Confronto Selvagem: I

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Namjoon observava o céu noturno com uma expressão séria, os olhos fixos nas nuvens que se formavam ao longe, enquanto a inquietação de seus companheiros crescia ao seu redor. 

Hoseok e Bogum se debatiam inutilmente, tentando, com todas as forças, soltar as cordas que os prendiam aos troncos das árvores. O esforço, no entanto, parecia fútil. As cordas estavam apertadas demais.

JeongMin e suas tropas já haviam partido há muito tempo, deixando os três alfas ali, amarrados, à mercê do que quer que viesse. Nem mesmo um vigia fora deixado para mantê-los sob controle, uma ironia amarga diante de sua total incapacidade de fugir. Se ao menos tivessem sido amarrados juntos, teriam uma chance. Mas separados, suas opções eram poucas.

— Não adianta, — Namjoon quebrou o silêncio. — Essas cordas não vão se soltar tão facilmente.

— Ao menos estamos tentando, — Hoseok retrucou, ainda se debatendo. — E você? Vai ficar aí, encarando o céu, esperando que algum deus desça pra nos salvar?

Namjoon nem se deu ao trabalho de desviar o olhar. — Seria inocente demais acreditar em deuses agora. — Sua voz soou fria. — Mas, se não estivessem tão ocupados, perceberiam o que eu estou vendo.

— E o que seria? Uma fada sobrenatural dançando para a lua? — Bogum zombou, girando os olhos antes de também erguer a cabeça para o céu. Seu tom sarcástico morreu instantaneamente. — Mas que diabos...?

Hoseok parou de se debater no mesmo instante. Seus olhos se arregalaram diante da visão que surgia acima deles. A fumaça negra subia ao longe, uma coluna espessa que dominava o horizonte acima do castelo, mas o que realmente atraía a atenção era o céu em si.

Nuvens escuras e densas começavam a se formar, algo que não parecia natural. A tempestade que se aproximava trazia uma sensação de ameaça tangível, como se o próprio ar ao redor deles estivesse carregado de presságios sombrios.

— Isso não é uma tempestade normal... — Namjoon murmurou, os olhos ainda fixos nas nuvens.

De repente, algo começou a se mover. 

Um som rastejante. Rápido. Implacável.

Hoseok e Bogum olharam ao redor, tentando identificar de onde vinha o ruído. Seus corações acelerados à medida que o som se aproximava. Mas nada se via. Apenas a terra que ondulava e tremia como se algo estivesse se movendo por baixo, diretamente na direção deles.

— Merda, merda, merda! — Bogum se desesperou, lutando contra as cordas com uma força renovada, mas completamente inútil. — O que está acontecendo aqui?

A tensão aumentava a cada segundo, o som rastejante ficando cada vez mais próximo, enquanto a sensação de perigo iminente os cercava. Os três alfas estavam amarrados e vulneráveis, presos entre as forças sobrenaturais que se desenrolavam à sua volta.

O volume terroso parou abruptamente  diante dos três alfas, como se tivesse atingido um obstáculo invisível. A terra se revirou, e o som áspero de pedras e raízes rompidas preencheu o ar, como se algo estivesse pronto para emergir. Namjoon, Hoseok e Bogum prenderam a respiração, cada um esperando o que quer que fosse aparecer.

Então, tudo parou.

Por um breve instante, o silêncio foi total. A única coisa visível naquele mar de poeira e terra revolvida era um par de olhos frios, brilhando na escuridão. Eles os encaravam com uma intensidade congelante, silenciosos e inumanos.

Antes que qualquer um pudesse reagir, a criatura avançou.

Em um zigue-zague sobrenatural, movendo-se com uma velocidade impossível, as cordas que os prendiam foram cortadas em segundos. A lâmina invisível que as rasgou parecia ser uma extensão da própria escuridão.

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