O Vínculo da Lua

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Havia uma neblina que serpenteava suavemente entre os túmulos no cemitério, criando quase que uma aura etérea no local.

Jimin fixava seus olhos na terra úmida que cobria o túmulo recente. Na lápide, estava gravado o nome de sua mãe, a única inscrição sobre a pedra de mármore, junto a um jarro de cristal adornado com lírios-brancos.

— Se desejar, podemos solicitar ao rei que arrumemos o túmulo da rainha da maneira que preferir, general. — SooHyun falou solenemente.

— Não, assim está bom. — Jimin disse, abaixando-se. — Sua Majestade já fez mais do que sua obrigação ao colocá-la junto de seus antepassados. Além disso, tenho certeza de que minha mãe não desejaria nada tão ostensivo.

Com estas palavras, Jimin juntou as mãos e fez uma prece silenciosa antes de se erguer novamente.

— Como preferir, alteza.

— Voltemos, não há mais nada a ser feito aqui. — então dirigiu-se a Bogum. — Não precisa mais me chamar por esse título, Bogum, não sou mais príncipe para que o utilize.

— Conforme desejar, meu general.

Jimin lançou um pequeno sorriso ao ver que, mesmo com seu pedido, seus soldados jamais abandonariam a lealdade que tinham para com ele, mesmo servindo agora a outro rei. Então, virando-se de costas para o local de descanso de sua mãe, saiu sem dar um segundo olhar para trás.

No caminho de volta para o quarto que estava sendo ocupado, o general percebeu certa agitação ao redor e se questionou como o povo estava recebendo o novo rei. Contudo, isso não lhe dizia respeito, então deixou suas dúvidas para trás e seguiu em frente.

Ao chegarem ao quarto, o general Park encontrou Taemin arrumando a mesa com seu café. Ao vê-lo entrar, o ômega corou antes de dizer timidamente:

— Bom dia, general. Vim trazer seu café, mas percebi que o senhor não estava, então tomei a liberdade de arrumar sua cama.

Jimin sorriu levemente antes de ir lavar as mãos. — Bom dia, Taemin, e muito obrigado, mas não precisa se incomodar. Eu mesmo o faria quando retornasse.

— Como disse, eu tinha tempo livre. Vejo que Sua Majestade permitiu alguns passeios. Quem sabe com o tempo ele não o designe para acompanhar os outros soldados. — o ômega disse animado, segurando a bandeja à frente do corpo.

— Foi apenas uma ocasião especial. — Jimin disse antes de sentar-se à mesa. — E como ele é? — Jimin perguntou, vendo o ômega piscar confuso. — Como o novo rei trata todos vocês?

— Oh, bem... ele é distante e frio. E como o senhor já deve saber, as pessoas do vilarejo não veem os Jeon com bons olhos. Acredito que por isso ele demonstra tanta frieza.

— O rei pode parecer frio, mas estou certo de que toda essa frieza é apenas uma fachada.

— Se o senhor diz. — Taemin deu de ombros. — Preciso ir agora. Voltarei mais tarde para pegar sua bandeja e trazer-lhe o almoço.

— Obrigado mais uma vez, Taemin. — Jimin disse, vendo o ômega sorrir e se curvar antes de sair apressadamente.

Enquanto desfrutava de sua refeição, os pensamentos do general vaguearam novamente para a visita inesperada do monarca na noite anterior. Apesar de ter mantido uma certa frieza ao conversar com ele, Jimin pôde perceber a desolação que o ômega tentava ocultar, mas que, devido à conexão compartilhada pela marca, acabava transparecendo.

O general Park se questionava o que tanto afligia Jungkook, a ponto de fazê-lo engolir seu orgulho e ir visitá-lo por apenas alguns minutos, sendo que desde que fora levado aquele quarto, o mesmo nunca tivesse ido ver como ele estava.

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