𝑪𝒐𝒏𝒕𝒂 𝑪𝒐𝒎𝒊𝒈𝒐 - 𝑺𝒐𝒖𝒌𝒐𝒌𝒖

27 - DÚVIDAS SEM RESPOSTA

Chuuya aproximou-se lentamente do compartimento de vidro sem tirar os olhos do mesmo. Chuuya contemplava a página, tinha o olhar vidrado nela e não podia deixar de olhar. Chuuya nâo podia deixar de ter receio. Algo tão perigoso mas tão fácil de roubar? E se fosse alguma armadilha? Mas Nakahara resolveu confiar no moreno. O ruivo começou a brilhar em tons de vermelho-vivo, tal como a caixa, que logo subiu no ar deixando Chuuya pegar a página. Chuuya trocou a página por uma folha normal e voltou a abaixar o vidro, saindo pela janela logo a seguir. E...era isso? Já estava? A página era deles agora?

[...]

Discretamente, Nakahara trocou novamente com o seu suplente, se posicionando ao lado de Osamu.

Os olhares entre Dazai e Fyodor eram bastante tensos.
-Bem, Fyodor, parece que....ganhei a aposta.
Fyodor estava em negação. Não era suposto Dazai ser melhor que ele. Ele deveria estar sempre um nível acima. O que tinha dado errado? Como é que ele se tinha atrevido a dar uma resposta incorreta e arriscar-se a perder o amor de sua vida para uma aposta foleira?

-Tens sorte que eu sou bondoso. Esta é uma adivinha. Até que bem infantil, na minha sincera opinião. Se a acertares, solto o Sr. branqueador. - Osamu olhou bem no fundo dos olhos esperançosos de Fyodor. - Quando o gelo derrete, o que vem depois? - Dazai perguntou por fim.
-Fácil, água. Agora, me devolva o meu namorado.
Dazai riu com desdém.
-Tsk, não tinha noção do quão burro eras. Errado. A resposta certa é a primavera.
Chuuya se colocou em bicos dos pés e sussurrou.
-De onde você tirou essa adivinha, Zai?
-De um anime. -Osamu sussurrou de volta.
Chuuya riu, desistindo do namorado que acabara de afirmar que retirou a adivinha de um anime que via desde os três anos sem vergonha. Pois é, por momentos me esqueci que meu namorado é um completo infantil....mas eu amo ele.

Fyodor encarava-o descrente. Era assim tão ignorante? Ao contrário da própria pessoa que a fez, que a disse ao calhas, o homem de cabelos escorridos entendeu o que aquela adivinha queria dizer. Ele não carregava pureza no seu coração. Agia, sem pensar nos sentimentos que causaria aos outros, representados pela primavera cheia de flores de cores vivas e sentidas.
-Pode ficar com o Sr. Cabeça De Clara De Ovo, não preciso dele ocupando ainda mais espaço na arrecadação. Venha, meu docinho.
-Tou indo! - Chuuya correu para perto do namorado que já caminhava e enganchou o seu braço no do moreno, que lhe ofereceu um sorriso bobo. Chuuya sorriu também e os dois saíram da mansão. A primeira parte do plano estava oficialmente concluída.

O dia de trabalho tinha acabado há uma hora e Chuuya e Dazai chegaram a casa meia hora depois do horário terminar. Era sexta-feira, e a segunda parte do plano ia ser necessária, segundo a dedução de Rampo, membro da agência de detetives, apenas na segunda, logo, tinham o fim de semana livre. Eles então relaxaram e se sentaram no sofá da sala.
-Agora temos muito tempo para namorar! Não tá empolgado, docinho?
-Sim, sim, agora venha cá e me abrace.
Chuuya estendeu os braços e Osamu se aproximou dele o apertando contra si.
-Te amo. Muito, muito, muito.
-Eu também te amo. Olha para mim.
Dazai assim o fez e recebeu um beijo rápido e inesperado do ruivo. O moreno corou e sorriu abobado, encostando sua testa na testa de Chuuya.
-Chuu, parece que estamos os dois carentes.
Dazai riu da situação e puxou Chuuya para o seu colo, que se aninhou nos seus braços.
-Dormiu? Já? Ainda são 19h.
-Não, tou só aconchegado em seu colo.
-Só não adormeça aí.
-Se me fizer cafuné, é o que vai acontecer...eu tou no tééééééééédio...
Dazai então começou enchendo o rosto e pescoço de seu namorado com beijos e carícias,  fazendo-o rir.
-Osamu, isso faz cócegas! Pare! Ai, não consigo respirar, eu vou morrer, credo.
Dazai parou e olhou nos olhos de Chuuya. Ficaram um pouco assim e o mais pequeno resmungou.
-Porque é que parou?
-Porque--esqueça...
Dazai encostou os narizes e fez o famoso beijo esquimó.
Chuuya deu vários selinhos nos lábios do moreno, uns seguidos dos outros. Se passou um tempo e eles já estavam deitados um em cima do outro. O toque quente e reconfortante de Nakahara fazia com que o coração de Osamu palpitasse. Dazai se aproximou.
-Posso fazer mais um chupão em você?
-Pode.
Dazai sorriu e beijou a pele do pescoço do ruivo, que fechou os olhos. Osamu deixou uma marca vermelha e redondinha a marcar território no corpo de Nakahara, mais um chupão para fazer companhia aos outros, que iam desaparecendo gradualmente.