso,Não era um corte muito profundo,mas ainda assim sangrava bastante.
- Ah isso...Foi uma cortesia do seu amigo pra mim,você sabia que ambos andavam armados ?
Pergunto olhando para a sua cara de espanto,e por apenas um milésimo de segundo me pergunto se ela realmente não sabia.
- E..eles não andavam armados...e,de qualquer forma só deveriam estar tentando se defender de você.
A voz dela era doce e delicada,mas escondia tremendo medo e nervosismo.
- Pense o que dejesar,eu não iria matar ninguém,mas os idiotas a quem você tem tanto apego me atacaram primeiro,eram dois contra um,quando vi as coisas saíram de controle e seus amigos estavam mortos.A garota fugiu, pegou o carro e foi embora pela floresta sem ao menos se preucupar com você.
O que eu estava dizendo não era mentira,e esse foi um dos motivos pelo que vim morar aqui,o ser humano era algo tão mesquinho e egoísta que não se preucupa com nada ném ninguém além dele mesmo.As pessoas te desprezam por você ser diferente,te julgam pela sua aparência sem nem se darem ao trabalho de te conhecer.Essa garota não seria diferente.
- Você está mentindo.
Fala decidida olhando pra mim.
- Já disse que pode pensar o que quiser,não me importa.Agora vamos para algo que você precisa aprender se quiser sobreviver por aqui - falo me aproximando - Regra número um,se eu mandar você fazer algo,você obedece sem questionar,regra número dois, eu não sou seu amigo,então é bom que você me trate com respeito,EU mando aqui,e você apenas concorda com o que te foi dito entendeu ?
Ela não me responde ainda em choque pela situação.Eu ameaço me aproximar dela e ela logo responde.
- Sim..sim eu entendi.
- Ótimo.
Falo indo subir as escadas do porão.
- Espera !
Ela me pede e eu paro de andar me virando pra ela.
- Você vai me deixar aqui sozinha nesse lugar insalubre.
Ela não dizia isso de forma esnobe ou com indignação,era mais como uma súplica para que eu tivesse piedade dela.
- Talvez isso te ensine a ter bons modos e a valorizar o que tinha.
Falo isso e vejo o olhar espanto em seu rosto.Ela esteve desacordada pelo tempo de duas horas.Enquanto ela dormia calmamente no meu porão eu consegui encontrar alguns documentos dos seus amigos e com uma pesquisa rápida no meu telefone eu descobri quem ela era.
- Amélie Rossi.
A filha mimada de uma família rica que importava petróleo.Isso explicava algumas coisas,mas não muito,pesquisando mais a fundo encontrei várias matérias sobre ela.Mas nada de muito revelador até então.
Vou até a minha cozinha e pego alguns sacos de lixo,precisava me livrar daqueles corpos antes que algum animal faça isso por mim.O que seria uma péssima ideia já que os ossos ficariam espalhados pela região.
- E aqui estou eu fazendo essa merda de novo.
Falo pra mim mesmo sem acreditar que aquilo estava se repetindo.pego os dois corpos e coloco no saco de lixo logo em seguida começo a arrastar os sacos pro Rio que tinha perto da li.O lugar era bonito a noite,vagalumes por toda parte,a grama verde era confortável sobre a pele e a lua tinha um brilho incrível longe das luzes da cidade.Jogo os sacos no Rio e deixo que a correnteza os leve embora da li.Me sento no chão respirando o ar frio da noite.As coisas não deveriam ter terminado assim,além disso,o que eu iria fazer com aquela garota no meu porão. Se eu não tivesse desacordado ela ela poderia ter fugido com a amiga,ou no pior dos casos ter sido morta também.Quanto a garota que fugiu,creio que ela não irá muito longe,a floresta é densa e fácil de se perder,e mesmo que vá,Duvido que queira voltar aqui.Perdido em meus pensamentos percebo que já está próximo de amanhecer.Isso sempre acontecia,eu passava horas pensando e quando percebia já era de manhã.
- Acho melhor eu voltar.
Falo pra mim mesmo me levantando da pequena clareira em que ficava o Rio.
Já na minha cozinha eu termino de fazer alguns ovos para levar para a garota no meu porão.Decidi que ela ficaria aqui,que faria os trabalhos domésticos e me ajudaria nas tarefas diárias.Ao menos seria uma compania.- Quem diria que depois de anos sozinho eu estaria aqui novamente.
Penso triste comigo mesmo na frente da porta do porão,será que 28 anos de rejeição já não eram suficientes pra mim ?
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O Monstro da floresta
Romance- Por favor....por favor,me deixe ir,eu não quero ficar aqui. Eu pedia ao homem de capuz a minha frente.Eu não saiba quem ele era,eu só tinha o visto uma única vez na quela maldita aldeia,eu nem se quer deveria estar aqui. - Você não disse isso en...