Impulsive

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Light passou a noite em claro. Ele odiava perder noites de sono, mas simplesmente não conseguia desligar sua mente. Passou a madrugada toda se mexendo na cama, virando de um lado para o outro, em busca de uma posição confortável o suficiente para que seu corpo relaxasse. Mas não encontrou. Ele estava inquieto, algo que quase nunca acontecia. Era como se seu lado racional tivesse sido desligado. Ele só conseguia pensar numa forma de viver sua vida normalmente depois que Lawliet saísse dela, mas como? Quem seria seu colega de quarto no ano seguinte? Com quem conversaria sobre tudo?

Parecia que quanto mais se esforçava para cumprir a promessa de continuar vendo-o apenas como Ryuzaki, mais falhava.

Por volta das quatro e meia da manhã, ele saiu do beliche e foi ao banheiro. Lawliet também estava acordado, afinal estava difícil dormir com aquela movimentação constante na cama de cima. Ele sabia que Light estava ansioso. O garoto saiu do banheiro apenas alguns minutos depois, coçando os olhos de sono.

O detetive suspirou. Sabia que ele estava cansado, mas não conseguia dormir.

- Não consegue dormir, não é isso? - Deduziu, e o japonês franziu o cenho ao ouvir sua voz.

- Eu te acordei? - Perguntou, respondendo uma pergunta com outra, como sempre.

- Você nunca vai se desfazer dessa mania, não é? - O mais velho resmungou, chegando para o lado no colchão - Vem, deita aqui. Você dormia melhor quando estávamos na mesma cama lá no hospital.

Era verdade. Mas Light não tinha percebido aquilo até ouví-lo dizer em voz alta. Então não discutiu. Apenas suspirou e deitou ao lado do melhor detetive do mundo, ambos meio espremidos naquele colchão pequeno, ambos perdidos em suas próprias mentes. Compartilhando sentimentos que nunca tinham experimentado antes.

No silêncio da noite, Cindy Lou Who tocava em algum bar de esquina ali perto. Light olhou para o lado, enxergando pouco do rosto alheio em meio a escuridão. Os olhos fechados, o rosto sereno. Como se pudesse sentir que estava sendo observado, Lawliet abriu os olhos e o encarou. Ele não desviou daquela vez.

O detetive piscou.

- Sabia que a maioria das pessoas fala a verdade tarde da noite porquê, estando cansado, o cérebro não pensa muito e responde honestamente? - Falou, a voz rouca pelo sono.

O Yagami piscou devagar, sonolento.

- Que papo é esse agora, Ryuzaki? - Devolveu a pergunta.

- Me diz, Light, o que está ocupando tanto seus pensamentos a ponto de não te deixar dormir?

O garoto desviou o olhar, bufando.

- Isso não vai funcionar.

- Só estou perguntando.

- Não, você tá tentando usar meu cansaço contra mim.

- Tem razão. Mas se te faz sentir melhor, não é como se eu fosse desaparecer do mapa.

Light soltou uma risada curta. É claro. Ele sempre sabia o que estava pensando, antes mesmo de verbalizar.

- Isso é exatamente o que vai acontecer, e você sabe - Respondeu, voltando a encarar o mais velho - Não me diga que vamos manter contato, porquê eu sei que não vamos.

- É isso que te incomoda? - L insistiu, apesar de já saber a resposta - De fato, seria muita ingratidão da minha parte não manter contato com a pessoa que salvou a minha vida. Estou curioso pra saber porquê você sempre pensa o pior de mim.

O japonês suspirou.

- Não estou pensando o pior de você. Mas considerando as circunstâncias...

O detetive riu de leve.

The Wammy's House Boys - LawLightOnde histórias criam vida. Descubra agora