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Limites Borrados

Três dias haviam se passado desde que Jimin mergulhou em um sonho tão doce que ele relutava em acordar. Era como se estivesse envolto em um véu de êxtase, onde cada momento era uma eternidade de prazer compartilhado. Três dias e três noites de entrega mútua, de uma conexão tão profunda que parecia transcender o tempo e o espaço.

A sensação da pele macia de Jungkook sob seus dedos ainda reverberava em sua mente, enquanto ele se lembrava vividamente de como despertou daquele breve cochilo para encontrar o ômega entre suas pernas, chupando seu membro com uma paixão voraz. Cada toque, cada gemido, cada marca deixada era uma confirmação da intensidade do que compartilhavam.

Mas agora, com os primeiros raios de consciência rompendo a névoa do desejo, Jimin sentia o peso das consequências de seus atos. Em meio ao frenesi da paixão, ele permitiu que seu lobo tomasse as rédeas, deixando-se levar pelo calor do momento sem considerar as implicações de marcar Jungkook como seu.

A marca de um ômega em um alfa era mais do que um simples símbolo de posse também; era o reconhecimento de uma ligação profunda, um compromisso selado pelo vínculo lupino mais forte que existia. No entanto, agora que a luxúria cedia espaço para a lucidez, o alfa percebia as ramificações de suas ações.

O cheiro de Jungkook impregnava o ar ao seu redor, uma lembrança constante de sua ligação. Em um mundo onde o cheiro de uma pessoa era sua marca única e inconfundível, Jimin compreendeu a magnitude do que havia feito. E ao perceber que o único remanescente do clã que mais se assemelhava a um lúpus ainda existia, uma sensação de urgência se apoderou dele.

Com um coração pesaroso, o general se desvencilhou dos braços adormecidos do ômega, consciente de que sua próxima decisão seria a mais difícil de sua vida. Vestindo-se com pressa, se preparou para enfrentar as consequências de seus atos, sabendo que para proteger Jungkook significaria ter que ocultar a verdade de seu pai, o rei.

Caminhando pelos corredores do palácio com determinação, Jimin convocou SooHyun, Bogum e SeokJin, ciente de que o tempo estava se esgotando. Seu pai logo retornaria, e ele não podia permitir que descobrisse a verdade. Não por medo das represálias do rei, mas pelo desejo de proteger o ômega a qualquer custo, pois sabia o que o rei faria se descobrisse sua real identidade.

O general não permitiria, de forma alguma, que o rei ousasse tocar um único fio de cabelo de seu ômega. No entanto, havia uma verdade inquietante que pairava no ar: mesmo que seus lobos tivessem entrelaçado seus destinos e Jimin estivesse disposto a aceitar esse laço, ele tinha a sensação persistente de que Jungkook não o receberia de braços abertos. Parecia que o ômega nutria um ódio profundo em seu coração, um fato que Jimin não conseguia ignorar.

Com o peso opressivo dos limites borrados sobre seus ombros, o general adentrou a sala de reuniões, consciente de que o destino de ambos estava em jogo. Sabia que estava diante de uma encruzilhada que poderia alterar irrevogavelmente o curso de suas vidas. No entanto, ele estava determinado a enfrentar essa jornada, pois tinha plena convicção que suas escolhas não afetariam apenas a si mesmo, mas também aquele que agora ocupava um lugar fundamental em seu coração.

Quando as três únicas pessoas em quem Jimin depositava sua confiança adentraram a sala, encontraram-no com a cabeça apoiada nas mãos, os ombros curvados sobre o balcão. Era uma visão incomum, uma expressão de derrota que os deixou perplexos, pois nunca o tinham visto assim antes.

— Preciso da ajuda de vocês para tirar Jungkook do castelo. — Jimin finalmente disse, sem erguer o olhar.

— Mas... depois de tudo, você irá libertá-lo? — Bogum perguntou, claramente confuso.

— Sim, irei. — Jimin ergueu a cabeça, determinado. — O que eu disser aqui não pode sair desta sala.

— Sabes que sempre podes confiar em nós, alteza. — SeokJin assegurou rapidamente.