- Ei,acorde.
Escuto logo após de sentir alguém catucando a minha costela com o pé.
- Já vou.
Falo bocejando.Eu estava morrendo de sono,não fazia ideia da hora.
- Que horas são ?
Falo me sentando e esticando as costas pela dor de dormir no chão.So me lembro de ter feito isso quando brincava de cabana com a minha babá.
- Hora de você se levantar.
Fala saindo do quarto.Agora que eu não estava tão cansada podia ver o quarto dele com riqueza de detalhes.E eu tenho que admitir que apesar de bagunçado era lindo,cheio de fotos e pôsteres colados pelo quarto,a luz entrava livremente deixando tudo levemente iluminado,mas o que mais me chamou a atenção foi a guitarra linda apoiada na cama.Me levanto rapidamente indo em direção a guitarra,mas quando estou prestes a tocar sinto uma mão segurar o meu pulso.
- Se você fizer menção a tocar na minha guitarra de novo eu vou arrancar a sua mão.
Fala tão próximo de mim que posso sentir a sua respiração e ver com detalhes a parte do seu rosto que fica amostra.
- Eu...eu entendi...você pode soltar o meu braço por favor,está me machucando.
Eu choramingo devido ao aperto excessivo no meu braço.Ele solta no mesmo instante em que eu peço.
- Eu sinto muito...Não foi minha intenção te machucar.
Fala calmo se afastando de mim.
- Vamos tomar café,temos muito trabalho a fazer.
Olho pra ele sem entender muito bem o "Muito trabalho a fazer" já que eu tinha limpado a casa inteira fazia pouquíssimo tempo,então o trabalho seria moderado,pelo menos era o que eu esperava,ela não seria capaz de sujar a casa toda em tão pouco tempo,seria ?.Bom ignoro meus pensamentos e o sigo até a cozinha,o cheiro está ótimo e acima da mesa tinha suco e bolo de laranja.
- Espera,você que fez esse bolo ?
O cheiro era divino,ele me olha como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
- Sim.
Eu me sento na mesa apressada pra comer,os dias sem comer ainda me afetavam e eu não iria perder a oportunidade de comer o que eu pudesse.Ele corta um pedaço de bolo e coloca no meu prato,assim que eu coloco na boca posso sentir o gostinho de laranja,a massa quentinha e fofinha se desmanchava na minha boca.
- Nossa,tá muito bom.
Sem perder tempo enfio mais um pedaço de bolo na boca.
- Você gostou ?
Pergunta parecendo curioso.
- Sim..está delicioso,você cozinha muito bem.
Suas expressões mostram surpresa como se ele nunca tivesse recebido um elogio antes.
- O que me faz pensar,se você saber cozinhar e sua casa é relativamente organizada,por quê precisa de mim ?
Eu realmente queria saber o motivo.A final,tinha que ter um certo ?
- Já disse porque está aqui,não tem por- que voltar no assunto,se apresse em comer,vamos pintar as paredes da casa depois do café.
O que...eu teria finalmente a chance de fugir ? A esperança se acende em mim.
- Tipo,lá fora ?
Pergunto animada pela possibilidade de fuga.
- Não se anime,se você tentar fugir eu vou te pegar antes que você consiga dar três passos,você vai ser punida por isso e eu vou te jogar de volta no porão.
Meu coração gela por suas palavras tão frias,sua voz rouca ecoa pelo cômodo.
- Vamos.
Diz por fim.Eu enfio o último pedaço de bolo na boca e engulo o suco o mais rápido que posso.Ele anda calmamente até a porta da sala,quando paramos em frente a porta ele tira calmamente a chave do bolso,percebi que ele sempre as mantinha ali,junto com a chave tem uma corda.Eu me afasto instintivamente e ele percebe o meu medo.
- Não se preucupe,isso só vai garantir que você não fuja.
Ele diz isso amarrando um pedaço da corda no pulso.
- Me de o braço.
Ele era calmo no seu tom e sem muita escolha eu estendo o braço.Ele amarra a corda de modo delicado no meu pulso o que adimito que me causa surpresa.
- Está bom assim ?
Ele realmente pergunto se a amarra estava machucando meu pulso.
- Um pouco apertado.
Digo fazendo uma carreta pelo aperto.
- Assim está melhor
Me surpreende afrouxando a amarra no meu braço.Eu apenas aceno com a cabeça sinalizando que estava "confortável" eu acho.Ele abre a porta e eu finalmente posso ver a luz do sol claramente,sentir ela na minha pele.
- Vou pegar a tinta na garagem e podemos começar.
Ele começa a andar em direção a enorme garagem que continha muitas ferramentas,algumas plantas e a sua caminhonete.
- Por que tem tantas plantas ?
Isso e uma coisa que eu observei desde que cheguei aqui,a casa era cheia de plantas,A sala,a cozinha,seu quarto e até a garagem.
- Quandos todos te julgam pelo simples fato de você existir,ou nem se quer conseguem olhar pra você por algo que você se quer teve culpa,as plantas são a melhor compania que se pode ter.
Nesse momento eu fiquei tentanda a perguntar mas sobre isso a ele,mas pela sua expressão corporal de alerta sabia que ele não iria responder.Eu não iria correr o risco de irrita-lo.Nos saímos da garagem,ele carrega duas latas de tinta e eu os pincéis.Eu olho pra enorme casa a minha frente com manchas de ovo e janelas quebradas,o que cinceramente não fazia diferença pq as tábuas de madeira cobriam tudo.
- Essa casa é enorme,vamos ficar o dia todo aqui.
Ele sorri.
- Então é melhor começarmos logo....
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Monstro da floresta
Romance- Por favor....por favor,me deixe ir,eu não quero ficar aqui. Eu pedia ao homem de capuz a minha frente.Eu não saiba quem ele era,eu só tinha o visto uma única vez na quela maldita aldeia,eu nem se quer deveria estar aqui. - Você não disse isso en...