15 - QUASE-SUMIÇO QUE DEU ERRADO

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-Vida, cê foi no banheiro?
Dazai se levantou sonolento da cama e começou a caminhar lentamente pela casa. Foi até o banheiro checar se Chuuya estava lá, mas não estava.
-Amor? Sério, meu bem, não tô gostando da brincadeira.
Dazai caminhava pelo corredor, mas sem resposta. Ele começou a ouvir uns grunhidos ecoar pela casa, mas não conseguia decifrar de onde vinham, ele só sabia uma coisa: ele e seu amado podiam estar em perigo.
-Chuuya? - Dazai começava a ficar um pouco assustado. De repente, os grunhidos se tornaram altos e desesperados, e no instante seguinte foi possível ouvir um grito pedindo ajuda, um outro grito de dor e algo a cair no chão. Dazai temeu que aqueles gritos fossem de quem todos nós sabemos.
Dazai correu para a cozinha e viu a janela com sangue escorrendo. No chão estava Chuuya com cordas prendendo seu corpo e tapando sua boca. Felizmente, aquele sangue não era todo seu.
Ao seu lado, estava um homem suspenso no ar, uma faca de cozinha estava espetada em seu estômago, ele havia gritado de dor. O sangue pingava dele para o chão. Chuuya tinha os seus olhos bastante marejados e arregalados. Ele havia caído de costas no chão segundos antes. Estava deitado no chão de barriga para cima, e era possível ver algo injetado em seu pescoço, perto da gargantilha que ele sempre usava. Sua perna estava sangrando também, pois tinha um corte não tão profundo em sua coxa. Ele estava brilhando em tons de vermelho vivo, tal como o homem e a faca que o atravessava. Isso era suficiente para Osamu entender toda a situação. Alguém, não se sabe quem nem o motivo, invadiu a casa deles durante o sono dos dois e tentou raptar Chuuya. Como seu sono é leve, ele acordou no colo do homem e tentou escapar. O homem o prendeu antes que ele conseguisse fazer algo, cortou sua perna para dificultar sua locomoção em uma tentativa de fuga, e injetou o líquido desconhecido no pescoço do ruivo. Daí veio o primeiro grito. O homem não teve nem tempo de retirar a ceringa do pescoço de Nakahara, pois este usou sua habilidade para o suspender no ar, retirar uma faca da gaveta e o atravessar com ela. Ia acertar em seu pescoço, um ponto vital, mas em uma tentativa de sobrevivência, o homem suspenso chutou o rosto do mesmo, o derrubando e o fazendo errar a mira. Daí vieram o segundo grito e o barulho de algo caindo. Estavam na cozinha pois lá se situava a maior janela da casa, por onde o homem pretendia fugir caso tudo desse certo. A teoria estava confirmada pois havia uma carrinha do lado de fora o aguardando.
Dazai correu até ao namorado, retirando a ceringa de seu pescoço e atirando-a para longe. Retirou todas as cordas e tentou estancar o sangue da perna de Chuuya.
-Amor! Você tá bem? O que aconteceu? Quem é esse homem?
Chuuya estava paralisado. Seus olhos marejados arregalaram-se ainda mais, e ele começou a gaguejar com as mãos sangrentas.
-Ele...ele....ele ia...me levar de novo...para...para aquele...aquele laboratório horrível...ele ia...de novo não...não, não, não!!! Ele...ele matou meus pais...minha família...Dazai, ele veio ME matar!...
-Amor, se acalma, eu não vou deixar nada disso acontecer com você, tabom? Eu tou te prometendo isso.
Dazai abraçou Chuuya e sentiu o corpo do menor tremendo, ele deixou que o ruivo chorasse no seu ombro até se acalmar. Dazai tinha retirado a injeção tarde demais, pois estava começando a ter efeito sobre o corpo de Nakahara, que desmaiou no ombro do namorado.

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-Amor? Tá acordando? Se sente melhor?
Chuuya abriu os olhos. Estava deitado no colo de Dazai, que o abraçava com carinho. Osamu deu vários selares nos lábios do seu ruivinho e deixou as bochechas dos dois tomarem uma coloração avermelhada.
-Porque parou? - Chuuya resmungou envergonhado enquanto puxava Osamu para um beijo a sério. O beijo foi intenso, repleto de paixão e desejo. Os lábios dos dois se encontraram em um movimento suave e apaixonado, explorando cada centímetro com fervor. Chuuya agarrou os cabelos de Dazai enquanto este o puxava para mais perto. Chuuya deslizou sua língua pela boca de Dazai, provocando um arrepio em ambos. Osamu respondeu com igual intensidade, explorando cada canto da boca do ruivo com suavidade e vigor. As línguas dançavam em um ritmo ardente, suas respirações se misturando. Chuuya sentiu o corpo de Dazai pressionado contra o seu, enquanto as mãos exploravam cada curva do outro. Os dois se separaram buscando ar para puderem respirar, mas Chuuya pensava em algo que o deixava desconfortável. Caralho, eu o amo tanto. Mas não podemos continuar assim sem eu lhe contar. Ele tem de saber sobre meu passado para realmente fazer parte da minha vida. Eu telho de lhe contar sobre aquele homem.

𝑪𝒐𝒏𝒕𝒂 𝑪𝒐𝒎𝒊𝒈𝒐 - 𝑺𝒐𝒖𝒌𝒐𝒌𝒖Onde histórias criam vida. Descubra agora