Viagem no Escuro

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Na mais profunda essência do mundo lupino, uma marca transcende a mera superfície de uma marca física. É um vínculo etéreo, uma conexão primal que se estende além das fronteiras do tempo, entrelaçando duas almas de uma maneira que desafia compreensão. Nesse mundo, Jungkook se viu mergulhado em uma teia complexa de emoções e sensações, todas elas emanando da marca que compartilhava com o general Park.

A marca, um símbolo gravado na pele, era mais do que apenas uma cicatriz visível. Era a manifestação tangível de uma ligação profunda, onde as emoções fluíam livremente de um indivíduo para outro, transcendendo barreiras físicas e mentais. Seja qual fosse a ação inicial que desencadeou a criação da marca, uma vez formada, ela se tornava uma via de mão dupla, permitindo que ambos os envolvidos sentissem e compartilhassem as emoções um do outro.

No entanto, para Jungkook, essa conexão não era uma fonte de conforto e compreensão mútua. Era um fardo pesado, uma dualidade de sentimentos que o consumia. Ele se encontrava em um estado de conflito, incapaz de distinguir se as emoções que experimentava eram suas próprias ou se originavam de Jimin.

Nos últimos três dias, uma opressão crescente se instalou em seu peito, como se uma sombra escura pairasse sobre sua alma. Seu lobo uivava em agonia, ecoando a dor e o sofrimento que emanavam da marca compartilhada. Um impulso primal o incitava a ir para FroostWood, para verificar o estado do general, mas o orgulho ferido de Jungkook resistia a esse chamado, que para ele, era uma vergonha da parte de seu lobo, por estar tão dependente daquele alfa em tão curto espaço de tempo.

Apesar do desejo de seu lobo, Jungkook se via enfraquecido, incapaz de reunir as forças necessárias para enfrentar JeongMin e o general Park. Sua própria angústia se misturava à dor que sentia através da marca. Como poderia ele enfrentar seus inimigos quando mal conseguia se manter de pé?

Nesse dilema, Jungkook se via preso entre a lealdade a si mesmo e a conexão inescapável com o general, uma dualidade que ameaçava consumir sua essência, o que de certa forma, fez com seu humor não estivesse dos melhores. E isso não não escapou a nenhum dos que o seguiam, porém, ninguém ousou ir falar com o moreno sobre.

Naquela manhã não fora diferente. A agitação reinava dentro de Jungkook, ecoando os resquícios de seus sonhos perturbadores, seus olhos se abriram para o mundo, mas a sensação de desconforto persistia. Com um suspiro pesado, ele se levantou da cama, lançando as mantas para longe com um movimento brusco.

O quarto agora estava vazio, mas a atmosfera estava impregnada com a energia inquieta de Jungkook. Ele se sentia como se estivesse sufocado por pensamentos turbulentos, como se estivesse preso em um redemoinho de emoções conflitantes.

Sem pensar muito, Jungkook se vestiu rapidamente e deixou o quarto para trás, decidido a encontrar algum tipo de alívio para a tormenta que o assolava. O ar fresco da manhã o recebeu do lado de fora, acariciando seu rosto com uma gentileza reconfortante. No entanto, mesmo a brisa suave não era capaz de dissipar completamente a tempestade dentro de sua mente.

Ainda assim, Jungkook permitiu que seus passos o guiassem, deixando-se levar pela serenidade ao seu redor, cada passo sendo uma tentativa para reencontrar sua paz, porém, era como se ele travasse uma batalha pela busca de uma luz que pudesse dissipar as trevas que pareciam desejar lhe consumir. 

Namjoon, conhecido por ser o primeiro a despertar entre todos, estava absorto em suas ocupações quando avistou o ômega caminhando ao longe. Observou-o gesticulando e murmurando algo, porém, devido à distância, não conseguia discernir suas palavras. Com um suspiro pesado, deixou suas tarefas de lado e decidiu seguir o moreno.

Não levou muito tempo para alcançá-lo, mas o jovem demorou a perceber sua presença próxima. Quando finalmente o notou, não foi surpresa para Namjoon ver o ômega se assustar com sua repentina aparição.

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