Eu acordei atrasado. O suficiente pra escovar os dentes ao mesmo tempo que tomava banho mas não deixar de jeito nenhum que eu eu sentisse o cheiro ou o gosto da noite anterior. E que noite. Algumas das palavras dele ainda corriam pela minha mente, isso era fato, não conseguia mesmo era tirar nós dois naquele banheiro. Qual era a tara dele em banheiro e o mais importante qual era a tara dele em mim? Balançava a cabeça constantemente tentando afastar o pensamentos no caminho da sede. Revia e vasculhava minha memória, questionava minhas ações e me perguntava se aquilo tudo tinha dado um bom ou péssimo resultado. Quando Payu me recebeu a medalha brilhava em seu peito e ele me encaminhava pra sala dele. Ouvíamos uma conversa acalourada antes de Payu bater na porta que foi aberta por Gumpa.
- Agora ele é problema seu.
- Sai da minha frente e você entra.
A sua voz saiu impaciente e eu não ousaria rir como Payu fez ao escutar seu tom. Me sentei na cadeira na frente de Jumpol, nos separando apenas por sua mesa grande numa bagunça um pouco organizada. Ele mantinha os olhos presos na tela a sua direita com seus óculos quase na ponta do nariz. Ele usava óculos. Fiz uma nota mental e logo voltei pra Gumpa que andava impaciente de um lado para o outro.
- Desculpa, mas eu posso perguntar o porquê eu tô aqui?
Jumpol soltou uma risada e Gumpa direcionava a atenção pra ele.
- Você tá rindo? Sério?
- Pode começar a falar eu sou todo a ouvidos.- Ele tirou os óculos fechando o computador e se balançando na cadeira em sua direção.
- Até pensei em conversar com vocês separadamente mas vocês insistem eu ser um problema em conjunto.
- Se me permite contextualizar eu apenas propus que ele trabalhasse com você, sempre diz que precisa de alguém.... eu achei alguém.
Gumpa pensou um pouco massageando as têmporas em negação. Jumpol sorria e sinceramente não sabia o que pensar. Não pensei que me levaria a sério a esse ponto e pela raiva do outro preferia me fundir a cadeira do que o ver furioso.
- Eu não sei o porquê você está aqui e sinceramente nem quero saber...
- Foi um acordo.
- Não me interrompa, Off. Se realmente for trabalhar diretamente comigo é melhor começarem a se entender ouviu bem? Eu não quero ter problemas como eu tive antes.- Gumpa lançou um olhar pra ele que dançava a caneta pelos dedos olhando atentamente.
- Sim, senhor. Sabe que eu posso fazer qualquer coisa.- Interrompi.
Suas mãos tilintavam rápido pelo aparelho brilhante em suas mãos. Os óculos sendo postos no lugar constantemente.
-Quero que leve esse trabalho a sério, sei que veio aqui com um objetivo mas está falhando. Não vou nem tocar no incidente com o Payu.
- Que incidente?
- Nenhum incidente! Não teve incidente...- Me remexi na cadeira acertando a postura e sendo atingido por um olhar de julgamento.
Como ele sabia? Aliás do que ele sabia, essa sim era a pergunta.
- Nós temos muito o que conversar, você vai ter que se adequar pra poder lidar com esse aqui tão bem quanto eu lido.
- Não acho que vai conseguir superar Gumpa.
- Ser seu tio serve de alguma coisa de vez em quando.
- TIO?- A risada de Off de espalhou pelo ambiente.
- Achei que soubesse afinal não é tão "observador", pra mim tá mais pra fofoqueiro.- Gumpa debochou sorrindo fraco e me entregando o aparelho.- Se divirta.
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IMPETUOSOS
FanfictionQuando um encontro repentino conseguiu revirar toda minha vida? Não. Não foi um simples encontro. Foi o encontro com Off Jumpol com que fizesse que eu me casasse com os homens mais perigosos da cidade. Como isso foi acontecer? Talvez se eu não tives...